Você sabia que em Israel há uma Escola Democrática que
visa estimular a sabedoria do aluno transformando-o também em professor,
estimulando sua autonomia e levando-o a valorizar a paz, tal qual a Escola
Reggio Emilia na Itália a Escola da Ponte em Portugal?
Escola Democrática de Hedera
A Escola Democrática de Hedera nasceu em 1987, em Haifa, por
uma educação democrática e integral para alunos de 4 a 18 anos de idade.
“É um
espaço de ensino que tenta garantir o direito de escolha do estudante no que e
em como aprender, bem como na experiência quotidiana de um colectivo democrático.
É uma
escola que respeita o que chama de soberania dos estudantes, apoiando-os a agir de forma autônoma.”
Baseia-se nas
teorias de Rousseau, Martin Buber, Carl Rogers e Janus Korczak, que apoiam uma
escola aberta, garantindo a união e continuidade entre a vida na cidade, na
comunidade e na própria escola.
O criador desta escola, Yaacov Hecht, muito cedo se
desiludiu com a educação que recebia.
Os processos tradicionais de aprendizagem o incomodavam,
assim como a classificação de alunos como melhores, piores, medíocres, fez com
que abandonasse a escola.
Vivendo em uma época democrática, ele se recusava a
aceitar métodos não democráticos, atitudes de um passado repressor e não
criativo.
Foi assim que, em 1987, criou uma escola diferente onde
as idades mistas interagiam e os estudantes tinham a possibilidade de
selecionar os conteúdos a serem trabalhados.
A partir do sucesso de sua primeira escola, de 450
alunos, Hecht expandiu suas ideias em mais 25 casas de educação.
“Nesse período, o então Ministro da Educação
propôs a ele a implementação desse modelo em diversas cidades do país. Para
garantir a formação de profissionais que compreendessem a proposta, foi criada
uma universidade especializada em educação democrática. Hoje, 26 escolas, em 12
cidades de Israel aplicam a ideia de uma sociedade democrática dentro do espaço
escolar e contribuem – ao lado da comunidade – para a construção dos sonhos dos
estudantes.”
Escola Democrática de Hedera
A criança é feita de cem. /A criança tem cem mãos/
cem pensamentos/ cem modos de pensar/ de jogar e de falar./ Cem sempre
cem/ modos de escutar/as maravilhas de amar. Cem alegrias/ para cantar e
compreender./Cem mundos/ para descobrir./ Cem mundos/ para inventar./ Cem mundos/ para
sonhar./ A criança tem/ cem linguagens/ (e depois cem cem
cem)/ mas roubaram-lhe noventa e nove./ A escola e a
cultura/ lhe separam a cabeça do corpo.
Yaacov Hecht expressa suas ideias para uma comunidade
mais autônoma e eficiente:
“Focalizávamos o conteúdo
democrático pelo ponto de vista dos direitos humanos. Além disso, tínhamos como
foco juntar pessoas de diversas idades no processo de aprendizagem, afinal, por
que só a escola divide as pessoas por idade?”
Escola da Ponte, Portugal: autonomia dos estudantes
Este texto é uma colaboração de Itanira Heineberg para os canais do EshTá na Mídia.
Um muçulmano, um judeu e um cristão têm cozinhado juntos por 17 anos. A comida que eles preparam combina suas origens, tradições e culturas em delícias culinárias. Assista e descubra a incrível história destes três chefs:
formulando CONVIVÊNCIA – respeitando a HUMANODIVERSIDADE
Esta semana assistimos a muitas
demonstrações de antissemitismo ao redor do mundo, algumas delas na Alemanha.
De um lado, árabes saem de países em guerra e buscam o mundo ocidental,
formando um importante contingente de desestabilização; do outro, há o
renascimento de grupos nazistas, que este ano explicitamente comemoraram
a data de nascimento de Hitler.
