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terça-feira, 30 de abril de 2024

VOCÊ SABIA? - AJC - Comitê Judaico Americano

 

Celebridades em apoio a Israel elevam suas “Vozes contra o Antissemitismo”

Por Itanira Heineberg


Você sabia que em abril de 2024, o Comitê Judaico Americano (AJC), a organização global de defesa do povo judeu, lançou uma campanha em resposta aos ataques da mídia contra Israel e ao aumento do ódio antijudaico em terras americanas após o massacre de 7 de outubro, com o nome de “Vozes Contra o Antissemitismo”?

 

“Na sequência do ataque brutal do Hamas em 7 de Outubro – o pior massacre de judeus desde o Holocausto – o AJC mobilizou a sua rede global sem paralelo para enfrentar as ameaças sem precedentes que os judeus mundiais enfrentam.   

Das capitais mundiais aos campi universitários, a AJC trabalha com líderes de toda a sociedade para apoiar Israel e combater o crescente antissemitismo,  aproveitando as comunicações estratégicas para educar, combater a desinformação e moldar a opinião pública.”

 

Este Comitê defende:

 - o direito de Israel de existir em paz e segurança;

 - os valores democráticos que unem os judeus aos seus aliados;

e confronta o antissemitismo, seja qual for a fonte.

O AJC também luta para proteger os direitos humanos e prevenir o genocídio através do Instituto Jacob Blaustein para o Avanço dos Direitos Humanos (JBI) trabalhando para:

- combater a intolerância religiosa;

- acabar com a tortura;

- e se opor a todas as formas de discriminação.

O AJC protege os direitos humanos em todo o mundo através do envolvimento com governos, diplomatas, as Nações Unidas e outras organizações internacionais e parceiros da sociedade civil.


ACJ  -  Salvaguarda dos refugiados e migrantes



Mapa do AJC ao alcance dos Judeus no Mundo.

Onde quer que Israel e o povo judeu precisem de nós, o AJC está lá.



Agora podemos dizer que conhecemos um pouco mais sobre este fantástico comitê e consequentemente, entender melhor sua atuação no mundo.

Assim, frente ao avanço desenfreado do antissemitismo pós 7 de outubro em Israel, ressurgiu um preocupante ódio contra os judeus na América e o ACJ agiu rapidamente, criando uma série de vídeos eletrizantes encenados por celebridades e influenciadores judeus americanos, trazendo à tona o incansável ódio aos judeus, o antissionismo, a dor pelos reféns prisioneiros em Gaza e a importância do Estado de Israel para o Povo Judeu.

Nestes vídeos, Ginnifer Goodwin, Jennifer Jason Leigh, Eitan Bernath, Modi Rosenfeld, Elon Gold, Moshe Reuven, Jonah Platt, Lizzy Savetsky e Ariel Martin esclarecem a razão para lutar ativamente contra essa forma de antissemitismo.

 

A seguir, 3 vídeos do ACJ:







 

“Ao final de cada vídeo, os espectadores são convidados  a se juntar à AJC para tomar medidas contra o antissemitismo por meio da implementação da Estratégia Nacional dos EUA para Combater o Antissemitismo, trazer para casa os reféns mantidos pelo Hamas e ficar ao lado de Israel. Você também pode agir.

https://www.ajc.org/take-action

 

Sim, todos podemos e devemos agir.

Não podemos ficar calados ao ouvirmos falsas informações sobre o 7 de outubro, ou relatos mentirosos sobre os soldados de Israel, IDF.

As Universidade americanas estão repletas de mal informados ativistas em prol do grupo terrorista Hamas.

Assim como o ACJ, devemos espalhar as boas notícias de Israel a todos que nos cercam. A verdade sobre o Povo Judeu deve prevalecer e devemos todos, judeus e não judeus, lutar por ela. Terrorismo não ajuda ninguém, é um mal destruidor para todos os povos da Terra.

Unamos nossas vozes para combater o terrorismo e todos aqueles que sofrem em suas mãos como os palestinos nas garras do Hamas.

Abaixo temos um exemplo de algo que aconteceu recentemente, em 22 de abril 2024, na Universidade de Columbia:


Professor israelense Shai Davidai fora da Universidade de Columbia, 22 de abril de 2024. (Lucas Tress/JTA)


Semana judaica de Nova York via JTA — Um professor israelense foi impedido de entrar em uma parte do campus da Universidade de Columbia e membros judeus do Congresso exigiram ação do governo nesta segunda-feira, enquanto os protestos pró-palestinos contra Israel continuavam a agitar a universidade de Manhattan.

Unamos nossas vozes às do famoso comediante canadense não judeu Daniel-Ryan Spaulding do qual falamos na semana passada, da grande jornalista espanhola não judia, Pilar Rahola, e de alguns Senadores americanos frente às terríveis invasões de estudantes pró Hamas em várias universidades dos Estados Unidos. 



É o momento certo para unirmos nossas vozes contra o terrorismo.



FONTES:

https://www.ajc.org/voicesagainstantisemitism?_hsenc=p2ANqtz-81PAbaQLYh7CEULFjXzp2gLqh1q2V52VRr9QUhb0V9LM-okUPcpt34xTZPiHCx3sUKzF0X1UFgv94Zmg8Jw6UlGiyAeFVa0QkjgRI7UG8iIwtFpFI&_hsmi=302786984&utm_campaign=VOA&utm_medium=email&utm_content=302786984&utm_source=hs

https://www.ajc.org/whoweare

https://www.ajc.org/news/meet-the-celebrities-and-influencers-speaking-out-about-jew-hatred-in-ajcs-voices-against


sexta-feira, 26 de abril de 2024

Diário de Guerra - 5 - Por Vivian Hamermesz Schlesinger





DEUS TEM UM PLANO God has a plan. Desde que você leu essa frase em um poster, há 35 dias, ela está sempre te desafiando. Quando você a esquece, ela volta a se colocar na tua frente, pairando a um metro e meio do chão. Uma frase que sorri, à espera da tua concordância.

Você sabia que não deveria ir lá. Visitar um lugar onde houve um massacre, para quê? Seria um desrespeito. Uma atitude parente daquela que se vê em acidentes de automóvel, onde os abutres voyeurs se acotovelam, obscenos. Você sabia que isso não se faz. Como você poderia honrar essas 364 almas que com certeza ainda estão lá, à espera de um milagre? Você decidiu que não iria. E foi.

Se um israelense quer ir lá, ver esse lugar de perto, ele tem todo direito, mas você? Você veio do Brasil para fazer trabalho voluntário, não para colecionar horrores para contar na volta. E mesmo assim você foi.

Se o Claudio não fosse, você não iria. Se ele não aprovasse, você saberia que é errado. Ele tem a bússola moral sempre firme, sempre aponta o norte. Ele não disse não. E você, já na defensiva, pensou, seja como for, vamos dividir isso também. Depois de 55 anos juntos, tudo tem de ser dividido. E vocês foram.

Tua amiga Liza queria muito ir. Chamou Shir, um amigo que esteve lá no dia. Ele virá encontrar vocês, quer contar.

