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quinta-feira, 30 de maio de 2024

ACONTECE: Israel entre as nações

Israel e o Ponto de Inflexão




E a guerra continua. Estamos nos aproximando de 8 meses de conflito e as sensações e sentimentos afloram junto com as vivências que podem resultar em momentos de ação em diferentes fronts. Os judeus do mundo e o cidadãos de Israel enfrentam realidade não previstas. O grande sofrimento que acompanha a incerteza das centenas de reféns abduzidos de Israel no dia 7 de outubro. A tristeza e a desesperança pelos que foram mortos, toturados. Faltam palavras para traduzir o que as imagens daquele dia despertam. Ao mesmo tempo aprender que amigos se tornam inimigos e que os milênios de isolamento e mentiras sobre o povo judeu afloraram com toda a força. 

A foto que ilustra esta matéria mostra o quanto o Estado de Israel é pequeno quando comparado com as demais nações do mundo. Mostra também a face de duas mulheres. A foto foi feita diretamente da tela de uma televisão israelense que fazia a transmissão ON LINE de uma das muitas manifestações feitas em Jerusalém exigindo uma ação positiva para a volta dos reféns. Para a volta dos soldados e soldadas que ficaram nos campos de batalha.

Poderíamos hoje desmistificar muitas das falas contra as forças de Defesa de Israel, que têm conduzido uma guerra em que avisa e protege civis de ambos os lados. Do lado israelense, menos divulgado pela mídia, sabemos que mais de 100 mil pessoas estão deslocadas. Toda a população de cidades de Israel localizadas no Norte, ao sul do Líbano, migrou para as regiões centrais. Estas cidades foram bombardeadas e muitas arrasadas. O esforço de reconstrução será enorme. Regiões com grande significado histórico, o que será que ficou? Aos poucos vamos sabendo. Em Gaza sabemos que não há confiança nos números apresentados e que a população civil não encontra proteção interna. A quantidade de alimentos que foram enviados daria para saciar a fome, mas onde foram parar? Os Estados Unidos construiram um porto para permitir a entrada de carretas, e esta semana o porto foi destruído; afundou. Os que ocupam o território de Gaza e que deveriam estar protegendo os seus não conseguem evidenciar atitudes de proteção, muito pelo contrário, a cada recontar das "notícias" aparecem fatos que não condizem com as acusações contra os soldados e soldadas israelenses.

No meio desta guerra de falsas informações e de uma desconfiança dos israelenses sobre o governo instalado surgiu a desesperança. A octagenéria de cabelos brancos, Zilda Kotzer, é minha prima-irmã que fez aliah (imigrou para Israel) na década de 1960. Queria saber o que motivou a sair com a multidão e no dia respondeu que Israel precisava dela em algum front. Este era o front que as mulheres idosas assumiram em busca da volta de todos e de soluções. O falar era de desesperança e ao mesmo tempo de uma votade de que tudo pudesse mudar.

A semana passada, as conversas privadas que tinha com as pessoas que moram em Israel e são muito sionistas, algumas religiosas mais ortodoxas, outras mais reformistas e outras sem apego ao aspecto religioso do judaísmo, mas muito ligadas a toda a nossa cultura, deixava um gosto não muito bom. O isolamento internacional cada vez mais evidente e a posição tomada pelo governo brasileiro eram os pontos principais da conversa.

Hoje, após uma quantidade importante de países da Europa terem condenado Israel, do Brasil ter retirado o seu Embaixador, que foi sumariamente transferido para a Suíça, e de vermos uma tendência de isolamente muito maior do que ocorria quando da passeata há uma semana, ela fez os comentários abaixo:

1 - O resultado desta guerra foi a união do Povo de Israel;

2 - Sinto isto no dia a dia, no trem, no ônibus. As pessoas estão mais preocupadas umas com as outras. Pequenas conversas e sorrisos acontecem;

3 - Ficamos mais condescedentes. Sentei ao lado de uma religiosa e trocamos sorrisos. Foi bom olhar nos olhos da "outra" e sentir que ambas éramos do mesmo povo.

Eu segurava o telefone e quase juntas comentamos que este era o ponto de inflexão necessário para que o governo mudasse e para que Israel pudesse assumir novos rumos. O PONTO DE INFLEXÃO. O momento da virada!

Nesta quinta-feira dia 30 de maio de 2024, Beny Gantz, líder do partido centrista União Nacional, propôs uma votação para a dissolução do atual governo. E no início da semana o Líder da Oposição Iair Lapid já havia previsto que Benny Gantz e Einsenkot estariam saindo do Gabinete de Emergêcia instalado após 7 de outubro. Fontes: 1, 2.

Este ACONTECE deveria chamar ACONTECENDO porque as notícias vão se sucedendo e mostando que estamos chegando a SHAVUOT - Oxalá possamos rapidamente passar a contagem do OMER e os tempos que separam a LIBERTAÇÃO da ESCRAVIDÃO e a instituição da LEIS, REGRAS e CULTURA do SABER.

AM ISRAEL CHAI veKAIAM - 

Regina P. Markus

quarta-feira, 29 de maio de 2024

Iachad (juntos - יחד) - por André Naves: Chutzpah

 


Chutzpah

          Vários idiomas têm suas peculiaridades, seus lirismos. O Português, por exemplo, tem a palavra saudade... Essa palavra, sem similar em outras línguas, vale como uma poesia. Tá certo que é até possível traduzir para outros idiomas, mas o essencial, a alma do verbo, acaba se perdendo...

          “Eu sinto falta” só é igual a “eu tenho saudades” para quem nunca enxerga com o coração... Aliás, enxergar com o coração...

Acho que gosto tanto dessa língua portuguesa tão abrasileirada pelo tamanho do lirismo que ela sopra. É uma linguagem adubada pela diversidade. Temperada pelo diferente. Com suas curvas e rococós que obrigam todo literato, se quiser se comunicar, a sair de suas limpas celas de alabastro para se lambuzar com o melaço popular!

          Língua Portuguesa do Brasil! LÍNGUA BRASILEIRA!

          Chutzpah não é português. Vocês já devem ter desconfiado, claro. Na verdade, nem se fala como se lê. É assim, Rrutzpá! Pra gente, brasileiro, ela também não tem exata tradução...

