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sexta-feira, 30 de novembro de 2018

EDITORIAL: CHANUKA, a Festa das Luzes




Neste domingo, dia 2 de dezembro, terá início a Festa de Chanuka. Uma festa que dura 8 dias e em cada dia, é acesa uma vela do castiçal conhecido como Chanukiá. A Chanukiá tem lugar para 9 velas, uma para cada dia e uma vela auxiliar que serve para acender as demais. Esta é uma festa que recorda de forma explícita o Templo de Jerusalém. Quando os gregos conquistaram Israel, eles transformaram o Templo de Jerusalém em um templo grego, e conta a História que os judeus reconquistararm o Templo e que este tinha luzes sempre acesas. Mas... e sempre tem um mas... havia óleo para manter as velas acesas por poucos dias e preparar mais óleo demoraria 8 dias. O milagre de Chanuká é que o óleo durou por 8 dias. 

Hoje dizemos que o real milagre é que a mesma luz ficou acesa por mais de 2000 anos - e com todas as águas que passaram sob esta ponte dos tempos a luz continua acesa. No domingo, em cada casa, acenderemos a primeira vela de Chanuka.

No judaísmo diz-se que o homem é um parceiro da criação e que ele também é responsável por ela. Ser parceiro não é ser guardião, não é manter as coisas como elas são, mas é adapatar e prever, criar e avaliar. Ser parceiro é saber que o mundo é eterno a partir do momento que pudermos contar o tempo, marcar a passagem do tempo. Para marcar a passagem do tempo não podemos apenas observar de forma passiva e querer que tudo fique igual porque "o bom era antes". Devemos poder avançar e avaliar, e para isso temos as datas recorrentes.

Chanuka é a data que mostra que não é possível ceder tudo, que é preciso ter trabalho, e é preciso realizar o que podemos num determinado momento, sem as famosas previsões negativas que nos imobilizam. Os Macabeus simbolizam o sonho sionista - o sonho de iluminar a terra de Israel.

Mas, para tudo na vida precisamos de sorte - MAZAL - precisamos estar no lugar certo, na hora certa e com os conhecimentos corretos. Em Chanuka a brincadeira é jogar o sevivon, o pião. Em cada face tem um letra: NUN (ness- milagre), GUIMEL (Gadol - grande), HEI (haiá, acontenceu), SHIN (sham, lá). Quem joga o sevivon em Israel tem uma pequena diferença, ao invés da letra SHIN, colocam a letra PEI (pó - aqui), para lembrar aonde o grande milagre aconteceu. O grande milagre, assim, depende da ação do homem e da sorte! 

Em Chanuka a principal comida são sonhos maravilhosos, recheados com doces deliciosos e enfeitados de forma artesanal!!! 

Comer um sonho, jogar a sorte,  e acender um castiçal de velas, uma a uma, de forma que possamos separar a luz da escuridão, mas nunca iluminar tanto que a luz ofusque!!! 

Chag Chanuka Sameach - Uma Festa de Chanuka FELIZ



segunda-feira, 26 de novembro de 2018

VOCÊ SABIA? - YíDDISH, uma língua em extinção?






MAMELOSHEN  - NOME CARINHOSO  PARA O YÌDDISH - “LÍNGUA MATERNA”.





Você sabia que 110 anos após o primeiro Simpósio de Yíddish (a língua supostamente exterminada por Hitler durante o Holocausto) na Ucrânia, um significativo grupo de estudiosos, entusiastas e defensores da comunidade judaica de 12 países do mundo reuniu-se novamente em Chernivtsi (Chernovitz, Ucrânia oriental) para a Conferência Internacional Comemorativa da Cultura e Língua Yíddish?


The International Commemorative Conference of Yiddish Culture and Language at the University of Chernivtsi, Ukraine, August 9, 2018. (Courtesy World Jewish Congress)


De 5 a 12 de agosto de 2018 aconteceu a conferência em homenagem ao simpósio de 1908, representando na época o movimento de vibrante otimismo face à sublimação do Yíddish, que ascendia de um dialeto provincial de 1000 anos de vida para uma moderna língua literária judaica.
Em 1908 ninguém poderia imaginar que em poucas décadas, metade dos nativos da língua Yíddish seria exterminada nos campos nazistas.
Com o novo Estado de Israel em 1948 e o consequente enaltecimento do hebraico como a língua universal dos judeus, mais uma vez o Yíddish deparou-se com obstáculos impedindo sua anterior ascensão.