Na França, a judia Mireille Knoll, de 85 anos, foi encontrada morta em
seu apartamento em Paris no dia 23 de abril. Sobrevivente do holocausto,
recebeu 26 facadas. Suspeitos foram detidos e no dia 28 de abril foi
realizada uma passeata organizada por instituições judaicas em Paris. Os
manifestantes marcharam em direção à casa da vítima e o Presidente Macron, junto
com outras autoridades, uniu-se à manifestação.
Este não foi um caso único. Na
Alemanha, acompanhamos muitos casos, inclusive o de um rapaz árabe-israelense
que acreditava ser paranoico o medo de seu companheiro judeu israelense de
sair com solidéu nas ruas de Berlim. Saíram os dois juntos, e o árabe
colocou o solidéu. Este rapaz foi espancado por um mulçumano que gritava
em árabe – JUDEU. O episódio foi filmado e gerou enormes protestos.
O antissemitismo começa a mostrar a
sua face – e o mundo não está calado. O mundo sabe que não pode ficar
calado, pois o custo destas demonstrações de racismos explícito contra um
povo multiétnico, que vem sobrevivendo há mais de 3000 anos, tem resultado
em grandes catástrofes para toda a humanidade. Foram acesos os sinais vermelhos,
mas estes devem ser traduzidos em ações e na detecção de narrativas
mentirosas.
O Estado de Israel completou a semana
passada 70 anos de vida e comemorou com festas e alegria após ter parado
no dia anterior para lembrar que não foi doado em umabandejade prata͟, mas sim pelos ombros de homens e mulheres que deram suas vidas para o renascimento de uma nação aniquilada
nos anos 70. Assim como o povo judeu, os cidadãos israelenses têm
diferentes matizes, diferentes religiões e diferentes idiomas em uma pequena
faixa de terra menor que Sergipe. Conviver mantendo a diversidade – a humanodiversidade - é uma das
melhores formas de manter um convívio pacífico, e se este muitas vezes não
é possível entre as nações, porque muitos interesses estão em jogo, passam
a ser alcançados no plano individual. Em alguns casos, o fato comum é
pertencer ao mesmo povo – e há muitas iniciativas para
colocar judeus de diferentes origens,
culturas e cor de pele em contato para difundir culturas. Há algo comum,
que é ser judeu, junto com todas as diferenças. Outros pontos de contato
são as relações com árabes mulçumanos, cristãos ou com drusos. Neste caso,
o ponto em comum é a cidadania israelense.
Muitos tornam-se companheiros ao servirem o exército de defesa de Israel e
outros ao frequentarem escolas comuns. Neste caso, seguem o caminho
natural criado para facilitar a convivência. Existem também casos inéditos,
que mostram que o convívio gerado pelo contato pessoal é a forma mais
fácil de aproximar pessoas separadas por narrativas coletivas e por
estereótipos. A figura que ilustra este editorial é de duas jovens que
participaram de um programa Master Chef que moram na Judéia. Esta linda foto dá vida à palavra CONVIVÊNCIA. E ilustra a
importância do respeito pelo outro.
Hábitos e costumes diferentes apenas
ilustram que pertencemos ao Planeta Terra, e que nós humanos apesar de nossas
semelhanças somos únicos. Cada ser é um e cada um tem a capacidade e o
direito de manter a sua identidade. Criar o conceito de humanodiversidade é o que vai permitir convivermos mantendo as nossas identidades.
Você sabia que Israel possui um programa de convivência
e de cooperação internacional em saúde e agricultura para países
em desenvolvimento, o Mashav? O programa atua desde 1958 em colaboração com a
população e governantes na África, e mais recentemente nos países
latino-americanos e também na Ásia - incluindo os países islâmicos que mantêm
relações diplomáticas com Israel - e nos Territórios Palestinos, onde atua com
consultoria, transferência de tecnologias agrícolas e projetos conjuntos.
Israel ensina a técnica de
irrigação por gotejamento a profissionais de 9 países africanos de língua
francesa.
Em 1958, retornando de uma de suas visitas à
África, a Ministra das Relações Exteriores de Israel, Golda Meir, decidiu ajudar aquele
continente em vista das grandes dificuldades que presenciou.
Assim foi criada a Agência Nacional para o Desenvolvimento
da Cooperação Internacional, o Mashav, um passo valoroso no relacionamento de
Israel com o mundo.
Este projeto era, então, voltado para a capacitação profissional.
Golda Meir, baseada no que viu em outros países, sentia que Israel devia estender
os conhecimentos que já possuía às nações menos avançadas e menos privilegiadas.
Plantando alfaces no Senegal
“Capacitação é a palavra-chave do Mashav.
‘Capacitação dos capacitadores’ é o fio condutor do trabalho
deste órgão governamental israelense voltado à cooperação internacional.”
Esta é a história de um projeto simples e bem-intencionado que
cresceu e se transformou no grande canal israelense de ajuda às nações, com a
simples transferência de instrução e ciência para atingir a tão almejada
sustentabilidade.
Mas se você não quiser ler este artigo até o fim, assista o
vídeo abaixo, no qual imagens e depoimentos pessoais falam mais do que palavras
escritas:
“Suas ferramentas são seu reconhecido know-how
tecnológico e sua qualificada mão-de-obra em áreas que vão de:
- saúde
pública à medicina em situações de emergência,
- modernas técnicas para aumento da
produtividade agrícola ao combate à desertificação,
- gerenciamento otimizado de
recursos hídricos, desenvolvimento rural e urbano integrado,
- educação e capacitação de
profissionais,
- ajuda humanitária diante de
desastres naturais e atos de terrorismo.
A imagem de médicos e equipes de
resgate em cujos uniformes e capacetes se destaca a bandeira azul e branca de
Israel já foi vista milhares de vezes, por milhões de pessoas, em todo o mundo
- na Turquia, na Rússia, na Bósnia, no Quênia, nos Estados Unidos e, mais
recentemente, no Haiti.
Incontáveis profissionais
brasileiros já se beneficiaram dos cursos de curta e média duração do Mashav em áreas como extensão agrícola,
urbanismo, cultivo de peixes, manejo de gado de corte e de
leite, cursos para dirigentes sindicalistas e vários outros, implantando ao
voltar de seu treinamento importantes projetos em suas respectivas secretarias
de estado e de município, ou universidades.”
No final do ano 2000 a ONU definiu as Metas de Desenvolvimento
do Milênio no intuito de diminuir a pobreza no mundo até 2015.
Dos então 6,5 bilhões de pessoas, 1,4 bilhão encontravam-se em
extrema pobreza e 300 milhões desta população viviam na África.
Israel, atuando através do Mashav, vem lutando contra a pobreza
do planeta, agindo em países em desenvolvimento, especialmente no continente
africano.
O Centro
de Cooperação Internacional israelense oferece aproximadamente
300 cursos por ano, em diversas línguas, e em diversos países além de Israel.
Etiópia – viveiro para plantas.
Em seus 60 anos de trabalho, muitos projetos
pilotos foram inaugurados em todos os continentes:
CAMPOS de OLHOS:
“O primeiro foi na Libéria, em 1960, quando seis oftalmologistas
do Centro Médico Hadassa treinaram equipes médicas e implantaram um hospital
com 30 leitos para tratamentos de moléstias da visão. Assim nasceram os
chamados “Campos de Olhos”, modelo que desde então passou a ser replicado em
países em desenvolvimento.
Além dos cursos de capacitação, exames e cirurgias realizados
por médicos israelenses, o Mashav ainda fornece todos os
equipamentos para o funcionamento posterior dos “Campos de Olhos”.
CINADCO – Centro de Cooperação Internacional para
Desenvolvimento Agrícola
O Mashav sempre se dedicou com afinco aos países do Oriente
Médio.
“Desde a assinatura do Acordo de
Paz com o Egito, tem atuado intensamente na promoção da cooperação técnica com
seus parceiros na região, em ampla gama de áreas, além da concessão de bolsas de estudos
em centros de formação israelenses.
