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quinta-feira, 4 de junho de 2020

EDITORIAL - Números e Nomes: Fatos e Fotos



Ainda em tempos de pandemia: semana após semana, todos nós testemunhamos o desenrolar dela em diferentes países do mundo e a história sendo contada por muitos ângulos. Assim como é difícil ver a imagem de uma pessoa em uma superfície circular, as muitas verdades que despontam nestes dias reduzem o nosso entendimento do processo, mas mostram de forma muito clara que a base de conhecimento de cada um pauta as ações e reações.

Neste momento as diferenças culturais, étnicas e políticas chamam atenção. Muitos tentam explicar alguns desempenhos mais favoráveis como sendo relacionados com cultura, liderança ou genética, outros mostram que nenhum dos fatores em particular parecem ser causa única, mas que a combinação de alguns deles tem determinado melhor ou pior desempenho.

No caso de Israel, por muitas semana temos retransmitido notícias, sempre checadas, em que se mostra a diversidade do país e a forma com que convivem diferentes etnias. Ser diferente é quase um padrão, mas o que esta diferença significa e quais a chances ou não chances que as diferenças propiciam são altamente discutidas. Muito interessante o vídeo que publicamos esta semana mostrando a vida de libaneses que vieram para Israel no final da Guerra do Líbano fugindo do Hezbollah.

Postamos também várias matérias sobre os  judeus que emigraram da Etiópia. Duas ondas de refugiados, que enfrentavam uma importante onda de antissemitismo, e o governo de Israel decidiu que era sua responsabilidade. Muitas foram as dificuldades até que chegassem a ocupar cargos no Parlamento, ou serem destaque na música, artes e na beleza.

Nestes tempos em que o racismo em todo o mundo aflora - e em que o antissemitismo é apresentado de forma mais explícita - é importante mostrar quando experiências diferentes mostram uma chama de esperança. Esperança do verbo esperançar, como diz o Prof. Mario Sergio Cortella, filósofo e Prof. Titular aposentado da PUC-SP, conhecido de muitos por ser pessoa presente em nossas mídias. Esperançar versus esperar. Os dois verbos remetem ao futuro, mas o segundo torna o futuro algo certo, basta esperar que algo vai acontecer. O primeiro dá ao futuro uma direção. Esperança que algo ocorra - e para isso, muitos sabem que algo precisa ser feito.


Folha de São Paulo - 29 de maio de 2020

Vamos juntos viajar para a  Etiópia de 2020, que aparece no jornais em todo o mundo, inclusive na Folha de São Paulo do último dia 29 de maio. País com aproximadamente 110 milhões de habitantes em que foram relatadas apenas 3.600 mortes. O número pode estar subnotificado, mas, ainda que multiplicado algumas vezes, seria excelente se comparado com a Suécia e outros países da Europa. A Suécia com 10,23 milhões de habitantes reportou, até maio, 4.562 mortes. Os dois países, Etiópia e Suécia, não optaram pelo "lockdown".

O que aconteceu na Etiópia, país de origem de Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor geral da Organização Mundial de Saúde? O país foi exposto a um choque de educação. SIM, haveria muita dificuldade de um "lockdown" rígido, mas havia necessidade de aumentar o distanciamento social e a lavagem das mãos. Assim, por todos os meios de comunicação, desde os visitadores de saúde até as mídias digitais, passando por uma mensagem por telefone - todo mundo que tira o aparelho "do gancho" para fazer uma ligação escuta - é repetida uma mensagem educativa ressaltando a importância das medidas preventivas.

Foi feita a disseminação de uma idéia; a conscientização da importância de tomar medidas preventivas.
O plantio de uma semente que está dando frutos.

Números e nomes; fatos e fotos - são apenas bases para compor idéias - e estas é que são disseminadas e alcançam o futuro. 



Educar - educar e educar... aos filhos e aos pais... aos alunos e aos mestres... aos ignorantes e aos doutos. 

Pratiquem o Isolamento Social - e lavem as mãos.

Boa Semana!
Regina P. Markus

Um comentário:

  1. Educar, educar e educar!!! Que bacana esta realidade mostrada da Etiopia Vs Suecia! Ainda com a ideia de educar, de plantar ideias e acreditar que elas podem florescer, lembremos que CADA VIDA HUMANA é importante, e assim, independente de questoes politicas ou sociais, vamos lutar por todos HUMANOS que estao perto ou longe de nós! (Aqui pensando no que ocorreu nos Estados Unidos com o George Floyd e afeta a todos nós).

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