“Hoje o Yíddish é por muitos considerado uma língua em vias de extinção.
É quase exclusivamente falado por um pequeno e enclausurado grupo de ultra Ortodoxos, na maioria judeus Hassídicos.
A conferência deste ano procura acolher e alimentar uma pequena semente de renascimento Yíddish”.
Há, no momento, um interesse crescente pela língua, tanto por judeus procurando uma conexão com o seu passado, como por não-judeus, fascinados pela riqueza da herança cultural da língua!”



Courtesy Glitzenstein - A partir da esquerda, Robert Singer, CEO do WJC, Josef Zissels e Rabino Menachen Mendel Glitzenstein


“Após viver a primeira parte de sua vida em Kiev, Josef Zissels, na foto ao centro, fundador da Associação Vaad das Organizações Judaicas e das Comunidades da Ucrânia, reside em Chernivtsi nestes últimos 40 anos.”

 “De acordo com Dr. Wolf Moskovich, professor catedrático já aposentado pela Universidade Hebraica de Jerusalém, a conferência de 2018 representa uma bela oportunidade para realçar a cultura da harmonia que prevalecia em Chernivtsi antes da Segunda Grande Guerra.”

“Antes do Holocausto e da morte de dois terços da população de Chernivtsi, os judeus viviam bem na cidade.

Chernivtsi, capital da Bucóvina, possuía na época 86 sinagogas, muitas lojas de proprietários judeus num total de  90% do varejo da cidade, sendo um terço da população de ascendência judaica.

Frente à quantidade de acadêmicos, políticos e escritores, a cidade viu brilhar o Hassidismo e levou-a a tornar-se o centro do movimento Hassídico assim como do iluminismo Judaico secular, atraindo tanto os falantes de Yíddish como os sionistas que professavam o hebraico.

Hoje, apesar da população judaica de Chemivtsi ser uma pequena fração do que foi no passado, ela ostenta um saudável microcosmo de vida judaica.”



UNIVERSIDADE DE CHERNIVTSI - UCRÂNIA


Cabe ao futuro apontar a direção destinada ao idioma Yíddish em sua trajetória pelo mundo.

Segundo David Harrison (When Languages Die: the Extinction of the World’s Languages and the Erosion of Human Knowledge) há em nosso planeta uma centena de línguas gigantes, faladas por 2.5 bilhões de pessoas.

Desta centena, estas são as mais faladas:

1º. Chinês
2º. Espanhol
3º. Inglês
4º. Hindu
5º. Árabe
6º. Português

Conforme Harrison, as demais línguas são consideradas idiomas nanicos e estão sujeitas a serem facilmente dominadas pelas línguas gigantes. Seus estudos apontam que 140 línguas deixaram de existir nas últimas 4 décadas, em processos conhecidos como extinções linguísticas.



Não temos aqui a pretensão de estudar em detalhes o Yíddish, esta língua tão expressiva e cheia de significados e história.
Apresentaremos a seguir, alguns fatos interessantes sobre este nobre e cativante assunto:


O iídiche ou yídiche é uma língua da família indo-européia, pertencente ao subgrupo germânico, tendo sido adotada por judeus, particularmente na Europa Central e na Europa Oriental, no segundo milênio, que a escrevem utilizando os caracteres hebraicos. (Wikipédia)
Sistemas de escrita: alfabeto hebraico – ortografia Yíddish
Etnia: Ashkenazi
Regiões: Europa, Israel, América do Norte, e outras regiões com população judaica
Família da língua: Indo-Européia > Germânica > Germânica Ocidental> Elba Germânica > Alto Alemão > Yíddish
Falantes nativos: (aproximadamente 1.5 milhão em 1986–1991)
Mapa: dialetos Yíddish entre séculos XV e XIX:
- em cor laranja – dialetos do ocidente

