Dias de Altos e Baixos
Esta é a semana em que se lê a parashá Vaerá (וָֽאֵרָ֗א), e quantas vezes este título não é confundido com Vaierá (וַיֵּרָ֤א)! Esta semana é a segunda parashá do livro de Shemot (Exôdus) e o segundo título refere-se à quarta parashá do Livro de Bereishit (Gênesis). Em Bereishit (18:1) o verbo “APARECER" está no passado, terceira pessa do singular. Conta que "O Eterno APARECEU nas planícies de Mamre e ele (Abraham) estava sentado à porta da tenda, quando amanhecia.” (Bereishit 18:1). Em Êxodo (14:2-3) o verbo está conjugado na primeira pessoa do singular, ao contrário do que acontece na maioria das prashiót, o nome desta está no versículo 14:3, o segundo versículo da parashá.
Versículo 14:2 (primeiro versículo a ser lido)
"ב "וַיְדַבֵּ֥ר אֱלֹהִ֖ים אֶל־משֶׁ֑ה וַיֹּ֥אמֶר אֵלָ֖יו אֲנִ֥י יְהֹוָֽה:
E falou Elohim a Moshé e disse EU ETERNO. No texto VEM ESCRITO O TETAGRAMA (יְהֹוָֽה), quatro letras que representam a primeira pessoa no singular do verbo ser. Palavra que não é usada corriqueiramente no idioma hebraico bíblico e moderno. Na tradução de textos judaicos usa-se a palavra ETERNO, porque Aquele que É, no presente, FOI ontem e SERÁ amanhã é ETERNO.
Versículo 14:3 (segundo versículo que dá o nome à parashá)
"E Apareci (וָֽאֵרָ֗א) a Abraham, Isaac e Jacob como D’us onipotente, mas por meu nome, Eterno, não me fiz conhecer a eles."
E segue D’us falando a Moisé. Conta que estabeleceu uma aliança com os três patriarcas para dar-lhes a terra de Canaã, a terra para qual peregrinaram e moraram. E assim D’us se apresenta pela primeira vez a um homem, e este é Moshe. Na parashá em que informa que ele será o líder que conduzirá o Povo de Israel para Canaã. Na parashá onde são listados os nomes de todos os descendentes dos filhos de Israel vivos na época. E também as primeiras nove pragas do Egito.
PAREMOS e PENSEMOS o que FOI esta semana. No finalzinho da semana passada, no sábado 18 de janeiro (18 de Tevet), foi assinado o Acordo que possibilitará a volta dos reféns vivos e alguns mortos para Israel. Este processo será feito em etapas e a primeira entrega foi feito logo no domingo. Três jovens que ficaram 471 dias em cativeiro.
O texto bíblico relata como é possível ao longo dos anos a história ser reescrita de várias maneiras. E como os grandes desfechos são precedidos de idas e vindas que dependem de lideranças e diferentes pressões. Muitos historiadores consideram que a possibilidade de ocorrerem tantos desastres naturais em sequência indica que as pragas do Egito não teriam de fato ocorrido. Hoje, ao vivermos o que acontece nos tempos pós-COVID sabemos que desastres naturais ocorrem em sequência.
O Hamas planejou a guerra atual por longo tempo. Estava preparado para iniciar, com um evento de tal magnitude que desencadearia uma resposta importante de Israel. Dentro do planejamento estava a abertura de várias frentes de ataque a Israel e também a infiltração de homens, mulheres e crianças treinados para matar civis em condições bizarras. Foi também armazenado um arsenal impressionante que permitiria o ataque direto a Israel por ar, através de diferentes tipos de objetos voadores. Alguns que cobririam longas distâncias em tempos muito curtos, outros mais baratos que chegariam mais devagar. Todos capazes de produzir importantes estragos. E acima de tudo um sistema de divulgação de informações falsas que criava uma base fictícia para o afloramento do antissemitismo latente.
Hamas, Hezbolah, Jihad Islâmica, Irmandade Islâmica, Houtis. Faixa de Gaza, Líbano, Síria, Iêmen, Autoridade Palestina, citando os vizinhos. Todos orquestrados pelo regime iraniano. Planejamento de longa data que contou com a colaboração das Nações Unidas. A educação paramilitar visando o ódio aos judeus, a criação de uma rede de túneis e de locais de armazenamento de armas espalhadas em casas, hospitais e escolas. Fortunas enviadas sob a roupagem de ajuda humanitária foi transformada em armas e também serviu para enriquecer lideranças.
