Marcadores

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

ACONTECE: Acontece muita coisa… mas é insuficiente

 

Acontece muito, mas não é suficiente!

Por Juliana Rehfeld




Mais uma semana do longo período pós 7 de outubro de 2023, parecem anos de horror, desespero, dúvidas, esperança, união, manifestações, insatisfação… e tudo isso ainda tem que estar na manchete. 

E esta nossa manchete, bem como a de outras mídias internacionais ou brasileiras que combatem a desinformação e o antissemitismo, tem que continuar reverberando, para que fure e penetre muralhas de preconceito e más intenções, deliberadamente construídas com dinheiro de petróleo continuamente injetado em órgãos de “informação“ e universidades pelo mundo.

Em relação ao objetivo declarado por Netanyahu imediatamente após 7 de outubro - o de eliminar ou aniquilar o poder do Hamas - estas últimas semanas foram de grande “eficácia” - a conta de líderes terroristas eliminados, tanto em Gaza como em Teerã e no Líbano (neste porque o Hezbollah entrou de cabeça tardiamente no conflito) é impressionante.  E os meios de eliminação foram ainda mais impressionantes, precisos, cirúrgicos, inteligentes. Com exceção, é claro, do mais perigoso deles, Yayia Sinwar, que foi morto por jovens do exército em treinamento em Gaza e só depois foi identificado. 

Enquanto a postura de Netanyahu é criticada em todos os cantos, dentro e fora do país, estas ações militares são, ao contrário, comemoradas, na imprensa livre, pela população de árabes dentro e fora dos países árabes. E são admiradas por todos os exércitos. É realmente incrível que haja tanta qualidade, tanto empenho e concentração em uma força de defesa de um país tão pequeno, atacado continuamente há tantas décadas e, particularmente nesta guerra, pagando um preço inestimável… quase 800 soldados mortos, cerca de 10000 feridos, quase 70% deles, reservistas! Tantos jovens deixarão de cantar, dançar, ver seus filhos crescendo… 

É um país em reabilitação. Há nesse campo também, o da reabilitação, inovações e resultados impressionantes, capitaneados pelo Hospital Hadassa, centro Sheba. Técnicas que usam IA e aceleram grandemente a recuperação. Sobre o tratamento às crianças já falamos aqui. O carinho e a dedicação. E para os adultos nova possibilidade de viver. A rapidez e eficiência dos meios de resgate do local de ferimento, usando helicópteros especiais, têm feito uma enorme diferença na possibilidade de salvar os membros dos feridos. E as instalações estão em expansão para poder receber mais que o dobro de pacientes - tomara que nunca sejam usadas, mesmo que a população de Israel cresça….

Há um centro chamado Returning to Life (Voltando à Vida) equipado com uma ampla gama de aparelhos de reabilitação, e equipamento de treinamento e esportes, bem como sistemas de vídeo game. Há aulas e atividades diárias tais como ioga e cozinha, que ajudam pacientes a retomar o controle de seus corpos e mentes em um ambiente saudável e positivo.




Aaron, 33 anos, reservista de Nova York, recém casado, entrou em Gaza em outubro de 2023. Questionado se planeja retornar ao serviço da IDF, não tem dúvidas sobre isso.

"Não sei se algum dia serei liberado para combate completo novamente, por causa do peso que você tem que carregar — pelo menos pelos próximos dois anos não poderei — mas se você está perguntando se mentalmente estou pronto para voltar, então a resposta é sim", ele diz.

"É muito difícil ficar longe da minha unidade enquanto eles continuam sendo convocados. Eu sei o que eles estão passando. Sinto que nada mudou em termos de minhas lealdades e meu entendimento do que estamos fazendo e da missão em questão."

Mas, então, após as mencionadas vitórias militares, não podemos parar esta máquina de destruir gente, todos nos perguntamos… até quando?