- em cor verde – dialetos do oriente



Juntamente com o hebraico e o aramaico, o Yíddish é uma das três principais línguas literárias da história judaica.
“Embora houvesse mais de 12 milhões de falantes de Yídiche antes da Segunda Guerra Mundial, aproximadamente metade deles foram mortos no Holocausto nazista. Existem alguns milhões de falantes de Yídiche hoje, incluindo falantes nativos e aqueles que o usam como segunda língua.”
Pequena História
Os documentos mais antigos datam do século XII dC, mas os estudiosos dataram a origem da língua no século IX, quando os asquenazes emergiram como uma entidade cultural única na Europa central. O iídiche surgiu pela primeira vez através de uma intrincada fusão de dois estoques lingüísticos: um componente semítico (contendo hebraico e aramaico pós-clássico que os primeiros colonizadores trouxeram do Oriente Médio para a Europa) e um componente germânico gramaticalmente e lexicamente mais potente (colhido de vários Alto alemão e médio alemão dialetos). Além disso, uma pitada de palavras das línguas românicas também parece ter aparecido em iídiche desde o início. De seu local de nascimento em solo de língua alemã, o iídiche se espalhou para quase toda a Europa Oriental, onde a língua adquiriu um componente eslavo.”
Concluindo, mas não exaurindo o tema, cabe lembrar que o Yíddish tem passado por altos e baixos em sua história pelo mundo, ora atuando como língua opressora sobre as crianças de língua ladina recém chegadas ao novo Estado de Israel após 1948, ora sendo exaltada por Golda Meyer que vaticinou “Quem não fala Yíddish não é judeu!”, ora sendo proibida em Israel durante a estabilização do Hebraico como língua nacional do novo país.
Que tal agora introduzir o Yíddish aos pequeninos, na esperança de plantar uma sementinha em nossos judeus do século XXI?

Este texto é uma colaboração especial de Itanira Heineberg para o EshTá na Mídia.
FONTES:

110 years after the first Yiddishist symposium, academics reconvene in Ukraine to preserve a language that saw half its native speakers die in the Holocaust

YAAKOV SCHWARTZ3 ( convidado para o Congresso Mundial Judaico






SEFARDITAS EM ISRAEL-O sionismo do ponto de vista das vítimas judaicas1-Ella Shohat

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

EDITORIAL - A Tecnologia: Israel e o Mundo

Watergen, a tecnolologia israelense chegando nos EUA: "Máquina milagrosa de água"


A cada século e a cada década, encontramos novos desafios - e muitos deles são gerados pelas próprias soluções encontradas no passado. Muito escutamos a respeito das vantagens da vida “como ela era” e das desvantagens trazidas pelas novas tecnologias; atualmente os celulares são os grandes vilões da vez junto com os carros, alimentos industrializados, vida urbana, etc. Por outro lado, poucos são os que se disponibilizam a abdicar de tudo o que o presente oferece e continuamos “poluindo” o ar, a terra, o convívio entre as pessoas. Neste jogo que parece sempre perdido, não deixamos de achar que é justo que todos tenham as benesses dos avanços tecnológicos.

Possuir rede de água e esgoto é considerado uma necessidade em todos os aglomerados humanos, quer na periferia das grandes cidades, quer em pequenas vilas. Mas estas instalações, que fizeram parte de avanços tecnológicos da humanidade, hoje apesar de tão necessárias custam muito caro para instalar e manter - e também geram grandes desvios de água e acúmulo de detritos. Fazem parte do mal necessário.

Neste ponto surge a oportunidade para mudanças – a oportunidade de se introduzir o NOVO. Em diferentes oportunidades já comentamos sobre o trabalho dos cientistas e técnicos de Israel em relação à obtenção e uso da água. Sempre focando na necessidade, visto que Israel é um pequeno país em uma região desértica onde a água é muito escassa. Lá foram-se os tempos em que os carros nunca eram lavados, ou que a louça era acumulada de forma a poupar a água da torneira. Tecnologia nova – e hoje Israel e Jordânia são países que não sofrem de variações sazonais na disponibilidade de água. NOVAS TECNOLOGIAS DE OBTENÇÃO de ÁGUA, baseadas em ciência básica israelense, que permitem a retirada da água do ar, passam agora a ser usadas em regiões e cidades americanas que dispõem de água, mas querem evitar aumentar a rede de distribuição. Esta semana a FoxBusiness apresentou a WaterGen USA, uma companhia israelense que abre uma filial americana para produzir aparelhos que retiram a água do ar e alimentam residências, comércios e pequenas indústrias. A ideia é que a produção local aumente o uso da mão de obra, e o produto acabe, a médio prazo, com a necessidade de ampliar rede de água!

