Marcadores

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Notícias de Israel

 

Israel & Grã-Bretanha – uma brasileira em Israel

Por Regina P. Markus

 

Bom dia a todos os leitores da EshTánaMídia. Muito bom estar de férias a 10.000 km de São Paulo e também em casa. Estou em uma pequena cidade de Israel (Ramat haSharon) que fica ao norte de Tel Aviv e “grudada” em Herzlia, que é mais ao norte. Esta cidade teve origem em um Moshav fundado antes de 1948 (ano da fundação do Estado de Israel). Desta época rural, guarda uma marca muito interessante: há um espaço grande, cercado por um rota para pedestres, onde muitos vão se exercitar. No centro há uma plantação de vegetais e algumas frutas que são vendidas para a população local. Assim, mesmo morando em uma cidade, algumas frutas e verduras podem vir direto da horta. Se há anos eu lastimava que não tínhamos nada parecido no Brasil, hoje apenas fecho os olhos e lembro de várias paredes verdes que se pode ver na zona da Av. Paulista/ 9 de Julho onde são plantadas verduras. A população que mora em uma zona muito central de São Paulo achou uma forma de ter hortas verticais.

 

O Império Britânico ocupou uma enorme área na Ásia e Oriente Médio. Ao final da 1ª Guerra Mundial as terras do Império Otomano foram divididas entre a França e a Grã-Bretanha. Na Conferência de San Remo (19 a 26 de abril de 1920) ficou acordado que os franceses assumiriam o controle do que é hoje Líbano e Síria e os Britânicos ficariam com o que hoje é Israel, Jordânia, Iraque e Kuait. Os israelenses têm uma memória vívida dos ingleses. Quando acompanhamos a problemática política, a memória sempre nos parece negativa.

 

Mas...

 

Nestes dias que seguem o falecimento da Rainha Elizabeth II z’l, observei que independente do ambiente, o nome da rainha é mencionado e honrado. O mesmo vejo acontecer com o Rei Charles III na casa de parentes e amigos, entre amigos pesquisadores no Instituto Weizmann de Rehovot e nas ruas. Conversando com colaboradores do Brasil, fica evidente que o tema é universal, mas o grande envolvimento é local.

 

Ao ler os textos do Editorial da EshTáNamída da semana passada e também seguir os noticiários, fica muito evidente que há uma relação direta da Casa Real Britânica atual e os judeus. Há um reconhecimento das ações da Rainha Elisabeth II z’l para a abertura das fronteiras inglesas para adultos e crianças que fugiam do nazismo e mais recentemente, uma importante amizade com o então Rabino Mór da Grã-Bretanha Jonathan Sacks. O atual Rei Charles III partilha das mesmas conexões e quando visitou Israel fez questão de ir a Yad Vashem, onde se relembra os mortos pelos nazistas e se homenageia e reverencia os que salvaram vidas. Rei Charles III homenageou a todos de forma geral, e em particular sua avó a Princesa Alice da Grécia, que dedicou sua vida aos menos necessitados e que é uma “Justa entre as Nações”.

 

Tudo o que escrevi já foi escrito milhares de vezes nestas semanas – qual a diferença então? Escutei parte da história do tintureiro, uma outra da moça do supermercado, que era mulçumana, e mais um pouco de um rapaz que estava esperando o trem. Pessoas da família contam e recontam a mesma história, e cada um, na dependência de quando emigraram para Israel ou se aqui nasceram, têm memórias diferentes. Os fatos relatados variam, mas o respeito pela Casa Real Britânica é quase unânime e isolado da política inglesa em relação a Israel e ao Oriente Médio.

 

Fico com a sensação que apesar de tudo de negativo que vemos e ouvimos, a Voz do Povo consegue filtrar décadas de informação e vivência e saber que a vida não é uma moeda de dois lados, mas um prisma magnífico que sabe filtrar uma quantidade infinita de ondas, e em algum momento destilar o lado positivo.

 

Saudades de todos e que este mês de Elul, além de permitir reconciliações, permita que filtremos o bom de todas as nossas vidas.

 

Regina P. Markus

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário