Você sabia
que, por aproximadamente 3.000 anos, os judeus da Etiópia - do antigo Reino de Kush,
conhecidos como falashas ou Beth-Israel - mantiveram-se fiéis à sua religião e
tradições em meio à escassez de alimentos, à seca e às guerras das tribos da
região?
Estes
judeus eram parte de uma das tão faladas 10 tribos perdidas, tendo como
ancestrais o rei Salomão e a rainha de Sabá (Sheba).
Sabemos que os melhores historiadores sobre
Beth-Israel são os membros daquela comunidade, porque mantém tradições vivas
comprovadas através da oralidade e um pertencimento milenar oriundo da tradição
mosaica que não deixa dúvidas da sua originalidade.”
Algumas
hipóteses sobre o Beth-Israel:
“Os praticantes do Beth-Israel são descendentes da tribo de Dan.
Eles são descendentes de Menelik I, filho do
rei Salomão e da rainha de Sabá; hebreus que fugiram de Israel para o Egito
depois da destruição do Primeiro Templo em 586 a.C, e acabaram por se instalar
na Etiópia.”
Representação de Balkis, a Rainha de Sabá, por Charles Gounod |
Estas
hipóteses estão de acordo com as histórias de migrações do povo judeu.
Com a
destruição do Templo de Salomão pelos assírios em 586 AC, os judeus se
dispersaram , fugindo em busca de refúgio e paz.
Perambularam
pelo Egito, Arábia do Sul, Iêmen, Sudão e alguns alcançaram a Etiópia.
Estes
judeus da Etiópia, com seus costumes e crenças tão diferentes dos outros povos
da região, foram discriminados e perseguidos durante milhares de anos.
Eram
chamados de falashas, um termo pejorativo que quer dizer “estrangeiros”.
Apresentavam
costumes milenares e diziam-se descendentes da tribo perdida de Dan, fundada
por Menelik, filho da rainha de Sabá com o rei Salomão.
Rei Salomão |
Em 1947, os
rabinos de Israel finalmente reconheceram os hebreus da Etiópia pois ainda obedeciam
firmemente as leis da Torah.
Em outra
fonte, li que somente em 1975 eles foram reconhecidos pelo Estado de Israel como
verdadeiros descendentes das tribos
perdidas.
A história
mais recente começou em 1860 quando um missionário britânico em excursão pela
Etiópia descobriu pessoas de
tez escura com feições semitas que praticavam o judaísmo.
Um
estudioso judeu, Joseph Halevy, foi então até lá para conhecê-los pessoalmente
e só conquistou a confiança do povo que visitava ao pronunciar a palavra Jerusalém.
Apesar do confinamento dos séculos, eles observavam o Shabbat, falavam hebraico
e todos guardavam o grande sonho de voltar a Jerusalém.
De lá para
cá, muito aconteceu e Israel perpetrou grandes milagres, organizando operações
aéreas secretas, as Aliot Moisés em 1984 e a Salomão
em 1991, que levaram para seu país cerca de 35 mil judeus num esforço para
acabar com a saga de 3 mil anos de êxodo dos judeus Beth-Israel.
“Mas grande
parte deles nunca havia tido contato com uma civilização aos moldes ocidentais
e eram membros de tribos.
Muitos
nunca haviam sentado em uma cadeira ou sequer calçado um sapato. O que fez com
que a adaptação fosse difícil.
Hoje,
aproximadamente 90% dos etíopes judeus vivem em Israel: a comunidade reúne
135.500 pessoas — destes, mais de 50 mil nasceram no país."
“Eu sou morena, mas formosa, ó filhas de Jerusalém, como as tendas de Quedar, como as cortinas de Salomão. Não repareis em eu ser morena, porque o sol crestou-me a tez; os filhos de minha mãe indignaram-se contra mim, e me puseram por guarda de vinhas; a minha vinha, porém, não guardei.” Cantares de Salomão 1:5, 6.
Como em todos os movimentos migratórios do planeta, surgem sempre dificuldades de integração para todos os imigrantes recém chegados a uma terra desconhecida.
A língua é um empecilho nas comunicações, as diferenças culturais em muitos casos são gritantes, e a alimentação muitas vezes diferenciada. Esses, entre outros fatores, por vezes levam os novos e felizes imigrantes a terem dúvidas e se perguntarem se alguma vez vão realmente se adaptar e conquistar os seus sonhos.
Mas a educação é sempre um caminho milagroso que coloca todos no mesmo patamar, assim os jovens recém chegados foram logo se adaptando, aprendendo, gozando dos privilégios que lhe eram oferecidos a cada nova experiência cultural, assim ajudando em casa as gerações mais apreensivas.
Hoje os judeus da Etiópia fazem parte ativa da população do país, operando em todas as áreas, trabalhando no comércio, indústria, transportes, moda, e, muitíssimo importante, protegendo com afinco a defesa do país.
A modelo Esti Mamo nasceu em 1983 em Chilga, no noroeste da Etiópia. Ela é membro da comunidade Bet-Israel (Casa de Israel). |
“Eu sou morena, mas formosa, ó filhas de Jerusalém, como as tendas de Quedar, como as cortinas de Salomão. Não repareis em eu ser morena, porque o sol crestou-me a tez; os filhos de minha mãe indignaram-se contra mim, e me puseram por guarda de vinhas; a minha vinha, porém, não guardei.” Cantares de Salomão 1:5, 6.
Pequena vila
de judeus na Etiópia - Wolleka
O livro Kebra Negust, ou Kebra Nagast, Glória dos Reis, considerada uma
obra de inspiração divina, relata a lendária história da origem da dinastia
salomônica dos imperadores da Etiópia.
Conta que Menelik I, filho do rei Salomão e da rainha do Sabá, ao
atingir os 22 anos quis conhecer seu pai e dirigiu-se a Jerusalém onde
permaneceu um bom tempo. Lá fez amizade com outro rapaz e com a ajuda do amigo,
entrou no templo e ambos se apossaram da Arca da Aliança, levando-a para a
Etiópia.
Muitos afirmam que até hoje ela lá permanece na igreja de Santa Maria de
Sião.
A Arca da Aliança chegando na Etiópia, com Menelik I
Axum, Etiópia
|
Igreja
Santa Maria de Sião, na Etiópia, onde está a Arca da Aliança com as Leis dadas
a Moisés.
Em aldeias totalmente judaicas, milhares de negros mantiveram sua religião |
Este texto é uma colaboração de Itanira Heineberg para os canais do EshTá na Mídia.
Fontes :
http://www.espacojames.com.br/subImprime.php?cat=152&id=13397
https://en.wikipedia.org/wiki/Kebra_Nagast
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