EshTá Na Mídia no Dia da Amazônia
Por Guilherme Susteras
Semana passada, dia 05/09, foi comemorado o Dia da Amazônia e, quase como
um simbolismo irônico, no dia 09/09 líamos a notícia de que a fumaça de
queimadas da amazônia estava cruzando o Brasil e deixando 'cheiro' de queimado
em São Paulo e céu fechado no Rio Grande do Sul.
E o que isso tem a ver com judaísmo? Tudo!
Há cerca de um mês tive a oportunidade de participar de um evento
organizado pela Iniciativa Inter Religiosa pelas Florestas Tropicais (IRI), uma
iniciativa internacional ligada ao Programa de Meio Ambiente da ONU e que conta
com o apoio financeiro do governo da Noruega.
O objetivo da IRI é contribuir para que as lideranças e as comunidades
religiosas possam aprofundar seus conhecimentos e atuação voltados para o
cuidado com a natureza, com foco na preservação do equilíbrio climático, na
conservação e no uso sustentável das florestas e na proteção dos direitos dos
povos indígenas e das demais comunidades tradicionais.
Juntamente com o rabino Guershon Kwasniewski, pude representar a
comunidade judaica nesse grupo formado por representantes de outras
denominações religiosas - entre eles o Catolicismo, o Islamismo, o
Protestantistmo, Budismo, Umbandismo, Candomblé e Bahá’i.
Estivemos no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), onde os
pesquisadores nos apresentaram dados relacionados aos desafios já vividos por
conta das mudanças climáticas e sobre a importância da preservação da floresta
amazônica para evitarmos uma situação irreversível para o planeta.
O foco da conversa foi em dados científicos, o que por si só representa
uma enorme mensagem de que ciência e religião podem (e devem) caminhar juntas,
demonstrando o avanço das nossas sociedades em relação ao obscurantismo de
séculos atrás.
Para além do clima extremamente amistoso entre todos os representantes
religiosos, ficou absolutamente claro como todas as fés, cada uma do seu jeito,
valorizam o mesmo princípio que o nosso tikun olam – cuidar do nosso planeta.
No dia seguinte, visitamos o Centro de Monitoramento de Desastres Naturais
(CEMADEN), onde nos foi apresentado como iniciativas educacionais comunitárias
têm o efeito de proteger a população de danos causados por desastres como
alagamentos e deslizamentos de terra.
Aqui, o foco foi no papel que líderes religiosos têm em cuidar de suas
comunidades, princípio compartilhado por todas as fés, assim como o nosso “kol
Israel arezim ze ba ze” – cada um é responsável por todos ao seu redor.
A primeira grande lição que ficou para mim é como a humanidade seria muito
mais produtiva se nos uníssemos uns aos outros para defender e proteger os
nossos valores comuns, ao invés de termos que gastar tanta energia nos
protegendo de ações racistas e/ou antissemitas.
E a segunda grande lição é que, embora soe utópico, o evento organizado
pelo IRI demonstrou que é, sim, possível !
Shabat Shalom e boa semana a todos!
Guilherme Susteras
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