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segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

A presença judaica na língua portuguesa

"Há uma significativa probabilidade estatística de brasileiros descendentes de ibéricos, principalmente portugueses, terem alguma ancestralidade judaica. A base histórica para tal é a imigração maciça de judeus expulsos da Espanha, em 1492, para Portugal, devido à contiguidade geográfica e às promessas (não cumpridas) do Rei D. Manuel I, que traziam esperança de sua sobrevivência judaica como tal. Mesmo com a expulsão de Portugal em 1497, os judeus (além dos cristãos-novos e dos criptojudeus ou marranos) chegaram a constituir 20 a 25% da população local."

A partir dos fatos históricos, Jane Bichmacher de Glasman - que é doutora em Língua Hebraica, Literaturas e Cultura Judaica pela Universidade de São Paulo e fundou e coordenou o Setor de Hebraico e o Programa de Estudos Judaicos da UERJ - apresenta um trabalho com exemplos da influência judaica na língua portuguesa a partir de sua ampla pesquisa sociolinguística

Por exemplo, “Fazer mesuras” origina-se na reverência à Mezuzá (pergaminho com versículos de DT.6, 4-9 e 11,13-21, afixado, dentro de caixas variadas, no batente direito das portas). Já  “Entrar e sair pela mesma porta traz felicidade”, bem como o costume de varrer a casa da porta para dentro, para “não jogar a sorte fora”, é uma camuflagem do respeito pela Mezuzá, afixada nos portais de entrada, bem como aos dias de faxina obrigatória religiosa judaica, como antes do Shabat (sábado, dia santo de descanso semanal) e de Pessach.

Estes e muitos outros exemplos estão no trabalho apresentado por Jane e que pode ser lido, na íntegra, neste link.



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