Um dos parceiros principais
do Mashav em Israel é o Centro de Cooperação
Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, Cinadco.
Especializado na área de
agricultura, é utilizado para ministrar cursos para bolsistas estrangeiros.”
Após a assinatura do tratado de paz com a Jordânia em 1994,
Israel ampliou a colaboração no país:
“Israel construiu e equipou totalmente uma Unidade de Terapia Intensiva
no Hospital do Crescente Vermelho, em Amã.
Ainda implantou e gerenciou,
durante anos, uma fazenda-piloto na região jordaniana de Karak, para produção e
processamento de
leite de ovelha.
Durante anos manteve-se uma
parceria entre o Kibutz Yotvata e os fazendeiros das regiões jordanianas de
Rahma e Umm-Mutlak, para treinamento e transferência de tecnologia agrícola.
O Mashav treina anualmente 100
técnicos desse país em Israel em cursos que vão desde gerenciamento de pequenas
empresas a métodos agrícolas auto-sustentáveis e amigos do meio-ambiente.”
Primeiro
projeto “Educação para Desenvolvimento
Sustentável.” - Kisumu, Kenya
Vale a pena conferir todo este trabalho de ajuda que Israel
dispensa aos países pobres em desenvolvimento além da ação de ajuda humanitária
em qualquer situação catastrófica no planeta.
“Um dos mais importantes é o
Programa Agrícola Regional, de três anos de duração, iniciado pela Dinamarca em
1999, que abrange Israel, Egito, Jordânia e a Autoridade Palestina.
O RAP, baseado no princípio de
parceria entre as partes, se concentra em pesquisa aplicada, treinamento
profissional e fazendas-modelo.“
Desde 1972 Israel tem colaborado na OEA, Organização dos Estados
Americanos e em 2010 assinou com a entidade um Memorando de Cooperação
aprofundando um programa intensivo nos tópicos educação, meio-ambiente, combate
à pobreza, entre outros.
Nesta última década organizou um seminário sobre “Manejo
avançado de água para uso agrícola e urbano”, do qual participaram
profissionais da Coréia, Tailândia, Índia, Cazaquistão, Uzbequistão,
Tajiquistão, Turquia e Jordânia.
Muito importante ressaltar que o trabalho do Mashav é planejado
e realizado de acordo com os governos locais, levando sempre em conta as
necessidades dos parceiros envolvidos.
“Em outras palavras, Mashav é um programa de solidariedade
entre países.”
Após a leitura destes fatos que são apenas uma pincelada rápida sobre o
trabalho do Mashav, podemos confiantemente concluir que este programa tem obedecido
desde o início a sua generosa Missão internacional:
We at MASHAV believe that we can make a difference
Missão Internacional:
“Nossa maior contribuição possível para os países
em desenvolvimento é feita em áreas onde Israel possui experiência relevante,
acumulada durante sua própria experiência de desenvolvimento como um país jovem
que enfrenta desafios semelhantes. Acreditamos que o treinamento de instrutores
e atividades de capacitação sejam a melhor maneira de obter o
máximo impacto na atividade de desenvolvimento. A educação e a transferência de
habilidades e capacidades levam ao empoderamento, a garantia mais segura de
crescimento sustentável.”
Este texto é uma colaboração especial de Itanira Heineberg para os canais do grupo Esh Tamid. FONTES:
Datas
redondas sempre são comemoradas com mais ênfase. Ontem o moderno Estado de
Israel fez 70 anos e o aniversário foi comemorado em todo o mundo, pela
comunidade judaica e por todos os amigos de Israel, com grande alegria e
admiração.
No Brasil
não foi diferente: as Escolas, os Clubes e as Federações organizaram programações
especiais. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, a Fiesp, foi iluminada
com a bandeira de Israel, a bandeira azul e branca que tem em seu centro o
escudo de David - a estrela de 6 pontas construída a partir de dois triângulos
posicionados exatamente em direções opostas, que mostra que ao se posicionarem
juntos criam uma nova figura. Não só as figuras podem ganhar novos sentidos,
mas o sentido dos números é uma velha prática judaica conhecida como Guematria.