Este novo equipamento é baseado em conhecimento novo, em ciência básica (química de polímeros) e em engenharia. Exportar conhecimento foi a opção de um país que está localizado em uma região com poucos recursos naturais, mas que tem como principal fonte de recurso a diversidade de seu povo e um importante investimento em estudo, pesquisa e inovação. Talvez seja por motivos como este que 137 países da ONU votaram, nesta semana, uma resolução a favor de Israel que promove, finalmente, o desenvolvimento de negócios com o país.

Estaremos diante de uma nova era?
 

Boa semana!

Regina P. Markus

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

VOCÊ SABIA? - NOVAS VOZES DO HOLOCAUSTO



DE REPENTE, APÓS 7 DÉCADAS, UM SURPREENDENTE HOLOCAUSTO RESSURGIU NA AMÉRICA.

“Tememos um pogrom, tememos deportações”, escreveu Renia Spiegel na primavera de 1942. “Ó Deus Todo-Poderoso! Ajude-nos! Cuide de nós, dê-nos sua bênção” - assim Renia suplicou ao Criador em seu diário.






Você sabia que depois de várias décadas adormecido, abandonado e sem ser reconhecido, o diário de uma jovem judia polonesa assassinada pelos nazistas em 1942 finalmente chegou às mãos de sua irmã em Nova York, em 1969? 

Renia Spiegel nasceu em 1924 e cresceu na casa de seu pai perto da fronteira da Polônia com a Romênia. Sua mãe morava em Varsóvia para desenvolver a carreira musical da irmã mais jovem, Ariana, a “Shirley Temple” polonesa.


Renia com a mãe Róza e a irmã caçula Ariana.

Durante este tempo as meninas moravam com os avós na calma cidadezinha de Przemysl, na fronteira ao longo do rio San.

Aos 15 anos de idade, Renia iniciou seu diário num ímpeto de desabafo:
“Why did I decide to start a diary today? Has something important happened? Have I discovered that my friends are keeping diaries of their own?”
 “Por que decidi iniciar um diário hoje? Aconteceu alguma coisa importante? Descobri que meus amigos estão escrevendo seus próprios diários?”

Assim Spiegel inicia seu texto (em tradução para Smithsonian por Anna Blasiak e Marta Dziurosz).

 “No! I just want a friend. Somebody I can talk to about my everyday worries and joys. Somebody who will feel what I feel, believe what I say and never reveal my secrets.”

“Não! Eu só preciso de um amigo. Alguém com quem possa falar sobre minhas preocupações e alegrias diárias. Alguém que sentirá o que eu sinto, acreditará em mim e nunca revelará meus segredos.”

Como toda adolescente preocupada com as mudanças em seu corpo e em seus pensamentos infantis, Renia dedica-se com afinco às suas narrativas plenas de introspecção e análise do novo mundo que a envolve.
Sua melhor amiga, Nora, também é receptáculo de suas ideias, críticas e decisões.
Assim surgem suas descrições pessoais sobre colegas, professores, férias visitando a mãe em Varsóvia e muitas, muitas saudades da mãe adorada.
Sua obsessão pela mãe é algo incontestável.
Seu texto é intercalado com ilustrações e poesias próprias:


Aos poucos a violência se aproxima, o medo surge, a instabilidade a aflige, o tratado da Rússia com a Alemanha deixa toda a população local em alerta e todos começam a estocar alimentos.
Vem a tristeza e a humilhação da estrela de David obrigatória, a mudança e reclusão no gueto, o medo constante por tudo e por todos, a separação dos membros da família, a ausência de paz.
Relata com orgulho seu trabalho de servir chá aos soldados poloneses e de lutar com o resto da Polônia pela vitória de seu país.
Em 1º. de setembro de 1940, Renia conheceu Zygmunt Schwarzer e aos poucos o romance começou. Viveu então momentos de grande alegria, paixão e muito amor. Muita poesia também. E êxtase!



Esta é a melhor história nunca contada", disse o cineasta Tomasz Magierski após a descoberta e leitura do diário em apenas três dias (700 páginas em 6 cadernos costurados).
O diário já foi publicado na Polônia e brevemente será publicado em inglês, porém o mistério persiste: o nome de Renia ainda não foi encontrado em qualquer das listas de vítimas do Holocausto, tanto na Polônia como em Israel.
Magierski já voltou várias vezes a Przemsyl a fim de pesquisar sobre os últimos dias da jovem tentando encontrar mais detalhes relevantes sobre o seu fim.
“Durante a segunda quinzena de julho, Renia testemunhou o início das deportações em massa para o campo de extermínio nazista Belzec, onde até 600.000 judeus foram assassinados em câmaras de gás. Para evitar a captura, deixou o gueto para a parte ariana da cidade. Junto com os pais de Schwarzer, ela se viu escondida no sótão de um prédio ligado ao tio de Schwarzer, um membro do Conselho Judaico.
Alguns dias depois, em 30 de julho, ela foi capturada junto com os pais de Schwarzer. Eles foram mortos em frente ao prédio ou ao cemitério judeu, conforme narrativas variadas.
 “Três tiros! Três vidas perdidas! Aconteceu ontem à noite às 10:30 da noite. O destino decidiu tirar meus entes queridos de mim”, escreveu Schwarzer. Ele não escreveu essas palavras em seu próprio diário, mas no diário de páginas amarelas de Renia, que lhe havia sido confiado alguns dias antes.
“Minha vida acabou”, escreveu Schwarzer. “Tudo que eu posso ouvir são tiros, tiros. . .shots! Minha querida Renia, o último capítulo do seu diário está completo.”

Assistamos agora ao início do diário no filme de Magierski:
FILME   -  UPDATE 22 by Tomasz  Magierski
First entry in Renia's diary on Jan 1939 spoken by Ola Bernatek in my film.


Zygmunt sobreviveu a vários campos nazistas.
Róza, mãe de Renia, e sua irmã Ariana também. Ficaram escondidas em casa de uma família cristã. Após a guerra, ambas foram para a América.
Nos anos 1950, Zygmunt encontrou-as e deu-lhes o diário.
As duas mulheres, em choque, não tiveram forças para lê-lo e mais uma vez o diário foi olvidado.
Após a morte de Róza, Alexandra Bellak, filha de Ariana, decidiu então que algo devia ser feito; consultou a mãe e, com seu consentimento, encontrou um tradutor que o reescreveu em inglês.




Ariana e o diário (em polonês) de sua irmã.

Após a leitura emocionante com relatos do dia a dia dos judeus aprisionados no gueto, suas necessidades e sofrimentos, Alexandra convenceu sua mãe a procurar o cineasta já mencionado acima. E assim, este texto vibrante e pungente da adolescente Renia veio à  tona e ao conhecimento do mundo.



JUDEUS REUNIDOS PARA TRABALHOS FORÇADOS EM PRZEMYSL, POLÔNIA, OUTUBRO DE 1939 (DOMÍNIO PÚBLICO)

Em 15 de julho de 1942, Renia escreveu:

“Remember this day; remember it well,”

 “You will tell generations to come. Since 8 o’clock today we have been shut away in the ghetto. I live here now. The world is separated from me and I’m separated from the world.” Leaving the ghetto without a pass, she writes, is “punishable by death”.

“Lembrem-se deste dia; lembrem-se bem,
Vocês contarão às próximas gerações.
Desde as 8 horas da manhã estamos trancados no gueto. Agora eu vivo aqui. O mundo está separado de mim e eu estou separada do mundo. Sair do gueto sem uma permissão por escrito é sentença de morte.”


Renia Spiegel in 1939, in Skole, Ukraine (then Poland). Photograph: Bellak Family Archive

Página do diário de Renia Spiegel. Photograph: Bellak Family Archives



“Inside, there are only our people, close ones, dear ones. Outside, there are strangers. My soul is so very sad. My heart is seized with terror,”  “Israel, save us, help us. You’ve kept me safe from bullets and bombs, from grenades. Help me survive! And you, my dear mamma, pray for us today, pray hard. Think about us and may your thoughts be blessed. Mamma! My dearest, one and only, such terrible times are coming. I love you with all my heart. I love you; we will be together again.”

