Marcadores

segunda-feira, 8 de março de 2021

VOCÊ SABIA? - O jardim dos justos entre as nações

 

Nos passos do “Tikun Olam”, ou seja, consertando o mundo, apresentamos o jardim dos “Justos entre as Nações”

Por Itanira Heineberg


Jardim dos Justos entre as Nações - Hasidei Umot haOlam



Você sabia que “Quem salva uma Vida, é como se salvasse a humanidade?” (Talmud)


A Segunda Guerra Mundial perpetuou crimes inadmissíveis, inimagináveis, inundou o mundo em um rio de sangue, tristezas e perdas.

Muitas mortes foram contabilizadas e judeus foram destinados ao desaparecimento da face da terra.

Em meio ao terror algumas pessoas não se deixaram levar pelo medo, egoísmo ou falta de sentimentos pelos seus vizinhos; mesmo conhecendo o perigo que as envolvia, abriram suas casas, seus corações, suas carteiras e decidiram ajudar os judeus perseguidos pelos cruéis nazistas. O que receberam em troca de seus esforços?

Num primeiro momento apenas conheceram a alegria de ajudar o próximo, de salvar alguém dos campos de extermínio alemães.

Mas com o passar do tempo suas histórias de generosidade e amor vieram à tona e suas ações foram reconhecidas, elogiadas, premiadas e registradas no Jardim dos Justos entre as Nações, no Memorial do Holocausto em Jerusalém.



Falemos agora do Rabino Harold de Valley Beth Shalom, na California, e de sua religiosidade. Um dos mais respeitados líderes e professores de sua geração, foi rabino por mais de 40 anos.

Foi ele o fundador presidente da Fundação Judaica para os Justos em 1986, uma organização que identifica e oferece subsídios aos não-judeus que arriscaram suas vidas para salvar judeus ameaçados pelos agentes da selvageria nazista.

Ele também foi o fundador da World Watch Judaica, que visa aumentar a consciência moral dentro da comunidade judaica. Sinagogas e outras instituições religiosas estão agora apoiando esse esforço em todo o país.

Rabino Schulweis é autor de muitos livros, incluindo: Consciência: O Dever de Obedecer e o Dever de Desobedecer (Luzes Judaicas), Abordagens à Filosofia da Religião, Para Aqueles que Não Podem Acreditar, Encontrando-se no Judaísmo, No Espelho de Deus, entre outros.”

 

“O Rabino Harold M. Schulweis estabeleceu a Fundação Judaica para os Justos (JFR) para cumprir o compromisso judaico tradicional com o hakarat hatov, a busca e o reconhecimento da bondade.

Para este fim, o JFR está empenhado em ajudar os gentios justos que estão em necessidade.

Freqüentemente, relutam em pedir ajuda; eles agiram sem esperar recompensa antes ou agora. No entanto, como Rabi Schulweis percebeu, é nosso dever honrá-los e apoiá-los. O JFR começou financiando oito equipes de resgate, e esse número cresceu rapidamente, chegando a 1.800. Agora, à medida que os socorristas envelhecem e passam, o número de socorristas recebendo nosso apoio está diminuindo; no entanto, continuamos a receber novos pedidos em nome de equipes de resgate recentemente reconhecidas.

Atualmente, o JFR apoia socorristas idosos e necessitados em 18 países. Além de fornecer a assistência financeira necessária para as equipes de resgate a cada mês, a Fundação preserva a memória e o legado das equipes de resgate por meio de seu programa nacional de educação sobre o Holocausto. O objetivo do programa é educar professores do ensino fundamental e médio sobre a história do Holocausto e fornecer-lhes os recursos para integrar esse conhecimento em suas salas de aula.”


Rabino Schulweis – 1925 - 2014



O prêmio "Justos entre as Nações" foi instituído pelo Memorial do Holocausto em 1953 em reconhecimento a todos os não judeus que durante a Segunda Grande Guerra se sensibilizaram com a grande tragédia de um povo indefeso, dedicando-se a salvar os judeus acossados pelos nazistas.

