UNESCO -
Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura
Quem lembra de
George Orwell?
Quem lembra de
1984?
Um romance distópico* publicado em 1949 que mostrava
um mundo futuro em que a História era transformada em Estória, em que o que
aconteceu ontem era reescrito a cada mudança de parceiros, em que a posse dos
meios de comunicação dominava o mundo: assim George Orwell imaginou o ano de
1984. E nós que na década de 1960 líamos com avidez estas ficções, não imaginávamos que Orwell seria o Leonardo da Vinci do século XX.
Hoje a distorção da verdade é aceita por muitos e os fatos reais são
sistematicamente colocados em dúvida. O revisionismo histórico
impera com facilidade em um tempo de pouca leitura e pouca profundidade. Mais importante, o mundo e os governos por interesse
político ou econômico, ou apenas por pertencerem à ala A ou B aceitam e
transmitem informações falsas. Os organismos internacionais criados para
harmonizar as nações tornaram-se feudos de poderosos da
comunicação e do marketing, dos que sabem distorcer a verdade criando hordas de seguidores.
No dia 12 de outubro, os Estados Unidos anunciaram que irão se retirar da
UNESCO - o que deve ocorrer apenas em 31 de dezembro de 2018. O motivo para esta
decisão foi a forma discriminatória com que o Estado de Israel, o único lar
para o Povo Judeu, tem sido tratado pela UNESCO. A gota d'água foi a
declaração de que Hebron e Jerusalém não são
patrimônios judaicos. E
em casa como andamos? Os meios de
comunicação brasileiros ajudam a propagar narrativas
equivocadas. Esta semana a revista VEJA postou em sua página do Facebook e publicou em sua versão impressa que "Hebron é Território Palestino Ocupado por Israel", sem mencionar que o Monte
do Templo de Salomão e Herodes foi usado pelos árabes para construir mesquitas,
impedindo os judeus de chegar ao local que é central à sua
constituição como Povo.
Hebron, o que há nesta cidade para que os árabes forcem que a
organização mundial que trata da cultura declare zona árabe e não judaica? A
resposta é muito simples, mas não tão conhecida quanto o Templo de Jerusalém. É
em Hebron que, segundo a Torah, Avraham comprou terra para a tumba dos
patriarcas e lá estão enterrados Abrahão, Isaac, Jacob/Israel; Sara, Rebeca e
Leah. Lá está a Mahpelá, um dos locais mais sagrados do judaísmo porque denota a
relevância de sua herança. A herança judaica é a passagem das tradições de pais
para filhos, de geração em geração.
Como é possível que toda a história judaica seja negada? Como foi possível que o Brasil, com seu voto, tenha negado aos judeus o
direito de visitar o túmulo de seus patriarcas
e matriarcas?
Isto após várias outras decisões baseadas em políticas tendenciosas e não
históricas.
Os Estados Unidos resolveram dar um basta, e como todas as
reclamações não tiveram resultados de mudança de atitudes, veio a
decisão de romper com a Instituição. Lembramos que além do peso político
americano, a decisão tomada reflete na saúde
financeira da UNESCO: os
EUA pagam 22% do orçamento geral e financiam 28% dos fundos de manutenção da
paz.
No dia 13 de outubro foi encerrada a eleição do
Diretor-Geral da UNESCO, para cujo cargo se apresentaram nove candidatos: Polad
Bülbüloglu (Azerbaijão), Qian Tang (China), Moushira Khattab (Egito), Audrey Azoulay
(França), Juan Alfonso Fuentes Soria (Guatemala), Saleh Al-Hasnawi (Iraque),
Vera El-Khoury Lacoeuilhe (Líbano), Hamad bin Abdulaziz Al-Kawari (Qatar) e
Pham Sanh Chau (Vietnã). Audrey Azoulay, ex-Ministra de Cultura da França, foi a indicada.
Seu nome deverá ser referendado pela Assembléia Geral da ONU em novembro.
Azoulay é filha de marroquinos. Seu pai foi um
dos principais assessores do Rei do Marrocos, e,
mesmo assim, teve que abandonar o país - será que o fato de ser judia interferiu no
processo? Será que o fato de ser judia abre uma esperança para a atuação da
UNESCO? Estas perguntas temos que deixar para o futuro, mas uma coisa pode ser
aqui declarada. As relações entre judeus e muçulmanos dentro do Estado de
Israel vêm sendo aprimoradas a cada ano. Ambos
os lados sabem que vivem em um país muito especial, tão
multi-racial quanto é o Povo Judeu e sempre disposto a aceitar
o outro, exatamente porque conhece a sua identidade. A Herança recebida por
Moisés no Monte Sinai prevê a transmissão deste conhecimento de geração em
geração e prevê que os Judeus serão um povo entre os demais.
Aceitar e Dar é a forma de ser Um entre Muitos - foi lindo ver que em
Israel uma motorista muçulmana que guia um ônibus de linha em Jerusalém
presenteou seus passageiros judeus com a decoração de uma Sucá. Eles podiam
viajar pelas ruas de Jerusalém dentro de uma Sucá, assim como seus antepassados
viajaram pelo deserto. Há 3 mil anos foi construída a identidade judaica, hoje
está sendo construída a PAZ JUDAICA.
Alguns mitos sobre a sociedade em Israel estão caindo por terra, e nosso papel é mostrar a realidade. Por isso, estamos preparando a tradução e legendagem de um vídeo muito interessante que mostra como é, hoje, a verdadeira relação entre os cidadãos árabes e judeus em Israel. Fique de olho nos nossos canais.
Alguns mitos sobre a sociedade em Israel estão caindo por terra, e nosso papel é mostrar a realidade. Por isso, estamos preparando a tradução e legendagem de um vídeo muito interessante que mostra como é, hoje, a verdadeira relação entre os cidadãos árabes e judeus em Israel. Fique de olho nos nossos canais.
Shalom
Regina P Markus
Juliana Rehfeld
Marcela Fejes
* distópico = que caracteriza uma sociedade
imaginária controlada pelo Estado ou por outros meios extremos de opressão,
criando condições de vida insuportáveis aos indivíduos.
"O revisionismo histórico impera com facilidade em um tempo de pouca leitura e pouca profundidade."
ResponderExcluirGostaria de destacar essa frase. A meu ver isto é um fato, produto direto da tal "revolução da informação" que temos vivido nos últimos anos, com a proliferação de ferramentas tecnológicas facilitadoras da comunicação entre a população planetária através de textos e mensagens curtas.
Faz-me lembrar da frase final que escrevi num trabalho sobre radioatividade nos anos de colégio, muuuuito tempo atrás: "como qualquer conquista humana, o controle da energia atômica pode servir para o bem ou para o mal". Verdade também para a nossa "revolução da informação"...