A esperança posta nas discussões em Doha que acabaram hoje vai ter que se prolongar por mais dias, com a informação de que se discute a libertação de 11 a 17 reféns, vivos, maioria mulheres, mas não são contados os termos de tal acordo… ainda não estamos lá… qualquer vitória ainda é insuficiente…

Sobre a Parasha desta semana, Noé, o rabino Jonathan Sacks, z’l’, escreve sobre a coragem de viver com incertezas, e recorre a um Midrash antigo (história criada para explicar trechos da Torá). Ele compara a fé de Noé e a de Abraão sendo que Noé precisou da permissão divina para sair da arca pós dilúvio. Diz a Torá que “Noé andou com Deus”. Já para Abraão Deus disse: caminhe à minha frente. E Abraão seguiu em frente, enfrentando o que viesse, mas Deus estava na retaguarda.

Isto vem diretamente a cada um de nós. Sacks diz que a fé no judaísmo não paralisa, não subjuga, “mas é precisamente o que possibilita enfrentar riscos”. “Os inovadores enfrentam críticas, desdém, oposição ou desconsideração. Você tem que estar preparado/a para estar solitário/a ou mal- compreendido, ou até difamado”.  Ele cita Einstein, que dizia que se a teoria da Relatividade desse certo, a Alemanha diria que ele era alemão e a França diria que ele era cidadão do mundo. Mas se não desse certo, a França diria que ele era alemão e a Alemanha, que ele era judeu…

Sacks lembra que entre os sionistas havia religiosos, outros eram seculares, mas o mais importante é que todos sabiam o que esse Midrash Tanchuma deixa claro: quando se trata de reconstruir um mundo estilhaçado ou um sonho quebrado, você não espera pela permissão do céu, o céu está te dizendo - vá em frente! 

Não percamos a esperança mesmo com a contínua incerteza.

Shabat Shalom!


terça-feira, 29 de outubro de 2024

VOCÊ SABIA? - Israelenses refugiados em seu próprio país

 

Por Itanira Heineberg

Ramat Negev ao sul de Israel, uma cidade de tendas 



Você sabia que após o massacre hediondo a Israel pelo grupo terrorista Hamas, em 7 de outubro de 2023, mais da metade da população israelense teve de ser deslocada de suas casas para se proteger de mísseis, drones e outros explosivos lançados raivosamente sobre o país, por radicais extremistas do Hamas a partir da barreira da faixa de Gaza e do Hezbollah desde 8 de outubro a partir do sul do Líbano contra o norte de Israel?

“Em vista do terrível e desumano ataque, os moradores da área foram evacuados para alojamentos temporários em hotéis, casas de familiares, moradias protegidas, apartamentos e instalações de absorção adicionais”, disse o Gabinete do Primeiro-Ministro em um comunicado após a fatídica data.

A onda de ataques, batizada pelos palestinos de “Operação Dilúvio de al-Aqsa”, ou Terceira Intifada, levou o terror a dezenas de cidades e localidades no sul e no centro de Israel - nos kibutzim ao redor da Faixa de Gaza, Be'eri e Netiv HaAsara, na cidade israelense Sderot, até Jerusalém e Tel Aviv.

Em retaliação defensiva contra os bombardeios e ações agressivas dos terroristas, Israel iniciou a “Operação Espada de Ferro”, no intuito de proteger seus cidadãos e o país.



Mais de 3500 jovens aguardavam com euforismo o Festival Supernova Sukkot Gathering (foto acima), uma festa para cantar, dançar, celebrar a vida e o amor, um festival a ser realizado no deserto do oeste de Negev, perto do kibutz Re’im a 5 km da barreira entre Gaza e Israel.

Ninguém esperava a tragédia que aconteceu!


Mais de um ano se passou e centenas de milhares de israelenses continuam fora de seus lares, trabalho, escolas, rotinas pacíficas de suas vidas cotidianas.