God has a plan. Um campo de papoulas vermelhas. Margaridinhas amarelas em tufos, aqui e ali. À nossa frente, um eucalipto já sem cor jaz sobre a grama bem verde, o tronco levitando, desafiando a gravidade. Nem o eucalipto quis viver depois do que viu. Mais ao longe, na direção de Gaza, colinas suaves, poucas árvores. Havia chovido muito, a estrada de terra tinha sulcos largos e profundos, como se um trator pesado tivesse ido e vindo várias vezes por ali. Perdido. À esquerda, a uns 100 metros, via-se pequenos grupos de pessoas ao redor do que pareciam ser árvores jovens, ainda sem folhas. Em toda parte, bandeiras de Israel atadas entre duas árvores, insufladas pelo vento, prontas para zarpar. Velas presas a barcos ancorados ao solo. Lama cor de sangue.

Meu nome é Shir, ele diz, com um sorriso tímido que nunca sai do rosto. Shir, em hebraico, quer dizer música ou poesia. Shir, você estava aqui naquele dia? Sim, sou produtor musical (nome é destino), vim para a festa naquele dia em um grupo de 8 amigos. Você se esforça para se concentrar nele, porque o que de longe pareciam árvores são, na verdade, hastes verticais com uma foto grande de cada um dos 364 assassinados ali. Você sabe que a hora que começar a olhar essas fotos, uma a uma, e ler o que as famílias e amigos escreveram, os poemas, bilhetes de amor, de despedida, de saudades, você não verá mais nada.

Quando começaram as sirenes muitas pessoas se deitaram no chão, com as mãos sobre a cabeça, esperando que os mísseis parassem bem rápido. Eu tentava acalmar quem podia, já já chega o exército, já vamos acabar com isso...Era difícil, porque poucos minutos antes estávamos dançando, ouvindo música, felizes por estar na natureza.

Ele não fala nada sobre os terroristas atirando em todas as direções, correndo atrás de quem tentava escapar. Dá um fast forward. Muitos estavam tentando ir embora em seus carros, escolhi ficar. Os que não tinham carro, telefonavam para suas famílias nos kibutzim e em Sderot, pedindo para ir buscá-los, sem saber que o horror grassava lá também. Os que atendiam, não acreditavam, pensavam que era uma brincadeira. (Imagine. Seu filho sai com seus melhores 7 amigos para passar a noite em uma festa no campo, um lugar famoso pela beleza – até finais de ano de Jardim da Infância são festejados lá. Sua maior preocupação? Filho, não beba demais! Às 7 horas da manhã do dia seguinte, você recebe um chamado desesperado, dizendo que os terroristas estão aqui, estão atirando em nós – como? Terroristas em Israel? Um ou dois em um ataque pontual, isso conhecemos, mas dezenas, centenas deles, em solo israelense? Atirando nos jovens, lançando RPG’s sobre seus carros, para emboscá-los? Isso nunca aconteceu. E eis que.)

Vi as pessoas tentando se esconder em banheiros químicos, debaixo do bar, atrás das geladeiras. Decidi levar 3 feridos no meu carro a um hospital. Após algumas dezenas de metros, os terroristas vieram correndo pela estrada, atirando na nossa direção. Comecei a rezar o Shema (a reza mais importante do judaísmo, “Escuta,ó Israel, o Eterno é nosso Deus, o Eterno é um.”, que se diz todos os dias e quando se está diante da morte). Virei o carro, dirigi na direção oposta, consegui chegar ao kibutz Be’eri. Jamais poderia imaginar... uma cena daquelas. Corpos, partes de corpos, casas queimando, casas bombardeadas, em alguns casos só uma parede em pé. Fugi de lá com os feridos ainda no carro, bem rápido até Re’im. Lá também estava caótico, mas pude deixá-los até que fosse possível chegar a um hospital. Voltei para a estrada e pouco à frente vi os terroristas atirando nas pernas das pessoas dentro dos carros, e em seguida ateando fogo. (A voz não treme, mas a mão direita, em forma de viseira, vai várias vezes à testa, como se houvesse sol, mas era um dia frio e de chuva fina. Não é o sol que ele não quer ver, é a escuridão. Nenhum menino de 24 anos deveria ter essas memórias.)

Minha gasolina acabou. Zero. Larguei o carro. Cresci nessa região, conheço tudo. Fui andando, me escondendo pelos arbustos. Ouvia as armas automáticas perto de mim, sabia que eram os terroristas. No exército não usamos armas automáticas. Pensava em meu avô, sobrevivente (do Holocausto), foi partisan nos bosques na Polônia. Na minha fuga, conversava com ele. Em nenhum momento conseguia acreditar que estava vivo. Continuei andando até chegar em casa.

(Nada sobre as horas seguintes, os dias seguintes. Fast forward). Fomos em 8, voltamos em 8. Tivemos sorte. Histórias horríveis. Rafaela, minha amiga brasileira, foi à festa com seu namorado. Voltou sozinha. Ela sobreviveu porque escondeu-se com ele sob uma pilha de corpos em um banheiro químico. Ele a protegeu com seu corpo. Eles o encontraram. Assassinaram. Ela conta que todo o tempo em que ficou ali, imóvel, ouvia os terroristas cantando cada vez que matavam alguém.

Enquanto ele conta, muita gente foi se aproximando para ouvi-lo. Fazem perguntas, ele responde, a mão furtivamente protegendo o olhar. Não terminou. Estamos vivos. A vida tem algo que nos empurra, levanta, reconstrói. Vamos continuar. Nossa luz permanece. O sorriso tímido se acentua, como se de repente se desse conta do que acaba de dizer. Um silêncio emocionado de um segundo dura minutos. Uma senhora muito idosa aproxima-se, com a voz trêmula agradece a Shir por ter contado tudo isso. Ele, ainda mais acanhado, confessa que nunca havia contado para estranhos. Você finalmente para de brigar consigo mesma, entendeu porque tinha de vir. Uma última pergunta, Shir: se você pudesse dizer algo aos judeus no Brasil, o que diria? Ato contínuo: Venham para Israel.

Você agradeceu, abraçou, fotografou. Enquanto se afastam, você volta o olhar a um abrigo antimíssil, dirige-se a ele. Caiado recentemente, milhares de buracos de metralhadora completamente visíveis, feito uma teia fantasma. Em azul, grafitado, Am Israel hai (o povo de Israel vive). Você entra. Não há porta, é um espaço de 2 por 3 metros. Ali, como em outros semelhantes, até 30 pessoas tentaram se proteger, e foram chacinadas. No chão, velas, algumas apagadas, outras acesas, em desordem. Nas paredes, também caiadas, recados: meu coração está com você. Saudades. Tenha paz. Não há placa explicativa, a dor é mais do que concreta.

