Imagens do Kotel haMaaraví (2018) – Muro
Ocidental Externo do Templo de Jerusalém em que os judeus de todas as
matizes encontram um ponto de equilíbrio. Uma referência atemporal.
Caros,
Estamos no último mês do calendário judaico, o mês de Elul. Abrimos este
editorial com duas imagens do que está acontecendo em Israel. As chamadas
orações de SELICHOT (lê-se selirrót – tradução: desculpas). Assim os judeus se
preparam para o ANO NOVO (Rosh Hashaná, cabeça do ano) e para o Iom Kipur (dia
do perdão). E, sendo todas estas atividades ligadas à religião, a maioria das
pessoas conectam estes eventos a D’us. Este deveria perdoar, este deveria
escutar nossos pedidos de perdão. Então, por que tudo é feito em público? Por
que não é válida uma conversa particular de cada um com D’us? A resposta é
muito simples, porque estes são dias dedicados ao HUMANOS – homens e mulheres –
crianças, adultos e velhos – à toda a comunidade. Estes são dias dedicados a
unir o passado ao futuro – estes são dias em que se deve poder fazer um balanço
das atividades e pedir perdão quando necessário e seguir em frente.
Estes também são dias em que toda a comunidade é honrada, incluindo os
vivos e os que já se foram. Como se diz em hebraico, “shel mála e shel mata”,
literalmente “de baixo e de cima”. E é nesta corrente entre as gerações que vai
se construindo a eternidade.
Nos dias de hoje estamos presenciando um fenômeno muito interessante,
filhos, netos e bisnetos de comunidades inteiras que desapareceram no vendaval
que varreu a Europa no século XX voltam a buscar o que sobrou das cidades de
origem de seus pais, avós e bisavós.
Esta semana foi postado um vídeo sobre os descendentes da cidade de Rohatyn,
na Ucrânia. Eles estão indo em busca das pedras tumulares e, em alguns casos,
resquícios de construções, de seus antepassados. Saindo da impessoalidade do
editorial, vamos contar um pouco do que aconteceu entre nós para que nossos
muitos leitores não judeus sintam conosco o momento. Uma de nós sugeriu que
seria de interesse para o EshTáNaMídia o vídeo sobre a cidade de Rohatyn, e
outra imediatamente escreveu – “esta é a cidade de minha mãe, há muito quero
fazer isto com meus filhos”. A vida comunitária é um diferencial da essência judaica.
Ficou claro que esta é uma forma magnífica de “perdão”. Como dizia Rabi
Akiva (século I), o perdão é a forma que temos de seguir em frente e, sabemos
que olhar para o século XX ainda causa estranheza para muitos. Para outros,
significa olhar para ele como um hiato que sempre vamos lembrar, mas que não
vai nos segurar. Estes são momentos que ocorrem nestes dias fantásticos que
antecedem e que sucedem às Grandes Festas.
Uma boa semana a todos!
Regina, Marcela e Juliana
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