Este ano
observamos diferentes formas de transformar os 70 anos em charadas matemáticas.
No ano 70 da era comum os romanos expulsaram os judeus de Israel e surgiu a
Palestina. Deste ano 70 em que se deu o início da diáspora até a comemoração
dos 70 anos do moderno Estado de Israel passaram-se 1948 anos, exatamente o ano
em que foi declarado o renascimento do Estado de Israel. Muitas outras magias
foram extraídas dos números. Em hebraico VIDA é composta das letras chet - ח e iud -י,
que também são lidas como 18 – assim, o número 18 é um símbolo de vida – 2018 –
simboliza duas vidas – a do Estado de Israel destruído pelos romanos e a do
Estado de Israel dos nossos tempos.
Esta semana
comemoramos a liberdade e a independência civil, a segurança de uma pequena
nação que abriga um dos povos mais antigos da Terra e que vem capitaneando
mudanças importantes nas áreas de ciência e tecnologia. Uma nação que lembra
dos que por ela se sacrificaram e que abriga todos que a procuram. Uma nação
que sabe viver na discordância e no diálogo e que usa a dialética talmúdica
para levar adiante um projeto com todas as honras (Col a Cavod).
"Em apenas 70 anos, Israel já conquistou muito: fez florescer o deserto, se transformou numa nação de alta tecnologia, recebeu milhões de imigrantes e continua buscando o sonho eterno de paz..
Há muitos motivos de orgulho, com a esperança de muitos mais anos de conquistas e avanços para Israel e para o mundo todo."
Compartilhamos o texto e o vídeo da página Israel en Espanhol, no Facebook:
Para celebrar os 70 anos de independência do Estado de Israel, o projeto Koolulam convidou 12 mil pessoas, que não se conheciam, a cantar juntas em um evento especial com Shlomi Shabat, a Jerusalem Street Orchestra e o Presidente Reuven Rivlin.
O resultado é este que você pode conferir abaixo. Aumente o som e emocione-se conosco.
Você sabia
que, por aproximadamente 3.000 anos, os judeus da Etiópia - do antigo Reino de Kush,
conhecidos como falashas ou Beth-Israel - mantiveram-se fiéis à sua religião e
tradições em meio à escassez de alimentos, à seca e às guerras das tribos da
região?
Estes
judeus eram parte de uma das tão faladas 10 tribos perdidas, tendo como
ancestrais o rei Salomão e a rainha de Sabá (Sheba).
“Há um desconhecimento de alguns de como a tradição
oral e a história documental interpretam o surgimento dos hebreus na
Etiópia.
Sabemos que os melhores historiadores sobre
Beth-Israel são os membros daquela comunidade, porque mantém tradições vivas
comprovadas através da oralidade e um pertencimento milenar oriundo da tradição
mosaica que não deixa dúvidas da sua originalidade.”
Algumas
hipóteses sobre o Beth-Israel:
“Os praticantes do Beth-Israel são descendentes da tribo de Dan.
Eles são descendentes de Menelik I, filho do
rei Salomão e da rainha de Sabá; hebreus que fugiram de Israel para o Egito
depois da destruição do Primeiro Templo em 586 a.C, e acabaram por se instalar
na Etiópia.”
Representação de Balkis, a Rainha de Sabá, por Charles
Gounod
Estas
hipóteses estão de acordo com as histórias de migrações do povo judeu.
Com a
destruição do Templo de Salomão pelos assírios em 586 AC, os judeus se
dispersaram , fugindo em busca de refúgio e paz.
Perambularam
pelo Egito, Arábia do Sul, Iêmen, Sudão e alguns alcançaram a Etiópia.