Você sai. O ar cinza de chuva fina traz uma memória que não é sua. Você nunca esteve em Auschwitz, nem Majdanek, nem Bergen-Belsen, mas sua alma, sim. Você já decidiu que nunca pisaria na Polônia, porque lá estaria andando sobre cinzas. Mas sabe que precisa ir, precisa levar os netos brasileiros e os israelenses. Todos têm de saber de onde vieram. E aí está você, no campo da festa Nova. Das 3500 pessoas que vieram para celebrar o bem, 240 foram raptadas e 364 assassinadas. Mas você não se sente pisando em cinzas, sente-se abraçando todos eles, e suas mães, seus pais, filhos. Confesse: ao chegar lá ainda duvidava que seria capaz de se emocionar só por estar lá. E agora você precisa gravar uma mensagem para o grupo da família. Logo você, que tanto evita pieguice, precisa confessar para seus filhos, nora, genro, cunhados, irmã, netos... que sim, vir aqui te dobrou. Ninguém aqui está mencionando a tortura, os requintes sub-humanos e tudo mais que sabemos. Só estamos falando com os que foram silenciados. Na gravação, entrecortada pela voz que revela o que você não quer dizer, ouve-se ao fundo as explosões. Você está ao lado de Gaza, ao lado da guerra, e no entanto, está em paz. Mais segura do que na Avenida Paulista. Ao menos, se você morrer aqui, saberá porquê. Não será por um celular.

Enquanto você grava a mensagem, caminha a esmo e agora encontra-se frente a uma muralha. Um ferro-velho vertical de carros calcinados. Quem tentou fugir de carro foi metralhado e incinerado dentro dele. Centenas de esqueletos de aço, empilhados. Uma muralha de ferrugem. Cena do apocalipse. Serão enterrados. Não foi possível remover todos os restos humanos de todos eles, então pela lei judaica, têm que ser enterrados. Nunca o termo cemitério de automóveis teve tal peso em almas.

Hora da despedida. Vá e pare em cada uma das ‘árvores jovens’. Encare: são 364 posters sobre hastes de metro e meio de altura. Na base de cada um, um círculo de grama, flores, pedras. Túmulos provisórios. Os posters sorriem. Lior Kipnis, 27. Enormes olhos cor de mel. “Adorou Morro de São Paulo”. Eviatar Nakmolis, 65. Boné de baseball e sorriso. “Tocava violino para os netos.” Maayan Tomayev, 18. Feições de bebê, cílios enormes. “Queria ser chef de cozinha.” Natalia Idan, 71. Sorriso asiático. “Fugiu da Rússia há 30 anos, veio à festa com a neta.” Parynia Tansa-arg, 26. Óculos sérios, dentes perfeitos. “Deixou filhos e esposa na Indonésia.” Mohammed Ibrahim, 19. Bronzeado, uniforme impecável. “Capitão no exército de Israel.” Efrat Kirst, 68. Bigodes fartos, cabelo grisalho em rabo de cavalo, camiseta de rock. “Ativista pró-palestinos.” Sheli Madmoni, 25. Olhos boreais, inescapáveis. “God has a plan.”



ACONTECE: Abra Cadabra!

 



Por Juliana Rehfeld


Após os mísseis trocados com o Irã, com enorme eficiência tanto na defesa como no ataque por parte de Israel, cresce a preocupação de expansão do conflito. Fervem comentários críticos de todo lado, declarações menos cautelosas e mais contundentes de vários países. Estamos assistindo com tristeza, mas cada vez menos surpresa, o recrudescimento de demonstrações pró Hamas (!) e de antissemitismo sobretudo em Universidades, organizações que pretendem formar cidadãos para o mundo… nos EUA uma consistente Comissão do Senado decidiu relembrar, para fazer valer, a legislação da maior democracia do planeta ao Procurador-geral e ao Secretário de Educação, em carta aqui anexa.  Diferentemente disso, aqui no Brasil estamos longe de uma posição oficial sensata quando o presidente e o Itamaraty condenam Israel pelo ataque do Irã ao seu território!

Em meio a isso, Pessach está acontecendo ao longo desta semana. A maioria de nós, em todos os cantos deste nervoso e barulhento mundo, paramos o dia-a-dia para voltar ao Egito de 3300 anos atrás, lembrar como era amargo e como foi difícil sair de lá. E nos empenhamos, mais uma vez este ano, em contar às nossas crianças, na ordem certa, a história de como nos tornamos um povo no deserto e por que voltamos a nossa Canaã como Israel. Cantamos, respondemos perguntas e principalmente, induzimos que perguntas sejam feitas sobre todo o percurso de forma a ressignificar e atualizar nossa relação com nosso passado e nossa comunidade. Cada ano tem suas particularidades, suas dificuldades; à medida que nossa história vem se desenrolando temos, infelizmente, mais momentos amargos a lembrar, difíceis de entender, passagens que até hoje não conseguimos acreditar que ocorreram, horrores que achávamos fossem apenas ficar no passado mas que voltam para nos assombrar. E refletimos sobre como explicar mais isso aos pequenos e aos jovens de maneira a prepará-los para sua própria reflexão, para que consigam “ferramentas” e estrutura para suas próprias trajetórias. Para aprenderem, sobretudo, a colaborarem entre si, a comprometerem-se uns com os outros para melhorar o mundo em que vão viver. E, sim, eu acredito que sempre saímos mais fortes do que entramos nesta celebração. Saímos mais fortes para continuar construindo juntos um futuro não só menos amargo, isso é querer pouco, mas um futuro comum mais doce e justo, para “todo Israel - o plural Israel, e para “Col Yoshvei Tevel“ - todos os habitantes do mundo. 

Dia desses recebi uma fala do reb Adam Yitzhak sobre a origem e o poder que a Cabala coloca na expressão que veio do aramaico ao hebraico: Abra Cadabra! Somos todos mágicos e dizemos Abra Cadabra - respeitável público - אני ברה כדבר - eu crio aquilo que digo. Nós somos co-criadores do mundo em que vivemos, ao pronunciarmos as palavras que ressoam entre a nossa mente e nosso coração. Equidistante da nossa mente e do nosso coração está nossa boca e, isto estaria confirmado no possível exercício de numerologia onde a mente (מח=48) somada ao coração (לב=32) resulta em 80 = פ (boca). Interessante, não? Então, aquilo que pronunciamos quando unimos nossa mente e nosso coração tem grande chance de vir a ser! 

E portanto, devemos ser muito cuidadosos e generosos com o que desejamos pois somos poderosos! 

Chag Pessach Sameach e Shabat Shalom!



Escrevemos a respeito da onda de manifestações antissemitas e pró-terrorismo nos Campi de universidades. Esses manifestantes pro-Hamas têm de fato fechado campi e literalmente expulsado estudantes judeus de nossas escolas. O departamento de Educação é o reforço da legislação devem agir imediatamente para restaurar a ordem, processar os manifestantes que vêm perpetuando a violência e ameaças contra estudantes judeus, devem revogar os vistos de todos os estrangeiros (tais como estudantes de intercâmbio) que têm participado na promoção de terrorismo, e responsabilizar os administradores das escolas que os têm apoiado ao invés de proteger seus alunos.