 

“O Yad Vashem, instituto de Jerusalém que preserva a memória do Holocausto, plantou em meio as colinas da Cidade Santa o Bosque dos Justos, onde cada árvore representa uma significativa homenagem à memória daqueles bravos,

Para além de dois cidadãos brasileiros (Aracy de Carvalho Guimarães Rosa e Luiz Martins de Souza Dantas) e três portugueses (Aristides de Sousa Mendes, Carlos Sampaio Garrido e o padre Joaquim Carreira), muitos outros são os famosos agraciados com este prêmio.”




A Avenida dos Justos entre as Nações tem mais de 2.000 árvores que foram plantadas em homenagem aos não-judeus que arriscaram suas vidas a fim de resgatar os judeus dos nazistas. Em cada árvore encontramos o nome e dados da pessoa homenageada.

O mundo olha com gratidão para todos os incluídos no jardim dos Justos entre as Nações, 27.000 pessoas que se dedicaram a salvar vidas de judeus arriscando perigosamente a sua própria existência e a dos seus familiares, sem esperar recompensas, opondo-se àqueles seus vizinhos que assistiam aos crimes com total indiferença, alguns colaborando com o regime e muitos até se beneficiando com a expropriação da propriedade dos acusados.

“Em um mundo de total colapso moral, havia uma pequena minoria que reunia extraordinária coragem para defender os valores humanos. Estes eram os Justos entre as Nações. Eles contrastam fortemente com a corrente principal de indiferença e hostilidade que prevaleceu durante o Holocausto. Ao contrário da tendência geral, esses socorristas consideravam os judeus como seres humanos que estavam dentro dos limites de seu universo de obrigações.”


Vejamos agora parte de um poema do Rabino Schulweis, referido por sua esposa Malkah após sua morte: 

 

“Você sabe de qualquer oração judaica que conclua com as palavras "Desculpe, mas eles não são nossos" ...?


Fomos melhor ensinados por nossos profetas

e nossos patriarcas e nossos sábios:

Sejamos os pais e mães dos sem pai e sem mãe

E se eles foram abandonados pelo mundo, expostos a todos os tipos de

doenças, reunamos estes filhos.

 

Preparemos mochilas com rede de mosquitos, sapatos, medicação e

lápis coloridos, juntamente com uma nota em uma língua que não a nossa própria.”

 

Malkah Schulweis with Rabbi Harold M. Schulweis (z"l) 


Segundo o historiador Simon Rawidowicz, “O mundo faz muitas imagens de Israel, mas Israel tem apenas uma imagem de si próprio – a de estar constantemente à beira de deixar de ser, de desaparecer; um povo que está sempre morrendo.”

 

Esta sensação tem sido experimentada desde os tempos de Abraão, mas milagrosamente estas pessoas que morrem são também as que vivem e se renovam.

 

“O talento nacional judaico para a renovação é a maior maravilha da longa história do Judaísmo.”

História do Judaísmo – uma narrativa de continuidade!

 

 

 

FONTES:

https://www.jww.org/blog/why-rabbi-schulweis-zl-believed-in-the-mission-of-jewish-world-watch/

https://www.jornaldaorla.com.br/noticias/43898-os-justos-entre-as-nacoes/

https://www.amazon.com.br/dp/B07WLMCF3K/ref=dp-kindle-redirect?_encoding=UTF8&btkr=1

https://www.readhowyouwant.com/authors/details/Rabbi-Harold-M-Schulweis/11791

https://news.un.org/pt/story/2019/01/1657162

http://rwpaisagismo.blogspot.com/2018/06/destaque-la-jardim-dos-justos-entre-as.html

https://www.goisrael.com.br/unforgettable-yad-vashem/

https://jfr.org/about/

Um comentário:

  1. Itanira parabéns pelo conteúdo , os Justos entre as nações devem ser lembrados como exemplos a ser seguido de solidariedade e preservação da vida dos que se encontram em situação de risco pela vulnerabilidade do seu entorno.

    ResponderExcluir