          Audácia, ousadia... É o mais perto que eu consigo chegar. A gente precisa abrir o entendimento da alma para beber desse significado. Ela é uma palavra que vale uma poesia inteira!

Talvez com arte, com literatura, seja mais fácil levar esse entendimento ao sentimento...

Yayoi Kusama! Artista japonesa das mais vibrantes e criativas. Ela traduz as alucinações que ela vê em imagens... O que ela tem? Não faz diferença... A verdade é que ela mora numa ala psiquiátrica de um hospital, e a dificuldade dela virou sua facilidade!

Ela só se expressa por ter essa condição mental!

Mas, cadê a chutzpah? Bem, ela nem sempre foi tão conhecida e famosa. Por volta dos anos 60 ela ainda era uma anônima, uma aspirante a artista... Deu 5 minutos nela, e saiu a vender tudo que tinha.

Estava com uma ideia fixa! Ia expor na Bienal de Veneza, mesmo sem ter sido convidada... Depois de tudo vendido, ela conseguiu comprar uma única passagem de ida até La Serenissima de São Marcos.

Ganhou fama!

Virou Yayoi Kusama! Sua mensagem ganhou o mundo!

Foi e fez!

Vamos sair da Terra do Sol Nascente, e voltar para o Brasil?

Ruy Barbosa era daqui. Bahiano arretado! Ficou indignado com a injustiça do caso Dreyfus, e mesmo sendo de uma terra exótica, distante e caricata, pôs a boca no trombone! Vestiu as sandálias de dreyfusard e foi um dos primeiros a escrever sobre isso.

Antes até do J´accuse do Zola!

Foi e fez!

Ainda falando de uma brasileira, mas em terras alemãs, que tal lembrar da “Justa entre as Nações” Aracy Guimarães Rosa, o “Anjo de Hamburgo”? Ela, esposa de Guimarães Rosa, chefiava o serviço de passaportes do Brasil na Alemanha. Era época de trevas. Perseguições. Injustiças. Extermínio.

Ela, Luz que aniquilava a escuridão imperante, salvou milhares de judeus concedendo-os vistos para que entrassem no Brasil.

Foi e fez!

Seu marido até se inspirou nela e na chutzpah para escrever que “o que a vida quer da gente é coragem!”.

Que coisa! As lágrimas descem dos meus olhos sempre que penso nas violências cometidas, nas fogueiras das iniquidades! Mas, ao mesmo tempo, sinto um pingo de esperança com todos esses seres humanos iluminados...

Só um pingo, infelizmente...

André Naves

Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos, Inclusão Social e Economia Política. Escritor e Comendador Cultural. Conselheiro do grupo Chaverim. Embaixador do Instituto FEFIG. Amigo da Turma do Jiló. Membro do comitê de inclusão do LIDE.


terça-feira, 28 de maio de 2024

VOCÊ SABIA? - Novos tempos - Novas vozes não judias a favor de Israel


Por Itanira Heineberg


Wilders: “Eu apoio o Estado de Israel!”.

E considera a transferência da embaixada de seu país para Jerusalém!


Você sabia que o governo holandês - uma coligação de partidos, agricultores, liberais e anticorrupção - anunciou um acordo de coligação para se autoexcluir das regras da UE, apoiar a Ucrânia e considerar a possibilidade de transferir a sua embaixada para Jerusalém?

Geert Wilders, líder da direita holandesa, proferiu um discurso fervoroso em apoio a Israel na quarta-feira, dia 23 de maio, no parlamento holandês. Wilders, famoso por suas opiniões sobre o Islã, reiterou seu apoio inabalável ao Estado de Israel.

Ele morou em Israel por dois anos durante sua juventude e visitou o país mais de 40 vezes. Depois de se formar na escola secundária, passou um ano como voluntário em Moshav Tomer, no Vale do Jordão.

Ele relata em palavras apaixonadas, sua experiência no país:

 

“Eu vivi em Israel por um tempo, há muito tempo. Eu também vi”.

“Naquela época, os terroristas entravam da Jordânia. Eu experimentei o que é quando esses terroristas atravessam a fronteira e como você tem que se proteger em abrigos antiaéreos. E como então o exército, com helicópteros e bombas de magnésio, procurava onde as pessoas estavam, para proteger sua população”.

 

Segundo Wilders, a oposição de grupos radicais islâmicos tais como Hamas, Jihad Islâmica e Hezbollah tem origem no ódio e na condenação da existência do Estado Judeu. Estes grupos terroristas não aceitam que um país e seu povo existam. Israel age de maneira oposta, elege árabes ao Knesset, parlamento, e lhes dá plenos direitos de cidadão. Em Israel os árabes vivem em melhores condições do que em territórios palestinos.

Em novembro último Wilders e seu Partido Para a Liberdade (PVV) venceram as eleições mas por vários meses não conseguiram formar um governo. Agora em maio 2024 Wilders divulgou “um acordo para formar um novo governo em coalizão com o VVD, partido de centro-direita do primeiro-ministro Mark Rutte, o novo partido NSC e o partido dos agricultores BBB, conquistando uma maioria forte de 88 assentos na Câmara Baixa de 150 lugares.”

Seu plano de governo publicado em 16 de maio 2024, a coalizão de quatro partidos, anuncia  que buscará o “regime de asilo mais rigoroso de todos os tempos”, com controles de fronteira mais fortes e regras mais severas para os solicitantes de asilo que chegam à Holanda.

O projeto de acordo de 26 páginas também exige que a educação sobre o Holocausto seja incluída no teste de naturalização holandesa.

Wilders, defensor fervoroso de Israel, também é conhecido por suas opiniões duras sobre o Islã, tendo prometido anteriormente fechar mesquitas e “banir o Alcorão” em seu manifesto partidário. Suas posições já causaram indignação no mundo muçulmano e ameaças de morte que o obrigaram a viver sob proteção 24 horas por dia. Em seu próprio país!



Quanta diferença entre Holanda e o trio Espanha, Noruega e África do Sul!

É preciso um mínimo de clareza moral para perceber a diferença entre estas duas posições!