Pessoas que protestam contra Israel, impulsionados por conhecidos esquerdistas, têm se aglomerado em campi nos últimos dias, cantando slogans antissemitas e ameaçando estudantes judeus. A situação evoluiu a tal ponto que um proeminente rabino da Universidade de Columbia incentivou alunos judeus a fugirem do campus e ficarem afastados para sua própria segurança. A Universidade de Columbia tem sido um dos exemplos mais públicos, mas a violência é as ameaças contra estudantes judeus foram também cometidas em outras assim chamadas universidades de elite nos últimos dias. Por exemplo, na Universidade de Yaleum estudante de jornalismo judeu foi atacado durante o fim de semana por um agrupamento pró- Hamas enquanto tentava filmar um protesto.

Vocês devem agir para restabelecer a ordem e proteger estudantes judeus em nossos campi universitários com a intenção de. O presidente Biden emitiu uma declaração no domingo (21 de abril) condenar a  eclosão de antissemitismo. Se essa declaração for séria ela deve ser acompanhada de imediata ação de vossos departamentos.

O vandalismo viola a lei federal? Violência ou tentativa de violência contra qualquer pessoa simplesmente por sua ascendência judaica viola a lei federal ? O fracasso de gestores de escolas na proteção de estudantes judeus contra discriminação ou assédio viola a lei federal e fornece motivo para que essas escolas percam o acesso a fundos federais? Alinhar-se ao apoio a terroristas como o Hamas viola a lei federal de imigração e fornece motivo para deportação. Por favor informem a nossos gabinetes sobre seu empenho em garantir o cumprimento dessas leis e outras correlatas tão logo possível mas no mais tardar em 24 de abril às 17hs.

Gratos por seu pronta atenção a este importante assunto.

quinta-feira, 18 de abril de 2024

Iachad (juntos - יחד) - por André Naves: Ophicleide

 



         Hoje em dia é muito fácil. É só a gente entrar no Google que as respostas vêm, como formigas comendo restos. Na minha época tudo era diferente... Melhor, diriam os saudosistas...

            Tinha a Barsa, a Mirador, a Larousse... Até o Manual do Escoteiro Mirim eu tinha! Pra quem gosta de passado, amarelo como ouro, tudo é motivo de lembrança! As memórias são rios que passam, mas nos deixam felizes e molhados.

            Tem uma turma, entretanto, que acha que essa aparente facilidade veio para ficar. É a turma de cabelo ao vento, que pensa que o novo sempre vem. Pra essa gente, é só dar uma gugada e pronto.

            Um dia meu avô passou lá em casa como era o costume. Ele queria ver os netinhos e o canarinho. Depois ia pra praça da Matriz conversar com o seu Tosta. Eu não sei bem o motivo, mas fui levado naquele dia.

            Lá na praça, enquanto eles conversavam, dava pra sentir o cheirinho de pão quente ali da padaria Paris. Aliás, naquela rua que descia até o Mercadão tinham vários comércios árabes e uma loja de uma família judaica.

            O tio Jimmy adorava contar a história de como fora salvo e acolhido pela comunidade árabe de Jacareí quando, como que por milagre, um pequeno, mas gigante, sinal o tirou do trem para Auschwitz, e os trouxeram para Jacareí.

            Aquele cheirinho de pão me lembrava da minha avó... Qual? A Rosinha. A Tereza era uma das melhores cozinheiras que já pisara nas terras jacarienses, mas era a vó Rosinha que fazia chás, bolos, quitutes mineiros e pãezinhos...

            A vó Tereza era uma (quase que sai um palavrão agora) duma cozinheira. Mas as especialidades dela eram outras... Feijão, arroz, carnes, frangos, empadas... E o melhor bolinho caipira!

            Vamos combinar que um cheirinho de fornada lembra mais a vó Rosinha...

            Sabe quem tava na praça aquele dia? O Miguelzinho... Enquanto a gente corria e brincava, o avô dele tocava no coreto. Parecia até uma pintura de Heitor dos Prazeres... Era um grupo de Chorinho e ele tocava o Ophicleide!

            Eu fui ouvindo aquelas notas e um encanto subiu pela minha espinha. Dizem que foi um alumbramento, uma epifania... Vai saber... Eu já era uma criança precoce e excêntrica. Gostava de Playboys e Óperas... Aprender Ophicleide já era demais!

            Fora que, onde achar um professor disso em Jacareí? Se o povo mal sabia que esse instrumento existia... A verdade é que já não tava na moda. Não era um violão nem um piano...

            OPHICLEIDE!

Quando a dona Raquel Pick chegou no Brasil, esse era um instrumento do gosto popular. Chorinho, na praça Onze, era com Ophicleide.

            Teve uma vez, no finzinho da aula, que a gente tava jogando STOP. De repente, instrumento musical com “o”. Estufei o peito e escrevi OFICLEIDE! Na hora a turma começou a reclamar.

            “Isso nem existe!” “É o nome da amiga da sua vó!” “Você tá robando!” “Vai perder os pontos!”. E o Miguelzinho quieto! Quieto! Eu nem acreditava naquela milonga... De repente, tava sobrando pescoção pra todo mundo!

            Se existisse Google na época!

            Quando eu escrevo, e talvez seja isso, eu nunca costumo deixar tudo mastigado para o leitor. Quero que ele se envolva comigo, igual os cavaletes de cristal da Lina Bo Bardi que obrigam o movimento para o conhecimento total da obra!!

            Dê uma gugada! Procure na Barsa! Use a imaginação! Escreva comigo!

            Vamos, juntos, descobrir que saber tocar é muito mais importante que só ouvir a música, por mais linda que seja!

André Naves

Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos, Inclusão Social e Economia Política. Escritor e Comendador Cultural.

Diário de Guerra - 4 - Por Vivian Hamermesz Schlesinger

 


