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quinta-feira, 5 de março de 2020

EDITORIAL: INCLUSÃO - ontem e hoje - visando o amanhã.


INCLUSÃO é a temática do século XXI. Criar condições e oportunidades para todos. Em muitas culturas, esta ação é confundida com igualar; eliminar as diferenças ou dar aos que são diferentes algumas vantagens para evitar que partam de patamares diferentes.
Acabar com as diferenças, apesar de parecer algo bom à primeira vista, a longo prazo causa estagnação. Aprender desde cedo a lidar com as diferenças e admitir que estas muitas vezes apenas aguçam os sentidos seria uma forma interessante de incluir.

Mas como incluir os diferentes mantendo as suas características? Teoricamente a democracia seria a melhor forma. Sabemos ser isto verdade, quando não acontecem intensas polarizações que dividem o todo. Outra forma, é quando algum objetivo comum, muito específico e que seja de interesse de todos pode ser executado a partir de competências diferentes.

Entre o Povo Judeu saindo do Egito, na antiguidade, e as eleições que ocorreram em Israel na última segunda feira podemos ver exemplos de como a unidade pode ser formada sem descaracterizar os indivíduos.

Primeiro vamos lembrar da Parashat (capítulo da Torá lido semanalmente nas sinagogas) da semana que passou. TERUMÁ (DOAÇÃO) (Exodus 25:1 a 27:19). E lá estava o Povo Judeu no Deserto e D'us pediu para que fosse construído o Tabernáculo, tenda onde para abrigar a Arca que continha as Tábuas da Lei. Eram necessários recursos para a realização de uma obra cheia de detalhes e, para tanto foi solicitado que o povo doasse recursos. Havia sempre o dilema dos ricos e pobres, dos que queriam ou não queriam doar - e a partir daquele momento ficou estabelecido que a doação seria anônima, e que cada um doaria o que fosse possível levando em conta suas prioridades. Conta a parashat que as doações superaram em muito o necessário e que, naquele momento, estava estabelecidoa a principal forma de sobrevivência. Cada um deve doar o que considerar viável, e a soma poderá resolver diferentes situações. Sim, todos foram doadores, todos foram incluídos no ato de dar, porque o importante não era o quanto cada um doou, mas sim o próprio ato de doar. Todos foram INCLUíDOS porque todos foram RESPONSÁVEIS.

E o sábado acabou e chegou a segunda-feira, quando os israelenses foram às urnas pela quarta vez em um ano. O Estado de Israel é um estado democrático, parlamentarista. O partido que tem o maior número de cadeiras no parlamento forma o governo. Nas três eleições anteriores, nenhum partido conseguiu a maioria, ou conseguiu formar coalizões que permitissem montar um governo e então novas eleições foram chamadas.

O tema da semana é INCLUSÃO - e, nestes episódios nacionais é que podemos apreciar o quanto este é um conceito importante para o único Estado Judeu. Todos os cidadãos israelenses votam, e com igual direito, independentemente de religião, etnia ou outras características que possam separar indivíduos. Nestas eleições, nos tempos de corona vírus, foram montados cenários de ficção científica para que os que estão em quarentena pudessem votar. Mas o principal fator que destaca a inclusão é o resultado das eleições: os partidos árabes (isto mesmo, árabes), que incluem os árabes cristãos e muçulmanos, formaram a terceira maior bancada da Knesset, o parlamento israelense. Oops - mas como é possível em um país que é diariamente acusado de praticar "apartheid". Sim, é possível porque são acusações falsas, que podem ser facilmente contestadas pelas ações.

INCLUIR é permitir que o todo seja formado pela soma dos diferentes. O único Estado Judeu no mundo, o Estado de Israel é um estado inclusivo porque todos os seus cidadãos têm direito a opinar sobre os destinos do país, votando para ter representantes na mais alta instância.

INCLUIR é assumir a responsabilidade pelos que estão ainda sem recursos para aproveitar suas potencialidades também - o que nos leva ao vídeo que compartilhamos esta semana.


Boa Semana!

Regina, Marcela e Juliana



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