 

FONTES:

https://unitedwithisrael.org/netherlands-mulls-date-for-relocating-embassy-to-jerusalem/?utm_source=MadMimi&utm_medium=email&utm_content=Dictator+Says+Israel+will+Come+for+His+Country+After+Beating+Hamas%3B+Police+Shoot%2C+Kill+Man+for+Setting+Synagogue+on+Fire%3B+Demand+Harvard+Suspend+Violent+Anti-Israeli+Protesters&utm_campaign=20240517_m181343043_Dictator+Says+Israel+will+Come+for+His+Country+After+Beating+Hamas%3B+Police+Shoot%2C+Kill+Man+for+Setting+Synagogue+on+Fire%3B+Demand+Harvard+Suspend+Violent+Anti-Israeli+Protesters&utm_term=Netherlands+Mulls+Date+for+Relocating+Embassy+to+Jerusalem

https://www.lemonde.fr/en/international/article/2024/05/16/new-dutch-coalition-government-announces-strictest-ever-asylum-policy_6671630_4.html

https://www.lemonde.fr/en/international/article/2024/04/22/dutch-party-leader-geert-wilders-denounces-opposition-s-call-to-violence_6669144_4.html

https://oantagonista.com.br/mundo/lider-holandes-declara-apoio-incondicional-a-israel/#google_vignette

https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/novo-governo-da-holanda-pretende-abandonar-regime-de-asilo-da-ue/

quinta-feira, 23 de maio de 2024

YANIV KUSEVITZKY: USANDO FUTEBOL PARA TRAZER NORMALIDADE ÀS CRIANÇAS

 


Como o CFO do Equalizer, Yaniv Kusevitzky tem usado o futebol para ajudar a mudar a vida de jovens desfavorecidos de todos os setores da sociedade israelense há muitos anos. Desde 7 de outubro, a organização tem trazido de volta a normalidade às suas vidas e ajudado crianças muitas vezes traumatizadas deslocadas de suas casas.

Quatro meses depois da tragédia de 7 de Outubro, jovens árabes de Jerusalém Oriental enfrentaram equipas judaicas num torneio de futebol.

Foi organizado pela The Equalizer, uma organização sem fins lucrativos que oferece um sentido de propósito a rapazes e raparigas na periferia social ou geográfica de Israel.

O torneio, realizado num estádio em Jerusalém, não foi diferente de muitas centenas de outros que foram disputados desde a fundação da organização, há 15 anos.

E esse é o ponto principal. O Equalizador, que leva o nome de um golo que empata o marcador, dá aos jovens desfavorecidos uma oportunidade de brilhar, independentemente da sua origem – desde judeus seculares a ultra-ortodoxos, até árabes cristãos, beduínos e drusos.

Poucos dias depois de 7 de outubro, os jovens estavam participando de sessões de treinamento virtuais (produzidas originalmente pelo The Equalizer durante a Covid) via Zoom e em poucas semanas estavam sendo treinados em campos próximos a abrigos antiaéreos.

“Tínhamos gerentes que foram evacuados e eles foram espontaneamente para hotéis onde as famílias desalojadas estavam, e começaram a fazer sessões de esportes com as crianças “ diz Kusevitzky, o diretor de finanças e parcerias do grupo.

Depois de duas ou três semanas, começamos a trabalhar com as autoridades locais e com equipes de construção porque entendemos que isso seria de longo prazo.”

Kusevitzky está ajudando a mudar vidas através do futebol, aumentando a confiança das crianças para que possam ter sucesso em campo e prosperar na escola.

Está muito longe da década que passou como piloto de helicóptero na Força Aérea Israelense (IAF), mas ele diz que muitas das habilidades que aprendeu – trabalhar sob estresse, trabalho em equipe, liderança e disciplina – lhe serviram bem.

O Equalizer foi fundado por Liran Gerassi, então com 24 anos, em 2009, depois de decidir que tinha algo a oferecer às crianças que via fumando e bebendo nas esquinas de Jerusalém.

Ele disse que era treinador de futebol (o que não é totalmente verdade) e que para cada hora juntos em campo ele lhes daria uma hora de ajuda com o dever de casa.

Quando Kusevitzky entrou no programa, em 2019, havia 3.000 jovens no programa, treinando com um treinador profissional duas vezes por semana depois da escola, jogando em torneios e participando de sessões sociais e educacionais. No ano passado foram 10 mil.

O Equalizer trabalha em estreita colaboração com escolas e centros comunitários em áreas desfavorecidas. Eles identificam os jovens que mais se beneficiarão com o que o The Equalizer oferece – confiança, resiliência e autoconfiança.

“Temos equipes de todas as origens e criamos coesão social”, afirma Kusevitzky. “Eles se encontram para um torneio, apertam as mãos, fazem aquecimento juntos. Eles usam a mesma camisa com o mesmo logotipo. Eles se sentem orgulhosos; eles fazem parte de uma família. No ano passado tivemos 186 torneios e recebemos o Prémio do Presidente pelo voluntariado pelo nosso trabalho na promoção da educação, igualdade e mudança social em Israel.”

Desde o massacre de 7 de Outubro, a organização assumiu um papel extra, levando o futebol a milhares de crianças deslocadas pela guerra do norte e do sul do país.

“Uma mãe de Sderot [a cidade de Israel mais próxima de Gaza] foi deslocada para Eilat”, diz Kusevitzky. “Ela disse que o filho não queria sair do quarto, ficou com medo depois do ocorrido. A primeira vez que ele conseguiu sair foi quando chegou o The Equalizer.

“Ela disse que nos últimos três meses isso mudou a vida dele. Jogar futebol devolveu-lhe a confiança. Era fundamental para ele e outros obterem normalidade quando mais precisavam, numa época de caos.

“Todos nos sentimos mais responsáveis pelo futuro de Israel agora do que antes. Sinto que temos uma missão e que podemos realmente causar um impacto na aparência da próxima geração de Israel. Israel é uma sociedade muito diversificada, mas precisamos encontrar uma forma de viver juntos e partilhar os mesmos valores básicos.”

O Equalizer não é só para meninos e não se trata apenas de futebol. Existem agora 100 times femininos. A maioria está jogando futebol pela primeira vez e nunca assistiu a um jogo, mas isso não importa. Elas estão aprendendo lições para a vida, aprendendo sobre o empoderamento feminino e se divertindo muito.