1.                 A PEQUENA ROMI E SUA BEBÊ

Vocês querem ver a delegacia de Sderot? A pergunta de Liza me pega de surpresa. Delegacia...? Ah, sim, mas... há algo ali para se ver? Sim! Olugar onde tudo aconteceu! Quando escolhemos fazer o trabalho voluntário nas fábricas em Sderot, a 1.5 km da fronteira com Gaza, não foi pensando no que havia ocorrido na cidade e sim na falta de mão de obra, já que a população da área próxima à fronteira foi levada às regiões mais centrais, mais seguras (o mesmo foi feito com a população no Norte, para protegê-los dos mísseis do Hizbollah). Mas Sderot é a “capital mundial dos abrigos antibombas”. Desde a Intifada no ano 2000, milhares de mísseis foram lançados de Gaza diariamente. Ao soar o tzeva adom (literalmente “cor vermelha”), você tem 15 segundos para chegar ao abrigo. Se você tem 3 anos, ou 83, tem os mesmos 15 segundos. Toda casa ou apartamento tem o quarto seguro. Lojas, mercados, pontos de ônibus, vestiários ao lado das piscinas dos parques comunitários, todos são antibombas. A delegacia de polícia foi construída como uma fortaleza, para resistir a um ataque de mísseis e muito mais. Segurança. Segurança ficou na outra margem do rio de sangue de 7 de outubro. Com a invasão dos terroristas, os abrigos transformaram-se em armadilhas funestas. Na delegacia, a história foi diferente, por isso Liza insistiu que visitássemos. Relutantes, concordamos. Despedimo-nos de nossos novos amigos. É nosso último dia como voluntários na fábrica de embalagens de papelão, onde conhecemos Liza. Ela nasceu no Uzbequistão, de onde seus pais, médicos, precisaram fugir do antissemitismo com seus 5 filhos. Nos entendemos desde o primeiro dia: ela precisava falar, eu precisava ouvir. Marcelo, nosso chefe, também já no dia em que começamos quis contar a história de Dolev, seu genro que está refém em Gaza há 5 meses, e eu quis muito ouvir. Agora, após 3 semanas, Dolev é parte de nossa família. A dor é um vínculo poderoso. Liza pediu a Marcelo autorização para sair da fábrica por uma hora para nos levar à delegacia. Nem precisou explicar muito, só disse, eles não sabem. Ele respondeu com um lento piscar de olhos, sim. Do distrito industrial até a entrada de Sderot foram poucos minutos. Os guardas não chegaram a parar nosso carro, só olharam firmemente para cada um de nós enquanto passamos bem devagar pelo checkpoint. São jovens de almas antigas, sorriem com um discreto aceno de cabeça. Mais uma presença do que propriamente uma barreira. Nesse momento, presença já é muito. Funcionando na cidade, por enquanto, só duas ou três lojas, um posto de gasolina, nenhum restaurante. Tudo fecha antes das15h. A noite é um assombro. Liza, que vive em Sderot, está desde 8 de outubro morando com sua família em Tel Aviv, a70 km, em um apartamento alugado pelo governo. Vai e volta todos os dias para trabalhar. Preciso ficar uns dias em Sderot, limpar minha casa - saímos às pressas, está imunda. Mas ainda não consigo dormir aqui sozinha.

 



2.                  

Ao desavisado não dá a impressão de cidade fantasma. A avenida de entrada da cidade é larga, com curvas suaves, canteiros delineados, bancos coloridos. A catástrofe está nos detalhes: um outdoor com furos do tamanho de laranjas, uma lona azul cobrindo de cima a baixo a lateral de um prédio de 6 andares, um ponto de ônibus sinalizado apenas por um cartaz escrito a mão. Pontos de ônibus em Israel normalmente têm banco para sentar, telhado, e muitos, até uma prateleira de livros para que você não fique entediado enquanto espera o ônibus. Nesse aqui, só um frágil poste e o cartaz pendurado. Você vê, e a calculadora de pequenos lutos vai somando. Seguindo pela avenida nas pracinhas ajardinadas vimos brinquedos de playground em formato de lagarta, casinha de bonecas, cabana da floresta – tudo muito colorido, enorme. De concreto. Abrigo, diz Liza, apontando para eles. Só 15 segundos entre brincar e morrer. Ela começa a falar sem parar. A delegacia, um beduíno, um Groteio... Estou confusa, mas não interrompo. A tensão aumenta no seu tom de voz, cada vez tem mais dificuldade para encontrar as palavras em inglês. Claudio, focado na direção, irritado. Sua linguagem corporal pede silêncio, mas Liza, do banco de trás, não percebe. Paira, invisível, o que estamos prestes a descobrir. Já me acostumei ao fato que tudo pode acontecer, inclusive nada, como diz Houellebecq. Mas meu coração soca o peito em ritmo de funk. Mais algumas quadras e à esquerda surge uma larga praça de terra. Estacionamos em frente. Não consigo parar de olhar para a praça. Paisagem lunar. Restos de tijolos, pedras de concreto de todos os tamanhos, grades de janela empilhadas em uma torre torta. Vêm à minha mente as fotos dos destroços das Torres Gêmeas, particularmente uma onde se vê parte do esqueleto de aço retorcido, pontas de 6 metros projetando-se do solo em ângulo, um bombeiro em pé, atolado, diminuto por comparação. De repente entendi que eu estava olhando para os restos mortais de uma demolição.No fundo do terreno, a uns 30 metros, uma escavadeira descomunal abocanha partes irreconhecíveis das ruínas e as cospe em uma vala. Não escuto o barulho da escavadeira, nem qualquer outro. Sem minha permissão, meu cérebro bloqueia o som para organizar as imagens: ali jaz a delegacia de polícia. Os escombros, já bastante reduzidos, recompõem-se na equação da morte: 7/10 é 11/9. Só então me dou conta dos automóveis passando apressados, como todo israelense ao volante. Ao nosso lado, jovens sentados na grama escutam, sérios, um policial fardado, camisa azul clara com os vincos intactos, em pé à frente do grupo. O rosto anguloso, bronzeado, a postura ereta, mais juventude do que sugere a cabeça grisalha. Os gestos são precisos, econômicos. Quando se vira para apontar esse e aquele lado da avenida, percebe-se a arma, perfeitamente ajustada ao cinto, discreta, mas pronta. Nos aproximamos para ouvi-lo. Ele fala baixo, voz firme, em um hebraico rápido mas claro. Entendo boa parte....todos eles idosos, no ponto de ônibus enquanto o motorista da van que os levaria ao Mar Morto trocava o pneu. Mortos à queima-roupa. Os terroristas voltaram para se certificar que estavam, cada velhinho de 90 anos (faz uma pausa, inspira visivelmente, e continua) morto mesmo. Por via das dúvidas, outra rajada à queima-roupa. O motorista escondeu-se mas foi localizado, atiraram nele também. Fingiu-se de morto. Correram para suas SUV’s e seguiram por esta avenida. Ali – aponta para a esquina - depararam-se com uma família que tentava fugir em seu carro. Dagan, o pai, foi morto imediatamente. Odaya, sua esposa, conseguiu dirigir alguns metros até que Amer, beduíno de 25 anos que trabalhava em Sderot, tomou a direção para ajudar Odaya. Ao se aproximarem da delegacia, Amer e Odaya foram mortos com uma rajada de metralhadora. Duas crianças estavam escondidas no chão do carro, não foram vistas. Ao menos o demônio não é onisciente. Sabemos mais do que gostaríamos do que teriam feito com as crianças caso as tivessem encontrado. Atirando sem parar, os terroristas conseguiram invadir a delegacia. Yair, policial que tentava bloquear a passagem dos terroristas, ouviu uma criança gritando dentro do carro. Correu, abriu a porta e deparou-se com Romi, de 6 anos. Você é de Israel?, ela perguntou aos berros, entre lágrimas. Sou de Israel, minha querida, venha comigo, ele respondeu enquanto a tirava do carro. Mas eu tenho a bebê aqui! Só então Yair viu a pequena Lia, de 3 anos, encolhida entre os bancos, escondida pela irmã ‘grande’. Yair tirou as duas e debaixo de muito fogo – você acredita em milagres? – levou-as até um jipe blindado. Fazia uns 10 graus e ventava bastante ali onde estávamos em pé, ouvindo. Eu tinha mais um casaco no carro mas não podia perder nem uma frase. O policial falava, e um rapaz traduzia ao inglês para os moços reunidos a seus pés. Percebi um mural muito colorido ao lado da praça. No canto esquerdo, a bandeira de Israel, a da Polícia e a de Sderot. Ao centro, um prédio  imponente, de dois andares – só podia ser a delegacia. A técnica de perspectiva primária dava um ar juvenil ao desenho, mas nem por isso menos instigante. Acima, como que surgindo do prédio, uma Torá maior que a própria construção, de onde saíam letras hebraicas em azul e branco em direção ao céu, um alef aqui, um lamed ali, outras mais. Lembrei-me que 7 de outubro era Simhat Torá - literalmente “Alegria da Torá”, em que celebra-se o término da leitura anual da Torá. O Povo do Livro comemora com muita alegria, canto e dança o fim da leitura do Livro, e já começa a reler, No começo criou Deus o céu e a terra... A caminho da sinagoga para essa festa, naquela manhã, dezenas de pessoas foram assassinadas. Muitos tinham armas em casa, mas quem leva uma arma à sinagoga? Lá espera-se encontrar Deus, não terroristas endemoniados. No mural, o céu está azul, mas há duas nuvens densas que crescem do solo para o alto – as nuvens da guerra. No centro, o horizonte está em fogo. Por pouco não vi um tanque que torpedeia a delegacia. Tanque? Isso eu só iria entender mais tarde, mas estava tudo ali. Dezenas de terroristas chegavam em SUV’s, armados para a guerra, atirando em tudo que se mexia. Mais de 20 já estavam dentro do prédio. Alguns policiais conseguiram subir ao telhado, de onde foram resgatados por bombeiros. Do lado de fora, policiais e civis juntaram-se na luta. Naor, 66 anos, ex-membro da SWAT israelense, pediu a um policial que lhe emprestasse sua arma, o que obviamente o rapaz recusou. O policial virou-se para socorrer um ferido e largou a arma por um momento. Naor a agarrou, correu para dentro do edifício em frente à delegacia, subiu 3 andares e da janela de um banheiro, mirou e eliminou vários terroristas. Mas eles eram muitos. Entocaiados dentro da delegacia e com visão privilegiada da rua, continuavam o massacre. Foi ficando claro que não seria possível removê-los de lá sem um alto custo em vidas. O Comando Central deu a ordem: demolir a delegacia. Seria preciso um tanque para isso. Assim se fez.