Após o 7 de outubro o mundo se dividiu entre pró Israel e pró Palestina e muitos dos reféns de Israel sequestrados pelo Hamas ainda continuam cativos, vivendo em condições sub-humanas e sujeitos a todo tipo de abusos.


Protesto pró-israelense em Berlim, Alemanha.

Quanto ao norte do país, Israel evacuou 43 cidades perto da fronteira com o Líbano desde o início da guerra no início de outubro, levando ao deslocamento de 62.299 israelenses para várias partes do país, de acordo com dados oficiais israelenses.

Desde então, dezenas de comunidades no norte de Israel tornaram-se cidades fantasmas.…

Vejamos uma história:

A professora de 36 anos, Yardem Gil, e sua família são procedentes do kibutz Yiftah, a menos de um quilômetro da fronteira com o Líbano, mas agora moram em um quarto de hotel perto da cidade de Tiberíades, às margens do mar da Galileia, a mais de 50 km de casa…

E enquanto Israel se concentra na guerra em Gaza, as dezenas de milhares de comunidades deslocadas do norte que se abrigam em hotéis querem apenas voltar para casa…

“O governo de Israel aprovou em maio 2024 uma proposta do primeiro-ministro autorizando o diretor da Autoridade Tekuma (“Reavivamento”), Brigadeiro-General (res.) Moshe Edri, a estender o alojamento temporário dos moradores evacuados de suas casas na Faixa de Gaza. A proposta estende a estadia financiada pelo estado até 15 de agosto. A decisão foi tomada em consideração às hostilidades em andamento.”

E em 17 de abril, o governo israelense revelou um plano estratégico, não temporário, de cinco anos de 19 bilhões de shekels (~US$ 5 bilhões) para “reconstruir as comunidades no oeste do Negev”.

“Investiremos em moradia, infraestrutura, educação, emprego, saúde e muito mais”, disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

“Os terroristas do Hamas tentaram nos desenraizar. Nós os desenraizaremos e aprofundaremos nossas raízes. Construiremos a Terra de Israel e protegeremos nosso estado”, acrescentou.

“O plano se estende pelos próximos cinco anos; já nos próximos anos, começaremos a ver a reconstrução, a reabilitação, o crescimento e a prosperidade que pretendemos.”

Diretor da Autoridade Tekuma Brig.-General. (Res.) Moshe Edri acrescenta:

"Hoje é o dia histórico em que iniciamos o plano estratégico de cinco anos que trará reabilitação, reconstrução, crescimento, prosperidade e esperança para a região e seus moradores.

 

Agradeço ao Primeiro-Ministro; aos chefes de conselho da região; às comunidades e moradores da cidade de Sderot, às comunidades e aos kibutzim; e aos vários ministérios do governo pelo trabalho conjunto; e pela confiança que nos foi dada como autoridade para formular um plano que trará boas notícias à região, aos conselhos, às comunidades, às famílias e aos cidadãos de todo o Estado de Israel”.


Deserto do Negev



FONTES:

https://www.pewresearch.org/religion/2024/08/19/jewish-migrants-around-the-world/

https://www.bbc.com/portuguese/articles/c93p4djjlypo

https://www.aa.com.tr/en/middle-east/israel-setting-up-southern-tent-city-for-possible-evacuees-over-hezbollah-tensions/3299848#  

https://www.jpost.com/israel-news/article-769664    

https://www.jns.org/tent-city-for-displaced-israelis-being-built-in-ramat-gan/

https://israelagora.com.br/gaza/massacre-e-refens/membros-do-kibutz-reim-da-fronteira-de-gaza-estao-voltando-para-casa-a-maioria-ainda-nao-se-sente-segura/~

https://www.jns.org/israel-oks-hotel-stay-extension-of-evacuated-southern-residents/

https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2023/10/22/israel-tem-200-mil-deslocados-internos-pela-guerra-com-o-hamas-aponta-gabinete-de-netanyahu.ghtml