Há também programas de basquete masculino e feminino (apoiados por Josh Harris, proprietário do time de basquete Philadelphia 76ers nos EUA), e os jogadores são incentivados a se interessar pelo mundo de alta tecnologia de Israel.

Há também um programa para crianças com espectro autista e um programa de “natação segura” para quem tem acesso limitado às piscinas.

O Equalizer fornece modelos às crianças, diz Kusevitzky, um residente de Jaffa de 38 anos que foi um grande jogador de basquete na juventude.

Ele lembra que dos milhares de inscritos em seu curso de pilotos, 500 foram selecionados e apenas 40 se qualificaram.

“Quando terminamos a Academia de Voo, pudemos convidar alguém que nos influenciou para a cerimônia de premiação”, afirma.

Yaniv Kusevitzky pretende trazer de volta o sabor da normalidade às crianças, apesar da guerra em Gaza.

Setenta por cento das pessoas no curso trouxeram um treinador esportivo – esse é o impacto que eles têm. O resto trouxe um professor.”

Existem alguns jogadores excelentes, como um do sul de Tel Aviv que chegou à Premier League, mas o Equalizador não enfatiza a vitória.

“Um garoto que não é bom em esportes pode ser capitão pela primeira vez na vida”, diz Kusevitzky. “As crianças que têm problemas sociais de repente começam a ter amigos, começam a falar, começam a capacitar-se.”

Há mais crianças que querem ingressar do que vagas disponíveis, mas tudo se resume a financiamento.

Cada equipe custa cerca de US$ 8 mil por ano, incluindo os custos de contratação de treinadores profissionais, gerentes regionais e tutores educacionais.

Um terço do dinheiro vem do governo, um terço dos doadores e um terço dos municípios e escolas. No ano passado eles tinham 500 equipes. Era suposto terem 600, mas a guerra em Gaza interveio.

“Acredito que podemos chegar a 1.000”, diz Kusevitzky.

Como o The Equalizer mede o sucesso? “Temos metas específicas para cada programa. Operacionalmente é fácil medir se, por exemplo, um rapaz ou uma rapariga frequentou 60 sessões num ano, ou participou em cinco torneios regionais.”

As metas de impacto são mais difíceis de medir. Crianças e professores são entrevistados e preenchem questionários antes e depois do programa. Esta informação é incluída num relatório de avaliação de impacto publicado todos os anos.

Vemos que a autoconfiança e a autoconfiança aumentaram muito. No início, muitos deles dizem que seus professores não os consideram bons, não têm muitos amigos, não se sentem líderes. No final do ano vemos uma grande melhoria em todas essas coisas. Eles também se comportam melhor na escola”, diz Kusevitzky.

“E vemos que eles têm menos medo das crianças de fora da sua comunidade, porque as conheceram através do desporto.”

Kusevitzky diz que seu trabalho é desafiador, mas satisfatório.

“Saber que faço algo que realmente acredito faz a diferença. Quando eu era piloto de helicóptero, sentia que estava a fazer um trabalho muito significativo para o meu país, mas sabia que não queria ficar no exército para sempre.

“Aprendi como escalar, como processar, como gerenciar. Eu queria dar o máximo que pudesse e ter um impacto diferente na sociedade.

“É como maximizar o lucro de uma empresa, mas aqui estamos maximizando o impacto. Os doadores são investidores. Precisamos mostrar a eles todos os anos o que fizemos para que voltem a investir”, afirma.

“Somos responsáveis pelo futuro de Israel. Através do desporto, podemos mudar a sociedade de uma forma única e muito natural.

“Espero que um dia não haja necessidade do Equalizador porque todos serão iguais, mas enquanto ainda houver necessidade, queremos resolvê-la.”


Para ver o artigo original em inglês, clique aqui.

quarta-feira, 22 de maio de 2024

ACONTECE: Eu admito: Uma tragédia está se desenrolando em Gaza.

 

Reprodução do texto de Joshua Hoffman*

22/maio/2024




Em Israel, não negamos a destruição que está ocorrendo em Gaza, as infelizes vítimas civis, o inferno em que grande parte da Faixa se tornou — tudo, é claro, como resultado da resposta de Israel aos ataques terroristas palestinos sem precedentes em 7 de outubro.

Estamos plenamente conscientes de que as incursões de Israel em Rafah piorarão a vida diária de todo o povo de Gaza, e não perdemos o sono sabendo que eles estão sofrendo imensamente, independentemente de quem seja a culpa.

Além disso, não estamos tentando suavizar ou contornar essas verdades inconvenientes. Estamos em paz com as consequências. Por quê?

Porque, depois de testemunhar o depoimento sobre uma mulher assassinada por um objeto afiado inserido em sua área genital, nossa empatia evaporou.

Depois de ver o depoimento sobre uma menina de 8 anos cujas mãos foram amputadas e deixadas para sangrar de medo — e quando a ajuda chegou, não pôde ser salva — nossa empatia evaporou.

Depois de ouvir sobre outra mulher que foi estuprada no ataque terrorista, teve que fazer um aborto e agora está hospitalizada em uma instituição de saúde mental, nossa empatia evaporou.

Depois de saber de um bebê que foi colocado em um forno e assado até a morte, nossa empatia evaporou.

Depois de ser informado de que o abdômen de uma mulher grávida foi aberto, seu feto decapitado e então ela foi assassinada, nossa empatia evaporou.

Depois de ver imagens de um quarto infantil salpicado de sangue, talvez de bebês que foram decapitados, nossa empatia evaporou.

Depois de ouvir sobre uma mulher que foi estuprada durante o massacre, seus seios mutilados e usados como bola de futebol antes de ser baleada na cabeça, nossa empatia evaporou.

E então, apenas alguns dias após um dos ataques terroristas mais hediondos do mundo engolfar Israel, fomos retratados como os "vilões", os "agressores", os "opressores", os "ocupantes". Multidões em todo o mundo celebraram esse chamado "ato de libertação" palestino e até pediram nossas mortes e a destruição do nosso país.

Ironia do destino, os judeus fizeram mais para "libertar" os palestinos do que os próprios líderes palestinos. Em um exemplo, a população árabe aumentou dramaticamente depois que os sionistas erradicaram a malária da região na década de 1920.

