Marcadores

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

VOCÊ SABIA? MÚSICA KLEZMER, seis séculos acompanhando os judeus em sua trajetória terrestre





Mazel Tov

Você sabia que o Klezmer, gênero de música não-litúrgica judaica, desenvolvida a partir do século XV pelos judeus da Europa Oriental, sobreviveu às destruições dos shtetls europeus, do extermínio dos guetos e do horror do Holocausto? Após vários “revivals”, renascimentos, ele impera soberano entre os judeus de todo o mundo, confirmando o tema de nosso último Editorial, que mostrava que a sobrevivência do povo judeu tem origem na união dos membros da comunidade, assim “construindo a eternidade”.

Viena 2009
Esta música nasceu para ser dançante, independente do tema, da inspiração ou do estilo.

Klezmer é a primeira World Music, a primeira música do mundo.
Com sua origem na Bessarábia e vizinhanças, estendeu-se por territórios atualmente incluídos na Moldávia, na Romênia e na Ucrânia.
Klezmer é uma palavra hebraica: “kley”, que significa embarcação, e “zemer”, que significa melodia, referindo-se a instrumentos musicais antigos. Durante a Idade Média o termo passou a referir-se coloquialmente a músicos populares judeus.
Compondo sob várias restrições em culturas e séculos diferentes, os “klezmorim”, ou músicos judeus, desenvolveram seu estilo único a partir das variedades dos estilos musicais locais.
“Entre eles, com proeminência estão os moldes Turco Otomanos, os Ciganos dos Balcãs e os vários estilos das clarinetas.
Com o advento do movimento Chassídico nos anos 1750, o acervo klezmer foi acrescido de um suplemento infindável de melodias e danças baseadas no “nigunim”, melodias de orações sem palavras. O resultado foi um estilo apaixonado e comovente, refletindo a espiritualidade do Chassidim.”
Ao se formarem os primeiros grupos, a maioria dos instrumentos era de corda - especialmente o violino - do qual os músicos judeus são mestres.
O lema dos músicos era “tocar klezmer até as cordas se partirem”. Havia também um címbalo, um contrabaixo e uma flauta. Já no século XIX, com o aparecimento das bandas militares, foram incorporados instrumentos de sopro e percussão.
Os amadores e itinerantes klezmorim tocavam em festas judaicas, viajando e deslocando-se de gueto em gueto na Polônia, Romênia, Bulgária, Hungria, etc.
No século XX, quando os judeus deixaram a Europa Oriental e os shtetls, o klezmer difundiu-se no mundo, especialmente nos Estados Unidos, influenciando importantes compositores, como GershwinLeonard Bernstein e Aaron Copland. De fato a música Klezmer reinventou-se nos EUA. Ali fundaram-se mesmo escolas voltadas para a aprendizagem da música Klezmer.
A maior parte do repertório é constituída de danças para casamentos e outras celebrações judaicas, como o Bar Mitzvah. A música tinha que se enquadrar no acontecimento solene e ao mesmo tempo incitar os convidados a dançar no fim da cerimónia religiosa. No entanto, apesar de ter a sua origem nas cerimónias de casamento, klezmer nunca foi só para dançar, mas também para ouvir durante o banquete.”
Giora Feidman, Zev Feldman, Andy Statman, The Klezmorin, The Klezmer Conservatory Band e Henry Sapoznick foram os responsáveis pelo ressurgimento do klezmer nos anos 1970.
O segundo revival ocorreu nos anos 1980 com Joel Rubin, Budowitz, Khevrisa, Di Naye Kapelye, Alicia Svigals e The Chicago Klezmer Ensemble.

Litografia em arte Assinado Judaica Judaismo Moshe Bernstein Violinista Klezmer stetl

Segundo revival –
The Chicago Klezmer Ensemble – Early Recording – 1987 – 89

"Old timey klezmer."  Klezmer antigo.
Esta definição faz sentido pois contrariamente às bandas modernas, não aparece aqui o tambor thumpa thumpa nem qualquer outro tambor. Em vez disso, duas pessoas alternam clarinetes, címbalos, dois violinos e um baixo. Resumindo, é um conjunto do início da música judaica. 
Este álbum é a pura essência da música judaica expressa em um clássico estilo de música de câmera.
Assistamos então esta obra de Klezmer antigo:





E assim, de século em século, a música Klezmer chega ao século XXI.
Confira nesta bela gravação, a alegria, o ritmo e a força deste ritmo vitorioso:



Nenhum comentário:

Postar um comentário