“Aqui dentro só tem o nosso povo,  pessoas conhecidas e queridas. Lá fora estão os estranhos, desconhecidos. Minha alma está tão triste. Meu coração está tomado de terror. Israel, salva-nos, ajuda-nos. Você tem nos mantido a salvo dos tiros e bombas, das granadas.
Ajuda-me a sobreviver! E tu, minha querida mamãe, reza hoje por nós, reza de verdade. Pensa em nós e que teus pensamentos sejam abençoados! Minha querida, uma e única mamãe, terríveis tempos estão vindo. Eu te amo com todo meu coração. Eu te amo: nós nos reuniremos outra vez .”


FONTES:







terça-feira, 13 de novembro de 2018

EDITORIAL: ISRAEL SOB ATAQUE




Apesar do cessar-fogo anunciado nas últimas horas, a crise dos últimos dias no conflito com Gaza é muito grave. Uma mediação no momento mais crucial parece ter permitido que o conflito não avançasse e ficasse mais sanguinário.

Embora normalmente não tratemos dos conflitos, entendemos ser importante fazer este editorial com o objetivo de, alinhados ao nosso objetivo de equilibrar os fatos muitas vezes enviesados da mídia, ressaltar a necessidade, mais urgente do que nunca, de se narrar os acontecimentos dentro de uma contextualização lúcida e de se reverberar estes acontecimentos, disseminando o ponto de vista de Israel.

Sabemos que há meses o Hamas, que ocupa a faixa de Gaza e mantém sua população refém, vem bombardeando Israel de diferentes maneiras. Foram pipas, balões e outros artefatos que incendiavam os campos e vez ou outra também algumas casas. Foram tentativas de sequestro relâmpago e criação de túneis construídos com alta tecnologia que terminavam dentro de cidades e kibutzim (aldeias agrícolas) israelenses. Os vizinhos de Gaza vivem há muitos anos sob o domínio do terror.


É preciso lembrar que esta faixa de terra que pertencia ao Egito e que foi conquistada por Israel em 1967 não passou de novo para o Egito, como todo o Sinai. Nos anos em que ficou sob a gestão de Israel, os israelenses mantiveram extensas plantações. Tomates de todos os tipos, inclusive os tomates cereja, desenvolvidos a poucos quilômetros de Gaza, no Instituto Agrícola da Universidade de Jerusalém, em Rehovot, eram produzidos e exportados. Tudo isto foi retirado pelo próprio Estado de Israel, que cumprindo o que foi estabelecido em um dos tratados de Paz (2005) RETIROU todos os judeus de GAZA. Nestes 13 anos, esta faixa de terra ocupada pelos Terroristas – pelo HAMAS – tem feito tudo para impedir que os habitantes da Gaza e os de além fronteira tenham uma vida normal.

Os de Gaza são instados a tornarem-se alvo, e a invadirem a pé o Estado de Israel, os de além fronteira são obrigados a esconderem-se em abrigos rapidamente, assim que as sirenes avisam que o perigo está chegando.

No último dia 12, Israel foi atacado com mísseis modernos, mais de 500 em 24 horas. Isto ocorreu em resposta à entrega de 15 bilhões de dólares vindo dos países do Golfo, na qualidade de ajuda humanitária.

Nesta semana, compartilhamos em nossa página o relato de André Lajst, diretor da StandWithUS Brasil, que transcrevemos logo abaixo. É necessário, mais do que nunca, entregar informações claras para o mundo sobre o que vem acontecendo em Israel. Deixar claro que o conflito não é contra um povo, mas contra uma organização terrorista com práticas tão cruéis e desumanas quanto o ISIS (Estado Islâmico).

Estaremos acompanhando os acontecimentos e mantendo os nossos canais atualizados, principalmente, no sentido de derrubar as falsas narrativas que circulam na internet. Contamos com o acompanhamento de todos e com o compartilhamento das informações para que o mundo possa entender, de fato, o que está acontecendo.

Regina P. Markus e Comitê Editorial