Desde a fundação do Estado de Israel em 1948, tentamos acomodar os palestinos de todas as maneiras possíveis — concessões territoriais, acordos de paz, ajuda financeira, oportunidades de trabalho e mais — mas nada parece funcionar. Se algo, esses gestos tiveram o efeito oposto: mais terrorismo vil contra principalmente civis israelenses inocentes.

Então, colocamos pontos de controle e muros para proteger melhor nossas fronteiras, assim como qualquer país razoavelmente faria. Nossos políticos e estabelecimentos de segurança nos decepcionaram em 7 de outubro, mas sabemos que isso não muda as intenções de tantos palestinos: causar o máximo de dor e rancor ao maior número de judeus possível. Esta não foi a primeira vez, e provavelmente não será a última.

Quando grupos terroristas sequestram territórios como fizeram em Gaza, usando-o como plataforma de lançamento para a jihad islâmica, uma ação militar significativa é a única maneira, apesar do risco para inocentes. Se Israel não respondesse da maneira que tem respondido, também haveria um risco primordial para os inocentes — os centenas de milhares de israelenses que vivem em cidades que fazem fronteira com Gaza.

Se você está nos pedindo para negar aos nossos próprios cidadãos o mesmo direito que você lutaria para obter em nome de outros, bem, isso é um ato desconfortável de auto-sabotagem — e mais um problema seu do que um problema de Israel.

Certamente, entendemos que isso fará com que algumas pessoas se sintam desconfortáveis, especialmente aquelas que foram criadas dentro dos construtos do “segurismo” — onde os pais se esforçam para proteger excessivamente seus filhos de situações potencialmente prejudiciais.

À medida que essas crianças amadurecem, tornam-se acostumadas a evitar qualquer coisa que possa parecer desafiadora ou onerosa, o que acaba por colocá-las em risco de desenvolver o que o psicólogo social Jonathan Haidt chama de “fragilidade da mente e da emoção” — falta de resiliência na vida e nos relacionamentos como resultado de serem protegidas de qualquer coisa difícil ou desconfortável.

Os israelenses literalmente nasceram em meio a dificuldades e adversidades. Muitos deles sabem que, apesar de suas intenções mais sinceras, a ideia de uma verdadeira paz com os árabes é uma ilusão, uma suposição imaginária que não tem base na realidade. Uma paz parcial é possível, ou seja, paz misturada com terrorismo, que existirá desde que Israel tenha poder de dissuasão suficiente.

Em 7 de outubro, esse poder de dissuasão colapsou ou estava em um longo hiato.

O mais próximo que Israel e os palestinos chegaram de uma “paz parcial” foi em 1993 e 1995, quando assinaram os Acordos de Oslo, uma série de acordos destinados a alcançar a coexistência pacífica e cumprir o “direito do povo palestino à autodeterminação”. Yasser Arafat, o líder dos palestinos na época, disse sobre os Acordos de Oslo:

“Eu não estou considerando isso mais do que o acordo que foi assinado entre o nosso Profeta Maomé e os coraixitas, e você lembra que o califa Omar rejeitou esse acordo e o considerou ‘Sulha Dania’ (uma trégua desprezível). Mas Maomé aceitou e nós estamos aceitando agora este acordo de paz.”

Em outras palavras, Arafat comparou os Acordos de Oslo ao tratado de paz de Hudaybiyyah, uma trégua de 10 anos entre Maomé e a Tribo Quraish de Meca, que Maomé quebrou dois anos depois quando os atacou e conquistou Meca. Arafat chegou a dizer a um jornalista palestino:

“Estou entrando na Palestina pela porta de Oslo, apesar de todas as minhas reservas, para devolver a Organização para a Libertação da Palestina e a resistência a ela, e prometo que você verá os judeus fugindo da Palestina como ratos fugindo de um navio afundando. Isso não acontecerá na minha vida, mas acontecerá na sua vida.”

Ainda assim, Israel aderiu aos Acordos de Oslo, retirando suas tropas de Gaza em 1993. A Autoridade Nacional Palestina foi prontamente criada para administrar o autogoverno de 98 por cento da população palestina na Cisjordânia e em Gaza, enquanto recebia cerca de 25 bilhões de dólares em ajuda financeira dos EUA e de outros países ocidentais, a maior assistência per capita do mundo. Mas o dinheiro acabou indo para lugares que não se chamam paz ou prosperidade para o povo palestino.

“Em vez de criar as instituições civis independentes e robustas necessárias para uma boa governança, promover a paz com Israel e melhorar a vida de seu povo, os bilhões de dólares de ajuda internacional foram usados para criar uma ditadura corrupta focada em enriquecer suas elites, incitar seu povo contra Israel, advogar pelo terrorismo e conduzir uma campanha internacional maciça para demonizar, deslegitimar e destruir o estado judeu”, de acordo com Ziva Dahl, um Senior Fellow do Haym Salomon Center.

Então, em 2000, na Cúpula de Camp David, os israelenses estavam dispostos a ceder 92 por cento da Cisjordânia, bem como sua soberania em partes da Cidade Velha de Jerusalém e nos bairros árabes de Jerusalém — concessões sem precedentes.

Arafat não só recusou; ele se recusou a fazer uma contraproposta, e os palestinos lançaram a Segunda Intifada, marcada por uma onda de atentados suicidas contra israelenses, resultando em mais de mil vítimas israelenses, a terceira maior da história de Israel, 70 por cento das quais eram civis. Foi nessa época que a Autoridade Palestina começou a incorporar o islamismo em sua retórica política, acrescentando a jihad à sua agenda.

Enquanto isso, na Faixa de Gaza, o Hamas continuava ganhando força depois de ser fundado no final dos anos 1980. Após a retirada completa de Israel do enclave em 2005, foram realizadas eleições em Gaza. O Hamas supostamente venceu e expulsou violentamente a Autoridade Palestina da faixa em 2007, rumo à criação de uma sociedade profundamente islâmica enraizada em ambições de estabelecer um califado no Levante.

Por exemplo, no Artigo 7 de sua carta, o Hamas se descreve como “um dos elos na cadeia da luta contra os invasores sionistas”. A carta também inclui um hadith (um mandamento islâmico) sugerindo que o Dia do Juízo não viria até que os muçulmanos lutassem e matassem os judeus.