 



3.                  

O tanque no mural. A paisagem lunar. Os escombros. Estava tudo ali, tudo que havia sido. O pior do relato estava por vir. Ao remover os escombros, foram encontrados os corpos de 26 terroristas com armamento pesado, munição para vários dias, comida, água, mapas precisos. Sderot era apenas a primeira parada. Pretendiam invadir Israel até o Norte. Vieram preparados para isso, só não esperavam essa resistência. Em poucas horas o exército e a força policial do Sul de Israel organizaram o bloqueio de todos os cruzamentos nas estradas. Nenhum terrorista conseguiu furar o bloqueio. A batalha de Sderot foi sua última parada. Enquanto eu finalmente entendia a importância dessa batalha, me vinham à mente as cenas que aconteceram nessas mesmas horas, em locais próximos a Sderot. Milhares de terroristas incineravam, estupravam, torturavam, degolavam e explodiam os moradores do kibutzim e os jovens no festival Nova. Quem estava em Sderot não tinha ideia disso, e vice-versa. Se ouvissem, não acreditariam. Quando a palestra terminou fomos conversar com o policial. Somos do Brasil, obrigada pelo relato, sou escritora e quero escrever o que aconteceu aqui. Ele sorriu, estendeu a mão, Sabatai Grabartzik, muito prazer. (Por sorte Lula ainda não havia proferido suas profundas reflexões acerca de Hitler, a Shoah e a guerra em Gaza. Depois desse pronunciamento grotesco, a palavra ‘Brasil’ passou a ser recebidade forma bem diferente.) Precisamos sim que vocês contem; no sprimeiros dias da guerra vieram jornalistas do mundo todo, mas agora a história não vende mais jornais. Essa guerra só pode ser entendida se o mundo souber como isso começou! Trocamos números de whatsapp, ele prometeu enviar informações atualizadas sempre que possível, e tem cumprido; eu prometi contar, e aqui estamos. Caminhamos de volta para o carro, cada um com seu silêncio. Liza provavelmente repassava os novos detalhes do que já sabia. Para Claudio e eu, era uma revelação arrasadora. Não o sacrifício – palavra fora de moda - dos 20 policiais e 50 civis que caíram nessa batalha. Isso é heroísmo – também fora de moda, a palavra e o ato – que conhecemos há milênios.O que nos golpeou naquele dia, ouvindo o policial Sabatai Grabartzik, foi perceber que estivemos de olhos vendados a alguns passos do abismo. Foi a arma secreta de Israel que nos afastou do abismo. A imensa coragem da pequena Romi para salvar “sua” bebê, essa arma não pode ser roubada nem copiada. Ou ela existe, ou. Falar em “bem” e “mal” também não se usa mais, então me ajudem a encontrar a palavra justa para descrever essa luta. Como escreveu o jornalista MazFriedman, a verdade de uma dada época já existe antes que seja visível para a maioria de nós.







O ataque iraniano e as mentiras contadas

 

John Kirby, porta-voz da Casa Branca, veio a público desmentir duas grandes mentiras que andam circulando com relação ao ataque iraniano contra Israel.


A primeira mentira é a de que o Irã teria lançado os seus mais de 300 mísseis e drones com a "intenção de falhar" e de "não causar danos", com a segunda mentira sendo a de que os iranianos teriam alertado os EUA para a iminência do ataque.


Assista:






ACONTECE: Sobreviver é vencer - O ATAQUE FRUSTRADO


Estamos encerrando uma semana única. No sábado, dia 14 de abril, o mundo presenciou um ataque único: drones e foguetes foram lançados do Irã para Israel. Um ataque direto! Os objetos voadores viajavam em velocidade de cruzeiro e demoraram 9 horas para chegar. No final do período, foram lançados objetos voadores ultra rápidos que levariam apenas 2 horas para cruzar cerca de 1500 - 1900 km. Este é um fato inédito. Uma grande surpresa que segue o padrão do 7 de outubro de 2023. A grande diferença é que Israel está em alerta. O país está preparado para ser atacado de forma militar. A população sabe se proteger e as defesas aéreas postas em ação funcionaram. 

E o dia do amanhã!

COMO É GRANDE!!! Apenas um pedaço de míssel que caiu em Israel - foram lançados 300! ISRAEL LIVE NEWS
um video em inglês para acompanhar a defesa

E CHEGA O AMANHÃ.... 

