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sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

VOCÊ SABIA? - Carnaval




Você sabia que mais uma vez o carnaval carioca, com suas internacionalmente famosas escolas e sambas-enredo, procura no judaísmo uma inspiração reconfortante para ajudar a humanidade em sua jornada terrestre de dores e lutas constantes?
Para este ano de 2018 a atual campeã, a Portela, optou por mostrar a saga dos judeus itinerantes a partir de sua saída da Holanda para o nordeste brasileiro, beneficiando-se da liberdade de religião durante o Domínio Holandês. Porém, com a expulsão dos holandeses do Brasil em 1654 e a decadência da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, novamente os judeus foram obrigados a partir, abandonando às pressas o Brasil, e após muitas e arriscadas peripécias pelos mares do Caribe alguns chegaram à embrionária e principiante Nova Amsterdã, hoje Nova York. Foi ali que mais uma vez iniciaram uma nova vida criando a primeira comunidade judaica do continente norte-americano que resiste até os nossos dias, com sua sinagoga Shearit Israel, majestosamente instalada em frente ao Central Park.

A ideia da escola é trazer à tona temas que nos levem a refletir sobre a intolerância, a xenofobia e os imigrantes refugiados.

Em 2003 a Estação Primeira de Mangueira trouxe para a Avenida os “10 Mandamentos: O samba da paz canta a saga da liberdade” relembrando Moisés no Antigo Testamento e a libertação do povo hebreu do jugo e tirania do Faraó.
Moisés levitando na avenida

“Para o bem vencer o mal, trago fé no coração.
Pra acabar com a tirania uno o povo num cordão.
Faço paz com alegria abraçando meu irmão
Mangueira exalta os valores universais. E busca na História, assim mesmo de memória, no tempo que vai longe, uma bela trajetória. Conta a saga de uma luta contra um ódio de dar dó: o de um rei sem piedade, caricata majestade, e que era faraó.
Nunca se viu tamanha riqueza nem tanta fartura. Mas fora da corte, na aldeia vizinha, a lida do povo é vida sem norte, realidade dura.
Escravos hebreus que vivem na lama com barro e com trigo preparam o tijolo que ergue a cidade. Na alma e no peito, na mente de todos, um só sentimento - sonhar liberdade.   
Cada dia que passa o povo lamenta a própria desgraça. São muitos, são tantos, que um dito ecoa em tom promissor: ali vai nascer, crescer e viver, o libertador.
Ramsés não perdoa tamanha insolência! Precisa com urgência deter o perigo de tal previsão; manda matar os recém-nascidos para assim impedir sua consumação.
Um deles escapa, a mãe o salvou. Num cesto flutua, nas águas do Nilo, até ser recolhido num nobre solar: ironia do destino, o lar do menino é o palácio de quem o mandara matar.”
E com Moisés inicia-se a longa saga da liberdade do povo sofredor. A história se desenrola na avenida, contando todos os passos de Moisés incluindo sua grande ira face ao bezerro de ouro, até a fase gloriosa em que o Senhor se manifesta através das tábuas da Lei. 


“Lei das leis, voz serena da verdade, um código de ética para toda a humanidade. Desde então, em cada religião, os homens de bem se inspiram nas tábuas em sua pregação. E fazem da essência do seu conteúdo o marco supremo da libertação.

No Brasil, desde sempre, os povos se irmanam sem ódio ou rancor. Exemplo pro mundo de raro esplendor, tens saber profundo - és a pátria do amor.

Sabem todos agora as lições da verdade: o homem nasceu para ter liberdade; diferença de crença em cada cabeça não deve impedir que o amor prevaleça; e a paz, meu irmão, se faz como aqui - no convívio fraterno e na alma sem mágoa que cada pessoa traz dentro de si.”
Max Lopes
Idéia original e texto: Oswaldo Martins




E a grande exaltação final culmina atribuindo ao Brasil o papel de lugar abençoado onde os mandamentos são cumpridos em prol de todos os seres humanos, independente de suas religiões, diferenças ou raças.

Este texto é uma colaboração de Itanira Heineberg para os canais do EshTá na Mídia.

FONTES
http://www.gresportela.org.br/Noticias/Detalhes/confira-sinopse-do-enredo-da-portela-para-o-carnaval-2018

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