Tudo isso para dizer: A suposição de que uma paz verdadeira é possível entre Israel e os palestinos, uma paz como a que existe entre os EUA e o México ou entre a Espanha e a França, não tem fundamento. O inimigo judeu sempre estará presente, sempre aguardando, enquanto examina nossos pontos fracos, esperando por revelações de nossa fraqueza, para então atacar.

Daí, o 7 de outubro. Daí, a destruição, as vítimas civis e o inferno vivido em Gaza. E é por isso que muitos israelenses, eu incluído, aceitam a situação como ela é.

Mas o ímpeto para nossa posição não vem de sermos "pró-judeus" ou "pró-Israel". Nossa posição está enraizada no conhecimento de que as forças militares israelenses são profundamente fundamentadas no humanitarismo. Como diz a piada, pensamos em responder proporcionalmente, mas nossos soldados não queriam entrar em Gaza para estuprar mulheres, decapitar bebês, mutilar corpos e queimar famílias inteiras até a morte.

A resposta israelense tem sido robusta, mas cirúrgica. Se realmente quiséssemos apagar Gaza, teríamos feito isso apenas alguns dias após o início da guerra. Tal capacidade não está em questão.

Claro, isso não significa que não existam israelenses maus e palestinos adoráveis, mas esta não é uma disputa entre dois povos. É uma disputa entre duas culturas, onde os construtos etno-sociais são a principal fonte de conflito.

Nossa cultura celebra a vida. Ficamos entusiasmados quando flores desabrocham no deserto e quando um novo museu é inaugurado. Infelizmente, não podemos dizer nada remotamente similar sobre nossos inimigos e seus apoiadores, que predominantemente celebram a morte e promovem um ódio antissemita sem limites.

Como Golda Meir, a ex-primeira-ministra israelense, costumava dizer: “Podemos perdoar os árabes por matarem nossos filhos. Não podemos perdoá-los por nos forçar a matar os filhos deles. Só teremos paz com os árabes quando eles amarem seus filhos mais do que nos odeiam.”

Até que esse dia chegue, a tragédia que se desenrola em Gaza é a menor de nossas preocupações.

* Nascido e criado em Los Angeles, Joshua Hoffman mudou-se para Israel em 2013, aos 24 anos. Ele fundou o IZZY, um serviço de streaming de TV israelense, em 2020. Joshua também é autor de três livros, incluindo seu mais recente “Journeys of the Jewish Spirit, ” e escreve regularmente sobre judaísmo, judaísmo e Israel para sua publicação Substack, “Future of Jewish”. Leia o texto original em inglês clicando aqui.

quinta-feira, 16 de maio de 2024

ACONTECE: 7 meses após 7 de outubro

 



Caminhos Longos – 7 meses após 7 de outubro

A vida é uma sequência de momentos de alegria e de tristeza, períodos em que a destruição é seguida por reconstrução e é um contínuo de aprendizado e de transmissão de conhecimentos. A educação judaica é baseada em debates e controvérsias, pemitindo aos jovens entenderem que as múltiplas opiniões devem ser respeitadas. Chinuch, Knesset, Tikun Olam –  todas as linhas do judaísmo prezam ensino/aprendizado; assembleia definida como reunião do povo ou de representantes do povo e reconstrução do mundo, a responsabilidade de cada indivíduo e cada comunidade (kehila) por cuidar que o mundo seja melhor.


Desde 7 de outubro de 2023 temos visto como nosso mundo ocidental age desprezando estes conceitos básicos. Chegamos no dia em que a Vida dos que doaram o seu bem maior para a existência e segurança do moderno Estado de Israel é honrada e lembrada (Yom ha Zikaron). E... no dia seguinte, dia 5 de Yar, são comemorados os 76 anos da Declaração da Independência de Israel. Ao longo dos anos a tristeza das lembranças era em poucos minutos convertida na alegria da conquista. Este ano, estando em um processo tão difícil, quero aqui recordar a nossa história que justifica os momentos de alegria, por mostrar que seguimos adiante, existindo, inspirando, criando e contribuindo para a humanidade!


Não menos importante é lembrar que ISRAEL enviou esta semana ajuda tecnológica e equipes treinadas para auxiliar o Estado do Rio Grande do Sul. Escutando o rádio, pude seguir o depoimento de um israelense que acabou de servir seu país na Guerra... e que estava salvando vidas em Canoas, RS. HOJE vou apresentar o que temos! O que vemos e ouvimos! Sem receita para escapar desta fase, mas com a certeza que vamos superar e VIVER – Le Chaim!


Hoje vou descrever a semana, e tentar reconhecer que dentro de toda a incongruência que encontramos há um fio de esperança presente e um enorme novelo de esperança ao longo de nossa história! Acendo os faróis de minha memória e lembro de fazer rolos com linha ou lã para que adultos tricotassem ou fizessem tapetes. Era para ser o mais longo possível, e em alguns casos tirávamos os pedaços esgarçados e dávamos um nó para emendar as duas pontas. Em outros, fazíamos uns rolinhos pequenos, de forma a nunca ter nós. Uma tia, que era grande artesã, preferia os rolos maiores. Assim somos nós, sabemos que o rolo maior, a continuidade da existência do povo tem a vantagem até de contar os nós dos pontos fracos. Hoje busco alento nos séculos de antissemitismo e de superação.


Até cinco minutos atrás ia começar mostrando fatos históricos! Eles chegam... Mas neste instante abro um e-mail da USP despachado no dia 13 de maio às 14:45 horas informando sobre aulas públicas que serão ministradas pelo jurista Luis Moreno Ocampo, primeiro titular da Cátedra Ernney Plessmann de Camargo e do Instituto de Relações Internacionais da USP. Ocampo foi promotor adjunto no Julgamento das Juntas Militares, responsável por processar comandantes do exército da ditadura militar argentina de 1976 (Jornal da USP). A cátedra foi instalada em 16 de outubro de 2023, em homenagem em homenagem ao Prof. Erney P. Camargo. Tive uma longa vivência com o Prof. Erney, com quem aprendi microbiologia nos tempos de graduação e depois participei de várias empreitadas conjuntas. Erney foi Presidente do CNPq, criador do Curso de Ciências Moleculares, USP e muitíssimo mais. Por que quero dividir com vcs a minha reação? Por que quero registrar na nossa NL  as vielas por onde passa o antissemitismo e a criação de falsas verdades sobre Israel.