https://www.israelnationalnews.com/news/378903  

https://www.gov.il/en/pages/spoke-shared170424 

https://govextra.gov.il/tkuma/tkuma-eng/home/#scroll-to-top  

https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2024/06/24/deslocados-do-norte-de-israel-querem-retornar-as-suas-casas.htm

https://www.folhape.com.br/noticias/norte-israel-deslocados-casas/344308/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Impasse_em_Be%27eri_e_Ofakim








quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Drones do Bem

FROTA DE DRONES ISRAELENSES CONQUISTA MISSÃO PARA LIMPAR TELHADOS ALEMÃES

A tecnologia de limpeza autônoma da BladeRanger impressionou a empresa ferroviária alemã Deutsche Bahn durante um programa piloto de 100 dias.


Fonte: Israel 21C



Uma frota de drones autônomos foi enviada para a Alemanha com um propósito singular: limpar os telhados de vidro das estações de trem.


Esta implantação incomum não é uma cena de um romance de ficção científica, mas a mais recente inovação da startup israelense BladeRanger.


Os drones de alta tecnologia da empresa sediada em Ramat Gan, originalmente projetados para inspecionar e limpar painéis solares, estão lidando com um problema que há muito tempo atormenta a German Railway Infrastructures Company da Deutsche Bahn: como limpar e manter com eficiência as vastas extensões de telhados de vidro em suas 5.400 estações de trem na Alemanha.


Após uma competição organizada pela Mindbox, a divisão de inovação da Deutsche Bahn, a BladeRanger foi convidada a participar de um programa piloto pago para limpar telhados de estações de trem como prova de conceito.


O plano piloto de 100 dias, que rendeu à BladeRanger 25.000 euros, mostrou que a tecnologia poderia de fato limpar telhados de vidro que antes eram inacessíveis a limpadores manuais devido a questões de segurança.


“Demonstramos a capacidade de limpar com sucesso uma ou duas de suas estações de trem, juntamente com a análise das condições com nosso software de IA que analisa não apenas o nível de sujeira e sujidade no telhado, mas também se há todos os tipos de rachaduras ou se há ferrugem na conexão entre as diferentes partes do vidro”, diz Oded Fruchtman, CEO da BladeRanger.


Essa abordagem abrangente impressionou a equipe da Deutsche Bahn, levando à aprovação de mais trabalho em duas estações de trem nos próximos 12 meses.


Uma mudança dolorosa


A jornada da BladeRanger começou em 2015, com o desenvolvimento de limpadores robóticos não voadores, um projeto que durou quase uma década.

No entanto, a empresa recentemente mudou, migrando de robôs terrestres para drones aéreos por meio de uma fusão estratégica com a Solar Drone, uma empresa israelense apropriadamente chamada que desenvolve tecnologia autônoma baseada em drones para planejamento, monitoramento, manutenção, proteção e limpeza de painéis solares com base em tecnologias como geração de imagens, IA, aprendizado de máquina, mineração de dados, alertas em tempo real e muito mais.


A escolha foi lógica, mas não foi fácil de fazer.


“Foi uma mudança dolorosa porque, você sabe, trabalhamos [no desenvolvimento de limpadores robóticos] por nove anos”, Fruchtman conta ao ISRAEL21c.


“Finalmente, nós conseguimos, e o robô funcionou. Mas apenas para um nicho de mercado muito restrito”, ele diz, observando que colocar todos os ovos na cesta de mercado de “painéis solares comerciais e industriais” era uma receita para o fracasso a longo prazo.


Essa limitação no escopo de mercado levou a empresa a explorar soluções mais versáteis, levando-os à tecnologia de drones.


Um drone, Fruchtman diz, é “mais versátil, mais flexível. Você pode basicamente limpar o que quiser com ele. A única restrição vem de obter a aprovação para pilotar o drone.”