Estes
judeus da Etiópia, com seus costumes e crenças tão diferentes dos outros povos
da região, foram discriminados e perseguidos durante milhares de anos.
Eram
chamados de falashas, um termo pejorativo que quer dizer “estrangeiros”.
Apresentavam
costumes milenares e diziam-se descendentes da tribo perdida de Dan, fundada
por Menelik, filho da rainha de Sabá com o rei Salomão.
Rei Salomão
Em 1947, os
rabinos de Israel finalmente reconheceram os hebreus da Etiópia pois ainda obedeciam
firmemente as leis da Torah.
Em outra
fonte, li que somente em 1975 eles foram reconhecidos pelo Estado de Israel como
verdadeiros descendentesdas tribos
perdidas.
A história
mais recente começou em 1860 quando um missionário britânico em excursão pela
Etiópia descobriu pessoas de
tez escura com feições semitas que praticavam o judaísmo.
Um
estudioso judeu, Joseph Halevy, foi então até lá para conhecê-los pessoalmente
e só conquistou a confiança do povo que visitava ao pronunciar a palavra Jerusalém.
Apesar do confinamento dos séculos, eles observavam o Shabbat, falavam hebraico
e todos guardavam o grande sonho de voltar a Jerusalém.
De lá para
cá, muito aconteceu e Israel perpetrou grandes milagres, organizando operações
aéreas secretas, as Aliot Moisés em 1984 e a Salomão
em 1991, que levaram para seu país cerca de 35 mil judeus num esforço para
acabar com a saga de 3 mil anos de êxodo dos judeus Beth-Israel.
“Mas grande
parte deles nunca havia tido contato com uma civilização aos moldes ocidentais
e eram membros de tribos.
Muitos
nunca haviam sentado em uma cadeira ou sequer calçado um sapato. O que fez com
que a adaptação fosse difícil.
Hoje,
aproximadamente 90% dos etíopes judeus vivem em Israel: a comunidade reúne
135.500 pessoas — destes, mais de 50 mil nasceram no país."
Como em todos os movimentos migratórios do planeta, surgem sempre dificuldades de integração para todos os imigrantes recém chegados a uma terra desconhecida.
A língua é um empecilho nas comunicações, as diferenças culturais em muitos casos são gritantes, e a alimentação muitas vezes diferenciada. Esses, entre outros fatores, por vezes levam os novos e felizes imigrantes a terem dúvidas e se perguntarem se alguma vez vão realmente se adaptar e conquistar os seus sonhos.
Mas a educação é sempre um caminho milagroso que coloca todos no mesmo patamar, assim os jovens recém chegados foram logo se adaptando, aprendendo, gozando dos privilégios que lhe eram oferecidos a cada nova experiência cultural, assim ajudando em casa as gerações mais apreensivas.
Hoje os judeus da Etiópia fazem parte ativa da população do país, operando em todas as áreas, trabalhando no comércio, indústria, transportes, moda, e, muitíssimo importante, protegendo com afinco a defesa do país.
A modelo Esti Mamo nasceu em 1983 em Chilga, no noroeste da Etiópia. Ela é membro da comunidade Bet-Israel (Casa de Israel).
“Eu sou morena, mas formosa, ó filhas de Jerusalém, como as tendas de Quedar, como as cortinas de Salomão. Não repareis em eu ser morena, porque o sol crestou-me a tez; os filhos de minha mãe indignaram-se contra mim, e me puseram por guarda de vinhas; a minha vinha, porém, não guardei.” Cantares de Salomão 1:5, 6.
Pequena vila
de judeus na Etiópia - Wolleka
O livro Kebra Negust, ou Kebra Nagast, Glória dos Reis, considerada uma
obra de inspiração divina, relata a lendária história da origem da dinastia
salomônica dos imperadores da Etiópia.
Conta que Menelik I, filho do rei Salomão e da rainha do Sabá, ao
atingir os 22 anos quis conhecer seu pai e dirigiu-se a Jerusalém onde
permaneceu um bom tempo. Lá fez amizade com outro rapaz e com a ajuda do amigo,
entrou no templo e ambos se apossaram da Arca da Aliança, levando-a para a
Etiópia.