O domingo chega, muitos voltam ao trabalho. A vida em Israel continua. OS REFÉNS ainda estão em Gaza e o HAMAS recusa mais uma proposta de troca dos reféns. A proposta nem incluía a troca de todos; discriminava entre homens e mulheres, soldadas e civis. Mulheres continuam sendo estupradas, algumas parecem estar grávidas. Crianças pequenas e idosos continuam sem UMA visita da CRUZ VERMELHA INTERNACIONAL e... o mundo está preocupado em qual será a reação de Israel. 

No sábado, enquanto conversava com pessoas que estavam escondidas em bunkers buscando informação de filhos que tinham ido a uma excursão no sul de Israel (Eilat), o governo brasileiro emite uma nota oficial: "O Brasil pede máxima contenção a Israel...." Esta fala brasileira é reverberada nas manchetes de jornais, radios e televisões. E quem está nos bunkers espera, espera e espera. Ouve-se jatos israelenses cruzando os céus, ouve-se as notícias nas rádios e nas mídias sociais.

Os dados objetivos de comparação entre Israel e Irã são impressionantes e não foram divulgados na mídia. Irã, que tem como próximos o Hamas, o Hezbolah, a Jihad Islâmica e os Houthis, entre outros grupos que usam o terror como a principal arma de guerra, é a grande ameaça à sobrevivência do Estado de Israel. A população israelense, formada por diferentes etnias, grupos religiosos e arranjos sociais manifesta-se através de eleições, de seus representantes e de ações diretas. Israel é uma democracia. A população iraniana, também formada por diferentes etnias, é oprimida pelo regime islâmico que se instalou em 1979. Esta semana foi uma iraniana publicou no Instagram a posição de mulheres iranianas distinguindo entre o povo iraniano e o governo do Irã. Vale seguir e acompanhar a história ao longo de décadas do sistema dd Proxis. 

ELICALEBON - reação aos projéteis. Vale cada minuto. Paz será atingida com diálogo entre as pessoas.

CONTINUANDO....

Os projéteis atravessaram os céus do Iraque e encontraram obstáculo na Jordânia. Há uma controvérsia se a Princesa Salma Bint Abdulah, terceira filha do Rei da Jordânia, teria participado da missão que abateu seis projéteis ainda na Jordânia. Há desmentidos. Deixo registrado a controvérsia e a foto da Princesa recebendo a Asa de Piloto de Caça de seu pai, o Rei Abdulah, para que possamos lembrar que o mundo mulçumano, assim como o judaico, não é homogêneo. A Princesa Salma repesenta uma mulher moderna, aceitando desafios com o apoio dos pais.

 

Princesa da Jordânia, Salma bint Abdullah recebe de seu pai, Rei Abdullah II asas de piloto. Primeira mulher da Jordânia a completar o treinamento como piloto de caça


E os mísseis chegaram.

As imagens do show de luzes sobre as diferentes cidades, sobre o Monte do Templo e sobre Jerusalém são chocantes. Objetos enormes alcançando o alvo. E Israel pôs à prova sua força de defesa! Um sistema que contou com a participação de nações aliadas, como os Estados Unidos e o Reino Unido.

O Prof. de Física de Israel, M. Abitbol estava, assim como toda população, abismado com o ocorrido na noite de sábado para domingo - Moatzei Shabat, o por do sol do sábado. Um horário quando o descanso do Shabat é substituído pelo alarido das ruas em zonas mais ortodoxas, e quando nas zonas laicas, bares e restaurantes lotam.
Prof. M. Abitbol tem  conhecimento real do sistema de defesa aérea de Israel, e escreve: "Este sistema nunca, mas nunca mesmo, tinha sido testado em Israel e no mundo". E, moto contínuo para um cientista, muniu-se de lápis, papel e toda a tecnologia disponível para calcular a probabilidade de ter sucesso. E a resposta foi muito simples, a probabilidade de alcançar o sucesso obtido tende a zero! Em português leigo, não existe. E ACONTECEU - o sucesso da defesa aérea é sem precedentes.

Domingo tudo vai voltando a um novo normal. Em Israel é muito comum os novos normais acontecerem, deixando sequelas e aprendizados. 

Reino Unido, França e Alemanha condenam o ocorrido. Outros países, antes mesmo de condenar, pedem moderação a Israel. Será por que acham que Israel tem o direito de defesa, ou será porque apoiam o Irã? Pouco importa a resposta. Nesta semana o Hezbolah já lançou vários ataques a Israel. Cidades e bases militares do Norte de Israel foram atingidas, resultando em perda de vidas e feridos graves e leves. Pouco ouvimos falar disto no Brasil. Hezbolah é um proxi do Irã. Portanto, o Irã continua provocando.

E qual é a resposta de Israel.....
Lembrando que tudo começou quando os habitantes da Faixa de Gaza - palestinos do Hamas, palestinos que trabalhavam em cidades e vilas em Israel, palestinos que cruzavam a fronteira com autorização todos os dias - mataram, mutilaram, violaram e tomaram como reféns pessoas que estavam em suas casas, ou num festival de música jovem. Sabemos que a resposta de Israel TEM QUE INCLUIR A POPULAÇÃO ISRAELENSE que vem sofrendo há anos nas mãos dos terroristas.

A resposta de Israel veio hoje, dia 18 de abril de 2024. 18 - em hebraico é  חי que pode ser lido como VIDA. A resposta de Israel é FUTURO - VIDA: Estão empenhados na reconstrução dos Kibutzim, Moshavim e pequenas cidades na Fronteira de Gaza.

E o que acontece do outro lado da fronteira?
Ontem chegaram imagens das praias de Gaza apresentada em Atualidades By@Krok III - 



E vamos ficando por aqui, sem falar da ONU e de outros organismos internacionais em que o Irã tem posição de destaque e em comissões de direitos humanos... Esta piada deixamos para os tempos em que memórias não sustentáveis são apagadas!

Chegando ao final lembrando de onde partimos. Pessach é uma forma de comemorar a sobrevivência! SOBREVIVER É VENCER! sobreviver ao Irã e seus proxis será o resultado deste conflito - TRAZER OS REFENS DE VOLTA é parte de nossa sobrevivência. Para não ficar a impressão que o mundo todo está contra Israel, registro que Rachel Goldberg-Polin 👇👇👇👇👇👇👇, mãe de um jovem ainda refém, sequestrado no dia 7 de outubro, foi nomeada pela revista TIME, uma das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2024.  

Tem mais fatos e opiniões a acrescentar nesta semana tão intensa, use os comentários! Comentários educados ajudarão a traçar o caminho!

AM ISRAEL CHAI - 
Regina P Markus



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Rachel Goldberg-Polin é mãe de Hersh Goldberg-Polin, um jovem de 23 anos que foi sequestrado pelo Hamas durante o festival Nova e segue mantido em cativeiro desde 7 de outubro. Devido aos seus esforços em prol da libertação de seu filho e dos demais reféns, ela foi nomeada pela revista TIME como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2024.

A inclusão na lista destaca a necessidade de maior mobilização e ação internacional para resolver a situação dos 133 reféns, nacionais de 25 países diferentes, ainda em cativeiro na Faixa de Gaza. Rachel agradeceu à TIME pela honra e enfatizou a importância de chamar a atenção global para a crise. Ela pediu que o mundo não ignore o sofrimento dessas pessoas mantidas em cativeiro há quase 200 dias, lembrando da diversidade das vítimas, que incluem desde bebês até idosos.

