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segunda-feira, 2 de abril de 2018

VOCÊ SABIA? - Carapuça e sambenito



Você sabia que a expressão “Vestir a carapuça” vem da época da Inquisição na Península Ibérica?


“Assumir a culpa; sentir-se atingido por alusão ou algum comentário. Essa expressão é proveniente do período da Inquisição onde os condenados eram obrigados a vestir uma carapuça. Acabou sendo incorporada ao português com o sentido de assumir a culpa, pois eram os culpados que a vestiam.” (Significado de Vestir a carapuça - Dicionário Popular)





“Durante a Idade Média, a Igreja Católica estabeleceu a chamada Inquisição, uma espécie de tribunal eclesiástico que julgava e punia os hereges. Assim, aqueles que se apresentavam perante o mesmo deveriam usar uma túnica com o formato de poncho e um chapéu longo e pontiagudo, isto é, a famosa carapuça.
Foi desta forma que surgiu a expressão “vestir a carapuça”, usada para designar o ato de assumir a culpa, uma analogia ao objeto colocado sobre as cabeças dos culpados naquela época.”






Na página do Yahoo inquirindo sobre a origem da expressão acima, uma excelente resposta foi a do usuário Luccas:
É uma expressão com origem trágica, pois remonta ao obscuro período da Inquisição em que os condenados eram obrigados a vestir trajes ridículos ao comparecer aos julgamentos e Autos de Fé. Além do sambenito, túnica com o formato de um poncho, precisavam colocar sobre a cabeça um longo e pontiagudo chapéu conhecido como carapuça. A frase "vestir a carapuça" acabou sendo incorporada ao português escrito e falado com o sentido de "assumir a culpa".

Conforme a imagem acima, podemos perceber que a carapuça vinha sempre acompanhada de uma espécie de túnica também difamatória, o sambenito.






SAMBENITO era uma espécie de vestimenta, tipo um poncho com uma cruz vermelha em forma de “X”, que a Inquisição forçava os condenados a usar como uma forma de punição e difamação pública. O desenho das roupas e a cor variavam com o “crime” cometido ou a punição aplicada. As vítimas da Inquisição usavam esta vestimenta durante as audiências nos Tribunais do Santo Ofício e até o momento de sua execução nas fogueiras.




Assista aos primeiros momentos deste vídeo que relata com detalhes e sabedoria a história da Inquisição luso-brasileira.
Os minutos finais mostram os objetivos e as instalações deste belo, moderno e bem informado museu.





(Vídeo informativo sobre Primeiro Museu da História da Inquisição no Brasil  - ABRADJIN – em Minas Gerais)




O sambenito era uma vestimenta usada por penitentes católicos para demonstrar publicamente arrependimento por suas transgressões.  No início consistia em um saco de lã que o cura da paróquia abençoava, portanto um saco bendito, San Benito, numa evolução fonética, ou corruptela: sambenito.
A Bíblia, ao falar do arrependimento dos ninivitas em face das palavras do profeta Jonas, já menciona o uso de sacos ao invés de vestimentas para demonstrar publicamente o arrependimento dos penitentes.

Esta peça criada pela igreja católica consistia em um tipo de poncho com abertura para a cabeça que cobria a frente e as costas das pessoas até a altura dos joelhos, deixando os braços descobertos.

Mais tarde o sambenito foi usado pela inquisição com o objetivo de humilhar os condenados, julgados hereges pela instituição, obrigando-os a o usarem sempre nas ruas, por meses ou por toda a vida, durante os Autos de Fé, e na grande procissão final pela cidade, caminhando pelas ruas principais, sem sapatos, levando um círio na mão até a fogueira em praça pública, onde receberiam a punição derradeira. Dessa forma, o sambenito tornou-se um símbolo de infâmia.
Era um traje penitencial, sempre acompanhado pelo grande chapéu conhecido como carapuça.


Condenado pela inquisição espanhola com um sambenito e a carapuça em um Auto de Fé.  (Goya)



Este texto é uma colaboração de Itanira Heineberg para os canais do EshTá na Mídia, do grupo Esh Tamid.



Fontes:






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