Você sabia que a expressão “Vestir a carapuça” vem
da época da Inquisição na Península Ibérica?
“Assumir
a culpa; sentir-se atingido por alusão ou algum comentário. Essa expressão é
proveniente do período da Inquisição onde os condenados eram obrigados a vestir uma
carapuça. Acabou sendo incorporada ao português com o sentido de assumir
a culpa, pois eram os culpados que a vestiam.” (Significado de Vestir a carapuça - Dicionário Popular)
“Durante a Idade Média, a Igreja Católica
estabeleceu a chamada Inquisição, uma espécie de tribunal eclesiástico que
julgava e punia os hereges. Assim, aqueles que se apresentavam perante o mesmo
deveriam usar uma túnica com o formato de poncho e um chapéu longo e
pontiagudo, isto é, a famosa carapuça.
Foi desta forma que surgiu a expressão
“vestir a carapuça”, usada para designar o ato de assumir a culpa, uma analogia
ao objeto colocado sobre as cabeças dos culpados naquela época.”
Na página do Yahoo inquirindo
sobre a origem da expressão acima, uma excelente resposta foi a do usuário
Luccas:
“É
uma expressão com origem trágica, pois remonta ao obscuro período da Inquisição
em que os condenados eram obrigados a vestir trajes ridículos ao comparecer aos
julgamentos e Autos de Fé. Além do sambenito, túnica com o formato de um
poncho, precisavam colocar sobre a cabeça um longo e pontiagudo chapéu conhecido
como carapuça. A frase "vestir a carapuça" acabou sendo incorporada
ao português escrito e falado com o sentido de "assumir a culpa".
Conforme
a imagem acima, podemos perceber que a carapuça vinha sempre acompanhada de uma
espécie de túnica também difamatória, o sambenito.
SAMBENITO era uma espécie de vestimenta, tipo um poncho com uma
cruz vermelha em forma de “X”, que a Inquisição forçava os condenados a usar
como uma forma de punição e difamação pública. O desenho das roupas e a cor
variavam com o “crime” cometido ou a punição aplicada. As vítimas da Inquisição
usavam esta vestimenta durante as audiências nos Tribunais do Santo Ofício e
até o momento de sua execução nas fogueiras.
Assista aos primeiros momentos deste vídeo que relata com detalhes e sabedoria a história da Inquisição luso-brasileira.
Os minutos finais mostram os objetivos e as instalações
deste belo, moderno e bem informado museu.
(Vídeo informativo sobre Primeiro Museu da História da Inquisição no
O sambenito era uma vestimenta usada por penitentes
católicos para demonstrar publicamente arrependimento por suas
transgressões. No início consistia em um
saco de lã que o cura da paróquia abençoava, portanto um saco bendito, San
Benito, numa evolução fonética, ou corruptela: sambenito.
A Bíblia, ao falar do arrependimento dos ninivitas em
face das palavras do profeta Jonas, já menciona o uso de sacos ao invés de
vestimentas para demonstrar publicamente o arrependimento dos penitentes.
Esta peça criada pela igreja católica consistia em um
tipo de poncho com abertura para a cabeça que cobria a frente e as costas das
pessoas até a altura dos joelhos, deixando os braços descobertos.
Mais tarde o sambenito foi usado pela inquisição com o
objetivo de humilhar os condenados, julgados hereges pela instituição,
obrigando-os a o usarem sempre nas ruas, por meses ou por toda a vida, durante
os Autos de Fé, e na grande procissão final pela cidade, caminhando pelas ruas
principais, sem sapatos, levando um círio na mão até a fogueira em praça
pública, onde receberiam a punição derradeira. Dessa forma, o sambenito
tornou-se um símbolo de infâmia.
Era um traje penitencial, sempre acompanhado pelo grande
chapéu conhecido como carapuça.
Condenado pela inquisição
espanhola com um sambenito e a carapuça em um Auto de Fé. (Goya)
Este texto é uma colaboração de Itanira Heineberg para os canais do EshTá na Mídia, do grupo Esh Tamid.
Fontes:
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