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sexta-feira, 17 de agosto de 2018

EDITORIAL - VIDA ETERNA – de geração em geração – O ontem pavimentando o amanhã







Imagens do Kotel haMaaraví (2018) – Muro Ocidental Externo do Templo de Jerusalém em que os judeus de todas as matizes encontram um ponto de equilíbrio. Uma referência atemporal.


Caros,

Estamos no último mês do calendário judaico, o mês de Elul. Abrimos este editorial com duas imagens do que está acontecendo em Israel. As chamadas orações de SELICHOT (lê-se selirrót – tradução: desculpas). Assim os judeus se preparam para o ANO NOVO (Rosh Hashaná, cabeça do ano) e para o Iom Kipur (dia do perdão). E, sendo todas estas atividades ligadas à religião, a maioria das pessoas conectam estes eventos a D’us. Este deveria perdoar, este deveria escutar nossos pedidos de perdão. Então, por que tudo é feito em público? Por que não é válida uma conversa particular de cada um com D’us? A resposta é muito simples, porque estes são dias dedicados ao HUMANOS – homens e mulheres – crianças, adultos e velhos – à toda a comunidade. Estes são dias dedicados a unir o passado ao futuro – estes são dias em que se deve poder fazer um balanço das atividades e pedir perdão quando necessário e seguir em frente.

Estes também são dias em que toda a comunidade é honrada, incluindo os vivos e os que já se foram. Como se diz em hebraico, “shel mála e shel mata”, literalmente “de baixo e de cima”. E é nesta corrente entre as gerações que vai se construindo a eternidade.

Nos dias de hoje estamos presenciando um fenômeno muito interessante, filhos, netos e bisnetos de comunidades inteiras que desapareceram no vendaval que varreu a Europa no século XX voltam a buscar o que sobrou das cidades de origem de seus pais, avós e bisavós.

Esta semana foi postado um vídeo sobre os descendentes da cidade de Rohatyn, na Ucrânia. Eles estão indo em busca das pedras tumulares e, em alguns casos, resquícios de construções, de seus antepassados. Saindo da impessoalidade do editorial, vamos contar um pouco do que aconteceu entre nós para que nossos muitos leitores não judeus sintam conosco o momento. Uma de nós sugeriu que seria de interesse para o EshTáNaMídia o vídeo sobre a cidade de Rohatyn, e outra imediatamente escreveu – “esta é a cidade de minha mãe, há muito quero fazer isto com meus filhos”. A vida comunitária é um diferencial da essência judaica.

Ficou claro que esta é uma forma magnífica de “perdão”. Como dizia Rabi Akiva (século I), o perdão é a forma que temos de seguir em frente e, sabemos que olhar para o século XX ainda causa estranheza para muitos. Para outros, significa olhar para ele como um hiato que sempre vamos lembrar, mas que não vai nos segurar. Estes são momentos que ocorrem nestes dias fantásticos que antecedem e que sucedem às Grandes Festas.

Uma boa semana a todos!

Regina, Marcela e Juliana




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