Programa

 16/5, quinta-feira, 14h, Guerra con Ucrania

 23/5, quinta-feira, 14h, Genocidio Armenio en 2023

 06/6, quinta-feira, 14h, Octubre 7 y la Guerra de Israel en Gaza



Estas são as três aulas programadas! O título da terceira aula é insultante. Não tenho ideia do conteúdo da aula que acontecerá no dia 6 de junho. Mas, o título já revela o mal uso das palavras. 


O Estado de Israel está sendo atacado em todas as suas fronteiras. A bem da verdade, não por todos os seus vizinhos. Até há uma semana contava com o Egito e a Jordânia de forma explícita, e hoje apenas a Jordânia. Não existe uma Guerra de Israel em Gaza, e sim um ataque brutal de Gaza a Israel, 22 unidades populacionais (cidades, kibutzim e moshavim) foram atacadas em um dia. Mortos, feridos e raptados! E Israel revidou. A imprensa israelense, que é uma imprensa independente e inclui jornais em diferentes idiomas e linhas políticas tem apresentado críticas positivas e negativas. Mas, certamente a Guerra não é de Israel em Gaza!!

 

Israel vem sendo atacado dioturnamente. Norte, sul e oeste. Quanto ao leste, olhem o que acontece em Jerusalém! Tudo isso camuflado atrás de proxis iranianos. E a Guerra foi chamada de Israel em Gaza!!!!! Nem mais usa o termo Israel versus Hamas, que também é uma mentira!!!



Pensando em voz alta.

 

O texto acima não é necessariamente uma DENÚNCIA, mas sim uma OBSERVAÇÃO e um ALERTA para que possamos deixar de pensar que a SHOA ficou no passado.


A SHOA ainda está próxima! 


Mas vamos à história. Muitos fatos rodam minha memória, e para evitar divagações fui buscar na INTERNET datas em cada um dos períodos da história judaica. Um computador bem ensinado acaba apresentando milhares de opções e sugerindo textos que consolidam a informação. Minha surpresa foi encontrar um texto excelente na WIKEPÉDIA portuguesa que divido com vocês


Abaixo faço um resumo pessoal de um passado remoto e deixo de incluir os séculos XIX, XX e XXI.


Antiguidade

1.  410 aEC Elefantina (Ilha no Nilo) – revolta egipcia contra os persas incendiou Beit ha Knesset da comunidade judaica.

2.  Século III aEC – Alexandria (Egito) – Sacerdote historiador egípcio (Maneton) ridiculariza as leis judaicas em muitos textos – aqui é um teaser para que quiser olhar muitos textos. Ridiculariza a observância do Shabat e atribui a esta observância a queda de Jerusalém

3.  170-167 aEC – Editos anti-judaicos promulgados por Antíoco IV Epifânio na Palestina (lembrar que Palestina foi o nome dado pelos romanos ao Reino de Judá – após a sua conquista!

4.  38 EC – Alexandria – massacre dos judeus. De acordo com Fílon de Alexandria este massacre foi inspirado nos escritos de Maneton.


Idade Média

1.  Final século VI – Reino Visigótico, católico na Espanha emite decretos antijudaicos. Proíbe casamento de judeus com cristãos, circunsisão e prática dos feriados judaicos.

2.  Século VII – Foi criada as “Punições Cívicas e Eclesiásticas”, conversão forçada, exílio e morte.

3.  Século VIII – invasão mulçumana na península ibérica – judeus alinham-se aos conquistadores. – Idade dourada dos Judeus na Espanha (até o século XI).

4.  Século XI - 1011 – Córdoba, 1066 Granada – acaba a convivência – e ocorrem os pogroms, destruição de sinagogas, tanto na Espanha quanto no Egito, Síria, Iraque e Iémen. Conversão forçada ao Islã. Nesse período está Maimonides, uma dos grandes sábios judeus. Assim, como Maimonides e seus discipulos fugiram para o Egito, Haza e Safed, outros foram para o Norte, Reino Unido, Portugal. Os sefaradim (judeus da Espanha) espalham-se pelo mundo.

5.  As perseguições na Idade Média foram muitas! Cruzados que queriam declarar ao que chamavam de Terra Santa como orginalmente cristã, criaram falsas verdades que até hoje podem ser escutadas em sermões de igrejas. E também são combatidas por alguns ramos da igreja do século XXI. Em Norwich, leste da Inglaterra, ocorreu acusações do uso de sangue cristão para rituais, e que os judeus eram os “assassinos de Jesus Cristo” – ocorre a expulsão desta região, que ao longo dos anos se extende para toda a Inglaterra, Escócia e Irlanda

As cruzadas foram seguidas por expulsões, incluindo, em 1290, a expulsão de todos os judeus ingleses; em 1394, a expulsão de 100.000 judeus na França; e em 1421, a expulsão de milhares da Áustria. Muitos dos judeus expulsos fugiram para a Polônia. 

RENASCENÇA

1.  Neste período são pregadores cristãos franciscanos e dominicados que pregavam o antissemitismo. Mas o fato que me impressiona é o antissemitismo gerado pela Peste Negra (Século XIV). Chama atenção que neste período o papa Clemente VI emitiu duas bulas papais visando a proteção dos judeus (1348). Na cidade de Estrasburgo foram queimados vivos 900 judeus, mesmo antes da peste chegar a cidade. E a razão desta perseguição é muito interessante. Os hábitos de higiene prescritos na Torah e elaborados ao longo dos anos no Talmud e também por Maimonides continham várias regras que faziam com que a bactéria Yersínia pestis não fosse transmitida ou encontrasse barreira pré-imunes que impediam a sua entrada! O irônico é que os hábitos de vida judaica impediam o disseminar da doença. Os demais achavam que eles traziam as doenças.