Muitos afirmam que até hoje ela lá permanece na igreja de Santa Maria de
Sião.
A Arca da Aliança chegando na Etiópia, com Menelik I
Axum, Etiópia
Igreja
Santa Maria de Sião, na Etiópia, onde está a Arca da Aliança com as Leis dadas
a Moisés.
Em
aldeias totalmente judaicas, milhares de negros mantiveram sua religião
Este texto é uma colaboração de Itanira Heineberg para os canais do EshTá na Mídia.
Hoje é dia 12 de abril de 2018 e falta exatamente uma semana para que se comemore a Independência do Estado de Israel, declarada por David Ben Gurion no dia 5 do mês de Yar de 5708 (14 de maio de 1948). Nesta semana que precede o renascimento do Lar Nacional Judaico, todos os habitantes de Israel param completamente aonde estiverem. As sirenes tocam por todo o país e avisam que está na hora de LEMBRAR.
Lembrar os seis milhões de judeus que morreram no Holocausto (SHOÁ). Um dia antes, todos os soldados que morreram defendendo o Estado de Israel (IOM háZICARON). A imagem é muito forte. É fazer com que o presente possa deixar de existir por um curto espaço de tempo de modo que todas as pessoas façam uma importante viagem no tempo.
Anos atrás costumávamos dizer NUNCA MAIS – que estes tempos nunca mais voltem. Hoje, considerando todos os que negam a existência do Holocausto, é ainda mais importante contar e recontar a história para que o apagamento da memória não permita a volta do passado.
Antissemitismo é uma prática milenar e ganhou o seu mais alto grau de expressão no Holocausto. Mas não podemos esquecer que em paralelo, de forma mais silenciosa mas não menos eficiente, o século XX viu a expulsão de todos os judeus dos países árabes. Aqueles judeus que chegaram a estes países nos séculos XIV e XV devido à grande perseguição impetrada pela Igreja Católica e pelos tribunais da Inquisição e também aos que moravam nos países do Leste, como a Pérsia (Irã) e Babilônia (Iraque) desde tempos bíblicos.
No curto espaço de tempo de uma semana, nossas mentes e corações vão do inferno nazista à independência do Estado de Israel, e muitos acham que há aí uma relação de causa-efeito. Na realidade, mais antigo que o antissemitismo é o sionismo. O olhar para Tzion e para Jerusalém, a magia que guiou Moisés pelo deserto até a entrada na Terra de Israel. Esta magia persistiu por milênios, e esta semana mostramos um vídeo no qual crianças de uma escola judaica na Hungria, no início da década de 1930, cantam “A Esperança”. Cantam a esperança de um dia poderem ser cidadãos livres no Estado de Israel, a esperança de encontrarem um futuro brilhante e que fariam uma diferença para toda a humanidade. A maioria das crianças que mostramos neste vídeo não chegou a sair da Europa e os que sobreviveram viram a mesma música tornar-se o Hino Nacional do Estado de Israel. HATIKVA – ESPERANÇA!
Deste simples vídeo, aprendemos duas importantes lições. A primeira é que o sionismo é muito anterior ao Holocausto, que foi apenas um hiato na formação do Lar Nacional Judaico. A segunda, e mais importante, é que manter viva a História e a Chama da Liberdade não é ficar se lamuriando e esperando que haja uma compensação por erros ou sofrimentos, mas sim manter vivas as memórias do passado. É honrar de forma coletiva com um silêncio ensurdecedor um triste passado. É ser capaz de parar o tempo por minutos para que aqueles fatos NUNCA MAIS ocorram. E em seguida, erguer-se e comemorar a liberdade, assumindo todas as responsabilidade de um SER HUMANO LIVRE e independente, que é capaz de traçar o seu futuro, contribuindo para uma humanidade melhor.