Israel e o Ponto de Inflexão
E a guerra continua. Estamos nos aproximando de 8 meses de conflito e as sensações e sentimentos afloram junto com as vivências que podem resultar em momentos de ação em diferentes fronts. Os judeus do mundo e o cidadãos de Israel enfrentam realidade não previstas. O grande sofrimento que acompanha a incerteza das centenas de reféns abduzidos de Israel no dia 7 de outubro. A tristeza e a desesperança pelos que foram mortos, toturados. Faltam palavras para traduzir o que as imagens daquele dia despertam. Ao mesmo tempo aprender que amigos se tornam inimigos e que os milênios de isolamento e mentiras sobre o povo judeu afloraram com toda a força.
A foto que ilustra esta matéria mostra o quanto o Estado de Israel é pequeno quando comparado com as demais nações do mundo. Mostra também a face de duas mulheres. A foto foi feita diretamente da tela de uma televisão israelense que fazia a transmissão ON LINE de uma das muitas manifestações feitas em Jerusalém exigindo uma ação positiva para a volta dos reféns. Para a volta dos soldados e soldadas que ficaram nos campos de batalha.
Poderíamos hoje desmistificar muitas das falas contra as forças de Defesa de Israel, que têm conduzido uma guerra em que avisa e protege civis de ambos os lados. Do lado israelense, menos divulgado pela mídia, sabemos que mais de 100 mil pessoas estão deslocadas. Toda a população de cidades de Israel localizadas no Norte, ao sul do Líbano, migrou para as regiões centrais. Estas cidades foram bombardeadas e muitas arrasadas. O esforço de reconstrução será enorme. Regiões com grande significado histórico, o que será que ficou? Aos poucos vamos sabendo. Em Gaza sabemos que não há confiança nos números apresentados e que a população civil não encontra proteção interna. A quantidade de alimentos que foram enviados daria para saciar a fome, mas onde foram parar? Os Estados Unidos construiram um porto para permitir a entrada de carretas, e esta semana o porto foi destruído; afundou. Os que ocupam o território de Gaza e que deveriam estar protegendo os seus não conseguem evidenciar atitudes de proteção, muito pelo contrário, a cada recontar das "notícias" aparecem fatos que não condizem com as acusações contra os soldados e soldadas israelenses.
No meio desta guerra de falsas informações e de uma desconfiança dos israelenses sobre o governo instalado surgiu a desesperança. A octagenéria de cabelos brancos, Zilda Kotzer, é minha prima-irmã que fez aliah (imigrou para Israel) na década de 1960. Queria saber o que motivou a sair com a multidão e no dia respondeu que Israel precisava dela em algum front. Este era o front que as mulheres idosas assumiram em busca da volta de todos e de soluções. O falar era de desesperança e ao mesmo tempo de uma votade de que tudo pudesse mudar.
A semana passada, as conversas privadas que tinha com as pessoas que moram em Israel e são muito sionistas, algumas religiosas mais ortodoxas, outras mais reformistas e outras sem apego ao aspecto religioso do judaísmo, mas muito ligadas a toda a nossa cultura, deixava um gosto não muito bom. O isolamento internacional cada vez mais evidente e a posição tomada pelo governo brasileiro eram os pontos principais da conversa.
Hoje, após uma quantidade importante de países da Europa terem condenado Israel, do Brasil ter retirado o seu Embaixador, que foi sumariamente transferido para a Suíça, e de vermos uma tendência de isolamente muito maior do que ocorria quando da passeata há uma semana, ela fez os comentários abaixo:
1 - O resultado desta guerra foi a união do Povo de Israel;
2 - Sinto isto no dia a dia, no trem, no ônibus. As pessoas estão mais preocupadas umas com as outras. Pequenas conversas e sorrisos acontecem;
3 - Ficamos mais condescedentes. Sentei ao lado de uma religiosa e trocamos sorrisos. Foi bom olhar nos olhos da "outra" e sentir que ambas éramos do mesmo povo.
Eu segurava o telefone e quase juntas comentamos que este era o ponto de inflexão necessário para que o governo mudasse e para que Israel pudesse assumir novos rumos. O PONTO DE INFLEXÃO. O momento da virada!
Nesta quinta-feira dia 30 de maio de 2024, Beny Gantz, líder do partido centrista União Nacional, propôs uma votação para a dissolução do atual governo. E no início da semana o Líder da Oposição Iair Lapid já havia previsto que Benny Gantz e Einsenkot estariam saindo do Gabinete de Emergêcia instalado após 7 de outubro. Fontes: 1, 2.
Este ACONTECE deveria chamar ACONTECENDO porque as notícias vão se sucedendo e mostando que estamos chegando a SHAVUOT - Oxalá possamos rapidamente passar a contagem do OMER e os tempos que separam a LIBERTAÇÃO da ESCRAVIDÃO e a instituição da LEIS, REGRAS e CULTURA do SABER.
AM ISRAEL CHAI veKAIAM -
Regina P. Markus
Parabéns Regina, de Acontece em Acontecendo, você nos informa sobre as ocorrências do mundo, suas tendências nem sempre as mais desejadas possíveis, e sobre as decisões das pessoas que deveriam batalhar por dias melhores, para todos, independente de suas crenças, raças, sexualidades ou cores.
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