2.  E chegamos a 1478 – a Inquisição Espanhola! Segundo o artigo da Wikipédia que é a base para esta descrição, 150 000 pessoas foram condenadas ao longo de 3 séculos (1478-1834) por tribunais da inquisição. Mas segundo vivemos aqui no Brasil e agora temos relatos dos mais diferentes recantos de cristãos novos, o número é muito maior se levarmos em conta as colônias!

3.  “Da Espanha não vem bons ventos nem bons casamentos”- um ditado que eu escutava de um feirante português que não gostava quando eu pegava frutas de um vizinho espanhol. Tinha uns 10 anos e achava aquilo divertido, porque os dois eram amigos, mas brincavam com os filhos das clientes que iam pegando frutas ou agrados”. A inquisição portuguesa e sua repercussão na formação do Brasil merece mais atenção do que apenas um parágrafo, mas foi herdada da Espanho pelo casamento de Don Manuel I com uma infante espanhola. A concessão papal para instalar a Santa Inquisição em Portugal só chegou no reinado de Dom João III e trouxe grandes consequências em Portugal e no Brasil.


Idade Moderna

1.  Século XVII – a Comunidade Polaco-Lituana (República das Duas Nações) sofre várias revoltas, perde parte importante da comunidade judaica (centenas de milhares) e há uma imigração de retorno para o Oeste Europeu, inclusive Inglaterra e a formação das comunidades na Bessarábia (Moldávia) e Ucrânia). Quantos judeus foram mortos neste período será difícil de contabilizar, mas implicou em uma migração forçada.

2.  Estados Unidos – há muitas controvérsias sobre a posição dos judeus nos Estados Unidos da América. Houve várias perseguições no Oeste que levaram a migrações para o Leste. Há muitos relatos de antissemitismo desde a criação dos Estados Unidos, a começar pelo que acontecia em Nova Amsterdã, atual Nova York. Hoje, sabemos que este caldo estava submergido e que bastou um estopim cheio de falsas verdades para que o antissemitismo aflorasse em todos os níveis, inclusive o acadêmico.

3.  1679 - Iémen –  judeus habitavam o Iémen desde a saída do Egito. Lembramos que o Har Sinai, onde foram entregues as Tábuas da Lei e a Torah ficam no Iémen. Nesta época foram destruídas as comunidades e as pequenas sinagogas. As grandes foram transformadas em Mesquitas!! Prática centenária que depois foi adotada também na Esplanada do Templo em Jerusalém.

·     século XVIII é premiado por ações na Prússia (Frederico II), Austria (Imperatriz Maria Teresa), Russia (Imperatriz Catarina II) promovem ações de segregação e prejuízo. Algumas com mais intolerância outras com menos. No caso da Russia, foram criadas as zonas de assentamento localizada na atual Polônia, Moldávia, Ucrânia e Bielorrússia. Eram os shtetls. Além dos judeus a Imperatriz Catarina II criou vilas para vários outras nacionalidades apátridas. Estas forças de trabalho foram importantes para desenvolver economias locais.

4.  Nesta época o preconceito aos judeus também pode ser avaliada por escritos de Voltaire que no Dicionário Filosófico (Dictionnaire philosophique), classificava o povo judeu como “ignorante", “bárbaro" e "cheio de superstições". Ao mesmo tempo, também criticou os que os perseguiam, dizendo: mesmo assim, não devemos queimá-los na fogueira. A Wikipédia portuguesa acrescenta que o Isaac de Pinto, um escritor judeu, escreveu uma carta aberta a Voltaire lamentando o preconceito. Este desculpou-se por ter estereotipado os judeus, mas não alterou a sua opinião geral… Qualquer semelhança com o que acontece hoje não é mera coincidência.

5.  Ainda são relatadas as ações contra os judeus no Império Otomano com o extermínio das comunidade de Tetuã, de LaracheArzilaAlcácer QuibirTazaFez e Mequinez . Há vários relatos do antissemitismo em paísed mulçumanos. A documentação apresentada é volumosa e deixo registrado que Benny Morris, historiador israelense nascido em 1949 que tinha posições pró-palestinos cita o relato de um viajante do século XIX –

"Eu vi um rapazinho de seis anos de idade, com uma tropa de crianças gordas de apenas três e quatro anos, ensinando-as a atirar pedras contra um judeu, e um pequeno menino, com a maior frieza, ir até ao homem e, literalmente, cuspir na sua gabardine. A tudo isso, o judeu é obrigado a submeter-se, seria mais do que sua vida valia atacar um maometano."[78]


Vamos nos aproximando aos nossos tempos. As descrições pormenorizadas continuam. Convido a todos para lerem os relatos. Um dos mais completos que encotrei e que de forma isenta segue relatando as discriminações a músicos e cientistas brilhantes.

 

Há muito mais a relatar – século XIX e XX foram cobertos de ações contra o Povo Judeu. Deixo uma figura que todos conhecemos e que vem sendo negada de forma vergonhosa!

 

Bergen-Belsen - 1 de abril de 1945

Quase concluindo, 

Um sabor do que os judeus faziam pelos judeus.


Contudo, pelo menos em Jerusalém, as condições para alguns judeus melhoravam. Moses Montefiore, em sua sétima visita em 1875, observou que novos e belos edifícios haviam surgido e; "certamente estamos nos aproximando do tempo de testemunhar a promessa santificada de D’us para Sion". Árabes muçulmanos e cristãos participavam da festa de Purim e da Páscoa; os árabes tratavam os judeus de "filhos dos árabes"; os ulemás e os rabinos ofereciam orações conjuntas por chuva em tempo de seca. (81)". Texto literal da Wikipédia - portuguesa


Retomando os dias de hoje. As sirenes tocam no Norte de Israel, mas a vida do dia a dia, apesar da inflação galopante e de sérios problemas na política interna, continua, continua e continua!

 

Se não há esperança em calar os que nos caluniam, certamente temos um histórico longo de superação, criatividade e de sabedoria para continuar a VIDA! Vamos chorar em 7 de outubro, como choramos em 9 de Av, Iom ha Shoa e 4 de Iar (Yom haZikaron). E vamos continuar a nos alegrar em PURIM e em 5 de Iar (Iom ha Atsmaut).

 

A Vida que esta semana foi celebrada de forma tão alegre na coluna Iachad pelo nosso colaborador André Naves.

 

AM ISRAEL CHAI

 

Regina P Markus