Enquanto uma das vozes mais ativas entre os familiares dos reféns, Rachel tem usado sua influência para pressionar por ações que garantam o retorno seguro dos reféns e destacar o impacto do conflito nos civis na Faixa de Gaza.

Via: The Jerusalem Post

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terça-feira, 16 de abril de 2024

VOCÊ SABIA? - Ryan Spaulding

 Por Itanira Heineberg


Você sabia que este jovem canadense, famoso comediante e aluno apaixonado por História, esclareceu a todos seus seguidores e fãs de seus espetáculos, que para termos uma Palestina livre, precisamos protegê-la dos terroristas do Hamas?

 

O minúsculo Israel,  única democracia no Oriente Médio, um país orgulhoso de oferecer liberdade de expressão aos seus habitantes, sempre consciente de seus atos e determinações ...    


...um lugar conhecido por pessoas esclarecidas como uma zona  bem resolvida no cenário mundial, enfim, uma terra com muitas aberturas, uma democracia multicultural,  Israel tem recebido apoio improvável e surpreendente dos mais diversos cantos do planeta.

Daniel – Ryan Spaulding, 39 anos: “Espero que minha história ajude as pessoas que apoiam Israel a serem menos hesitantes em falar abertamente.”


Sim,  Daniel-Ryan Spaulding, um artista gay não-judeu, fez shows em março em Tel Aviv e Jerusalém após meses de uso de sua plataforma para se manifestar contra o antissemitismo.

Assim cá temos mais um improvável defensor de Israel.

Uma semana após apresentação de Spaulding em Tel Aviv, ocorreu o pior ataque terrorista da história do país. A partir do 7 de outubro de 2023 o mundo mudou, dividiu-se, chorou, pediu justiça, e, pasmem, revoltou-se contra a vítima do indescritível e barbárico massacre.

O veterano comediante também mudou, vindo a transformar-se em um ícone apaixonado pela defesa pró-Israel e advogado na luta contra o crescente antissemitismo.

“Eu realmente não entendi que havia uma lavagem cerebral global contra Israel, eu simplesmente não conseguia acreditar como as pessoas eram analfabetas (burras), que não entendiam que o Hamas era uma organização terrorista”, disse ele ao The Times of Israel em uma entrevista recente do Zoom de Berlim.

Indignado com a falta de percepção dos manifestantes nas ruas demonstrando a favor do Hamas, Spaulding publicou um vídeo no Instagram onde critica vivamente os chamados liberais ocidentais, incrédulo com a ignorância dos mesmos. Como é possível aplaudir daquela maneira, a carnificina do 7 de outubro?

“É um pouco irônico que as pessoas que parecem estar defendendo o Hamas online sejam também aquelas que eles provavelmente matariam”, diz Spaulding no clipe postado nas redes sociais em 11 de outubro. Tenho certeza de que os terroristas islâmicos adorariam você, feminista intelectual, queer.”

Este vídeo acumulou mais de 9 milhões de visualizações e Spaulding agregou uma nova base de fãs.

O comediante mudou-se de Berlim para os Estados Unidos após o massacre de 7 de outubro e aproveitou para cortar relações com amigos preconceituosos e antissemitas. Hoje seu círculo social é de judeus e homens gays que não apoiam terroristas do Irã.

Sobre a publicação de seu primeiro vídeo, assim ele falou:

“Só me lembro de pensar, bem, se vou afundar, vou afundar com os judeus”. “Porque é assim que funciona de qualquer maneira. Se os judeus caírem, os gays os seguirão”.

E a partir desta data Spaulding tornou-se cada vez mais afoito em defesa de Israel, nas censuras ao Hamas e na devolução dos sequestrados detidos em Gaza.

Raramente visto sem o seu colar de refém, ele fez parceria com a embaixada israelense, participou de eventos na ONU e até lançou um alter ego online, “ Purple Hair Girl ”, para zombar dos apoiadores liberais do Hamas.

Assistamos a este vídeo, Purple Hair Girl, cheio de humor e informações, uma aula retumbante para os imbecis que desconhecem os males do terrorismo.

 

FONTES:

https://www.timesofisrael.com/comedian-turned-unlikely-advocate-for-israel-is-heading-back-to-the-jewishj-state/?utm_source=The+Daily+Edition&utm_campaign=daily-edition-2024-04-07&utm_medium=email

https://www.haaretz.com/life/2024-03-25/ty-article-magazine/.premium/how-this-non-jewish-gay-comedian-became-one-of-israels-most-passionate-advocates/0000018e-762b-d96c-af9f-7eeb69a80000

https://www.jpost.com/israel-news/culture/oarticle-792122#google_vignette

https://www.google.com.br/search?q=spaulding+comediante+gay+stand+up+shows&sca_esv=44f1fb0a97cf7ff0&sca_upv=1&source=hp&ei=nc8bZq_PA67M1sQPz8CGgAE&iflsig=ANes7DEAAAAAZhvdrVTK0TmesPBJftSsD8kRbSdwLEmV&udm=&ved=0ahUKEwjvkbnl3cGFAxUuppUCHU-gARAQ4dUDCBU&uact=5&oq=spaulding+comediante+gay+stand+up+shows&gs_lp=Egdnd3Mtd2l6IidzcGF1bGRpbmcgY29tZWRpYW50ZSBnYXkgc3RhbmQgdXAgc2hvd3NIjZEBUABYmo0BcAB4AJABAJgB1QGgAb4nqgEGMC4zOC4xuAEDyAEA-AEBmAIXoAKvGcICCxAuGIMBGLEDGIAEwgIOEC4YgAQYigUYsQMYgwHCAhEQLhiABBixAxiDARjHARjRA8ICDhAAGIAEGIoFGLEDGIMBwgILEC4YgAQYsQMYgwHCAggQABiABBixA8ICCxAuGIAEGMcBGNEDwgIOEC4YgAQYsQMYxwEY0QPCAgsQABiABBixAxiDAcICDhAuGIAEGMcBGK8BGI4FwgIFEAAYgATCAgsQABiABBixAxjJA8ICCBAAGIAEGJIDwgILEAAYgAQYigUYkgPCAg4QLhiABBixAxiDARjUAsICBRAuGIAEwgIHEC4YgAQYCsICCxAuGIAEGMcBGK8BwgIKEC4YChixAxiABMICBxAAGIAEGArCAhAQLhiABBiKBRgKGLEDGIMBwgIGEC4YFhgewgIGEAAYFhgewgINEC4YgAQYExjHARivAcICCRAuGIAEGBMYCsICBxAAGIAEGBPCAgkQABiABBgTGArCAgcQLhiABBgTwgIIEAAYFhgeGBPCAgkQLhiABBgNGBPCAgoQABgFGB4YDRgTwgIFECEYoAGYAwCSBwYwLjIyLjGgB47LAQ&sclient=gws-wiz#ip=1