JUDEUS PELO MUNDO
Conservando a essência e incorporando hábitos,
costumes e genes
Tempo & Espaço – as duas grandezas físicas
que se encontram no presente, mas que se relacionam através da história ou que
podem ser igualadas se o observador estiver se movendo na velocidade da luz.
Tempo & Espaço são grandezas finitas, mas se observadas por largos
períodos podem se confundir com a eternidade. Os judeus têm estado presentes neste planeta há muitos anos. No encontro entre os dirigentes da China e de
Israel em 2017, ambos comentavam que havia grande diferença entre o
tamanho de cada um dos povos, mas que do ponto de vista de tempo eles se assemelhavam.
Uma outra diferença interessante é que os chineses, que somam mais de 1,5
bilhão de pessoas e ocupam um vasto território (9.750.000 km2) bem
delimitado, podem ser identificados por características faciais. Os judeus, no
século XXI, têm um minúsculo território (20.700 km2), que ainda é
questionado, e a maioria dos judeus do mundo nasceu fora do território de
Israel, assim como seus avós, bisavós e tataravós. Os judeus hoje somam aproximadamente
14 milhões de pessoas. Um número menor que os habitantes da Grande São Paulo.
Apesar disso, são uma população que tem grande visibilidade ou que tem
visibilidade nula. COMO? A frase anterior é totalmente incoerente. A frase
anterior admite duas situações que aparentemente são mutuamente exclusivas.
Vamos decifrar.
Para cumprir a missão de divulgar o Estado de Israel e combater o
impressionante antissemitismo focado no desejo dos judeus de terem um pedaço de
terra neste planeta, e, portanto, poderem ser definidos tanto no tempo quanto
no espaço, vamos dedicar algum tempo para esclarecer fatos sobe os judeus da
diáspora.
A maioria dos leitores conhece parte da
trajetória judaica na diáspora e conhece o nome de alguns judeus importantes
como Einstein, Freud e Sabin. O primeiro revolucionou a física mostrando de
forma muito elegante em que condições o espaço se transforma em tempo; o
segundo criou a psicanálise; e o terceiro, a vacina contra a paralisia infantil.
Certamente também não há dificuldade em encontrar muitas pessoas que sabem que
os judeus europeus foram deslocados em massa no século XX pelos regimes
czarista (1890 – 1917), nazista (1933-1945) e comunista (1948 – 1991) e que
acabaram chegando nas Américas e também criando o Estado de Israel, um sonho
acalentado por quase 2000 anos, desde a expulsão dos judeus de Jerusalém pelos
romanos, quando a Terra de Israel passou a ser chamada de Palestina e sua
capital Jerusalém de Aelia Capitolina.
Os judeus europeus costumam ser divididos em
dois grandes grupos: os ashkenazis e os sefaradis. Os sefaradis habitavam a
Península Ibérica até a expulsão pela Inquisição Católica. Na sua maioria, o
destino dos que não se converteram foram as terras banhadas pelo Mar
Mediterrâneo, tanto na Europa quanto na África. Encontramos judeus sefaradis
nos países árabes como Marrocos, Líbia, Egito, Líbano e Síria. Também na Turquia, Itália, Bósnia-Herzegovina, Grécia. Estes judeus, além de manter o
Ladino - idioma com base no castelhano com influência marcante de português,
hebraico e catalão - também mantiveram o hebraico.
A sessão “Você Sabia?”, escrita pela nossa colaboradora
Itanira Heineberg, tem apresentado vários aspectos interessantes sobre os
judeus de Portugal.
Já os ashkenazis são os que passaram pela Alemanha
na Idade Média e depois se deslocaram para os países do leste Europeu. O
dialeto próprio destes judeus é o iídiche, que tem como base o alemão medieval,
mas é recheado de hebraico e dos idiomas de diferentes países como Polônia,
Lituânia, Ucrânia, Moldávia, Romênia, etc. Muitos são os hábitos que os judeus ashkenasis incorporaram dos países em que viveram, mas o mais curioso é a
indumentária. Os judeus ortodoxos são facilmente identificados por seus ternos
escuros, chapéus e capas pretas longas. Esta indumentária usada por nobres
poloneses do século XI acabou sendo incorporada e agora é utilizada em países
de clima quente, como Israel e Brasil.
Além dos askenazis e sefaradis, também há muitos outros
grupos judaicos. Em Roma encontramos ainda hoje judeus que se autodenominam 'romaniots'. Estes chegaram ainda nos tempos da Roma Antiga, e o Museu Judaico de Roma tem um vasto
material documentando este grupo que ainda hoje é muito atuante na vida da cidade e mantém atualmente boa relação com o Vaticano.
Saindo do continente europeu, e sem entrar no
continente americano, que é nosso conhecido, vamos nos aventurar na Ásia e
África. Os judeus da Ásia, que habitaram principalmente Iêmen, Iraque e Pérsia, são conhecidos como 'misrarrís' (orientais). A maioria deles foi expulsa durante
o século XX. Os antepassados dos misrarrís chegaram a estes países na antiguidade e ali habitaram por 2000 a 2500 anos. Destes locais, trouxeram
características étnicas e hábitos e costumes ligados à culinária, indumentária,
música e relações familiares. Deste grupo, os judeus iemenitas são os menos
conhecidos por nós. É no Iêmen que ficava a terra dos midianitas, o povo de
pele mais escura que foi liderado por Ietro, o único homem que mereceu ser
honrado com uma parashá (capitulo) da Torá. Ietro, o sogro de Moisés, o
conselheiro que idealizou a Sanédrio, a assembleia de homens experimentes que
deveria ajudar Moisés a reinar. E hoje, quando pesquisamos sobre os judeus no
Iêmen, há várias hipóteses; algumas levam à conclusão de que
os judeus do Iêmen poderiam ser os que não entraram na Terra Prometida junto
com Josué. Certamente estiveram lá por muitos anos, e vamos deixar os
cientistas tratarem de datações precisas.
Olhando para o Leste, para a África, conhecemos
bem os Bnei Israel, que fizeram longa caminhada da Etiópia até o Sudão para
depois serem transportados para Israel por avião, em uma operação incrível. Esta
população vivia no Norte da Etiópia, espalhada em 500 aldeias, e a fome instalada
no país na década de 1970 fez com que fugissem para o Sudão. Em 14 de março
de 1977 o parlamento israelense declarou que eram judeus e iniciou uma operação
de resgate. Hoje, há em Israel cerca de 120.000 descendentes de etíopes. Se a
vida destes imigrantes não foi fácil, porque teve que ser confrontada com o
racismo reinante na população europeia, hoje são cidadãos israelenses. Aos
judeus etíopes somam-se agora os Lamba da África do Sul e os Ibo da Nigéria.
Tribos consideradas judaicas porque seguem preceitos alimentares e
educacionais. Populações que, apesar de viverem isoladas em pequenas aldeias, têm seus meninos sabendo ler a Torá quando chegam aos 13 anos. Populações separadas do Povo Judeu na
Antiguidade, antes de ser iniciado o Talmud e a Mishna (ano 70 da era comum), mas que guardam costumes semelhantes a europeus bem-sucedidos nas ciências, artes e
finanças.
UNIR ESPAÇO e TEMPO –
Na física, o observador precisa se mover na velocidade da
luz: E = m.c2
Para Homens e Mulheres: passar o conhecimento de geração
em geração pode vencer a separação física e temporal –
O símbolo usado para expressar a velocidade da
luz na equação de Einstein é “c”
Na equação que garante a continuidade “c”
significa conhecimento.
Regina P Markus, Marcela Fejes, Juliana Rehfeld
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