E no sábado foi feita a troca de três reféns por 95 prisioneiros. Vejam a hora da chegada direto da Praça do Reféns em Tel AVIV e por toda Israel.
Romi Gonen, 24 Emily Davari, 28 Doron Steincrecher, 31 |
O primeiro encontro de Romi Gonen com sua mãe assim que chegou em Israel. Foi sequestrada no festival Nova, é coreógrafa e dançar é sua vida. Fez uma ligação para sua mãe assim que as sirenes tocaram no dia 7 de outubro, e sua mãe relatou ter ouvido tiros e gritos em árabe.
Emily Damari, estava no kibutz Kfar Aza. Perdeu os dedos da mão ao proteger seu cão, alvejado pelos sequestradoras.
Doron Steincrecher, enfermeira veterinária, responsável por cuidar dos ferimentos de Emily e ter salvo sua mão. Contam que sempre manteve um equilíbrio sem lágrimas e que ao abraçar a mãe, a emoção transbordou.
CONTAR O QUE ACONTECE
Contar a história de uma forma pessoal também é uma forma de nunca esquecer e poder superar. Mas é preciso lembrar que dentro do planejamento do Hamas foi poupado um grupo de homens e de uniformes para a libertação dos reféns. O planejamento da libertação incluiu a entrega de uma caixa de presentes que continha um diploma e um álbum de fotografia de cada uma das libertadas em condições de cativeiro. A troca foi feita na Praça Saraia, que é a praça central na cidade de Gaza. A população ficou afastada e as reféns “protegidas"pelos homens do Hamas. O mais irônico é que os túneis onde estava as reféns ficava localizado em um hospital operado pela Organização Mundial de Saúde.
Uma encenação programada. E isto para mostrar ao mundo, aos países árabes e a Israel que ainda existe energia para atacar Israel. E não é possível esquecer o lema do Hamas - do Rio ao Mar - esta é a forma de acabar com o Estado Judeu que fica entre o Rio Jordão e o Mediterrâneo. Na realidade, a Samária e a Judéia que fica à Leste do Rio Jordão também faz parte de Israel.
Não duvidem que estão atuando. Desde a liberação dos reféns no sábado já ocorreram vários atentados dentro de Israel. Um dos atentados à faca que feriu 4 israelenses foi perpetrado por um marroquino com residência permanente nos Estados Unidos. Entrou em Israel três dias antes do atentado. No aeroporto foi interrogado pelo Shabag e liberado. Outros ataques foram realizados por israelenses árabes. E é preciso deixar registrado que muitos árabes israelenses manifestaram-se contra estes terroristas infiltrados em suas comunidades.
Importante conhecer a opinião dos que se debruçam sobre o tema
Henrique Cymerman - jornalista israelense (português) falando ao Instituto Brasil-Israel
No dia 27 de janeiro o mundo lembra a libertação do Campo de Concentração de Aushwitz- O dia do Holocausto - Vejam a mensagem da Organização Islâmica do Reino Unido - vejam o que é desrespeitar os fatos!
E IMPORTANTE CONHECER A RESILIÊNCIA - a representante de Israel no Eurovision será Iuval Raphael que no Festival da Nova ficou soterrada embaixo de cadáveres. Sobreviveu pois não foi atingida por balas e conseguiu uma fresta de ar. Vejam a música em que diz que gostaria que todos escutássemos a sua voz!
Estes são tempos de incertezas, assim como foram os tempos da saída do Egito. Em todas as entrelinhas deste texto, nas famosas letras brancas, podemos entender que a Defesa de Israel é algo impressionante, e que o fato de ter abalado as lideranças e os arsenais das diferentes frentes do terror nos enche de esperança. Mas, não é o momento do já ganhei! Este é o momento das últimas tacadas ou bolas! Este é o momento da união, da calma e da ação pensada.
AM ISRAEL CHAI
Regina P. Markus - 23 Jan 2025 - 23 Tevet 5785
Sensacional, Regina
ResponderExcluirUma maravilha, como sempre!
ResponderExcluirMario e Bernette Nusbaum: Regina, tua competência em estabelecer relações entre texto bíblico, suas discussões, e o momento que estamos vivendo, mais uma vez prova que judaísmo é matéria viva, atual e necessita de contínuo estudo e up date
ResponderExcluirOi Re, que capacidade de resumir, preenchendo todos os pontos! parabens...e obrigada! (Mi)
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