Com a flexibilidade adicional oferecida pelos drones, a empresa está planejando deixar de limpar exclusivamente painéis solares — como evidenciado por seu programa piloto na Alemanha.


Desafios e perspectivas


Apesar dessas conquistas recentes, a BladeRanger enfrenta desafios significativos, particularmente na esfera regulatória.


Obter aprovações para voos de drones, especialmente para limpeza de edifícios e outras estruturas, continua sendo um grande obstáculo.


A empresa está trabalhando diligentemente, diz Fruchtman, no desenvolvimento dos recursos de segurança necessários para seu drone de 85 quilos para garantir que ele não represente riscos para pessoas ou propriedades.


Enquanto isso, após sua fusão com a Solar Drone, a BladeRanger capitalizou sua posição de mercado aprimorada ao realizar uma oferta pública, levantando com sucesso cerca de US$ 1,5 milhão, elevando o financiamento total da empresa para US$ 10 milhões.


Esse influxo de capital, combinado com o portfólio tecnológico expandido, coloca a empresa de 18 funcionários em uma posição forte para expandir suas operações e explorar novos mercados à medida que continua no caminho da lucratividade.


Olhando para o futuro, Fruchtman é cauteloso, mas otimista: "Sendo uma empresa pública, você gera interesse e negócios. Então, estamos constantemente pensando em como crescer — não apenas organicamente, mas também por meio de fusões e aquisições."


Com seus drones autônomos voando pelos céus, a BladeRanger está pronta para lançar uma longa sombra no mundo da tecnologia limpa — e espero que essa sombra caia sobre alguns telhados mais limpos também.


ACONTECE: A Espiral do Tempo - Iniciando a Leitura da Torah

A Espiral da Tempo - Iniciando a Leitura da Torah


Iniciando um novo ciclo de Leitura da Torah


O ano de 5784 foi um ano inominável para todos, principalmente para os que nasceram a partir do final da década de 1940 em diante. Muito tem sido escrito, comentado e falado. Hoje quero abraçar cada um de vocês e conversar sobre esta semana em que comemoramos Sucot, encerramos e iniciamos a leitura da Torah. Continuamos nos dias de Sucot a manter os canais abertos para que as sentenças possam ser seladas.

Ao longo dos milênios foram muitos os rituais e as datas com significado maior, que ganham outra perspectiva em 5785. 

A última parashá da Torah - "Ve zot ha Brachá"  começa com a seguinte frase: "E esta é a benção com que Moshé, homem de Elochim, proferiu antes de sua morte". A leitura continua e no último versículo é descrita a morte de Moshé aos 120 anos. "Estava Moshé na planície de Moab e foi convidado a subir o Monte Nebó e lá morreu". "O Eterno sepultou Moshé lá mesmo, e segundo a Torah, o local da sepultura de Moshé não é conhecido até os dias de hoje". 

Nesta última frase o fato de O Eterno enterrar Moshé está no passado, e o fato de o local ter permanecido desconhecido por todos os milênios está no presente. Este jogo de concordâncias verbais permite unir fatos que ocorreram há milênios ao presente. A corrente do tempo, que se repete e sobe em espiral. Mas onde está o futuro?  

Em outra passagem,  está descrito que ao subir no pico de Pisgá, localizado no monte de Nebó, Moshé avista a Terra Prometida. Hoje podemos ver o pico de Pisgá que fica diante da cidade de Jericó. A Terra Prometida; o sonho dos patriarcas sendo revelado.

O sonho dos patriarcas que seria conquistado, naquele tempo longínquo por Josué. E em diferentes partes da Torah e Talmud encontramos as delimitações da Terra de Israel ao longo dos séculos passados. Dos tempos que vão de Moshé até os Romanos. E hoje, nos vemos novamente conquistando a Terra de Israel. Nós à distância, colaborando de várias maneiras e nossos amigos, filhos, netos e bisnetos lutando para que a única pátria judaica continue a existir e produzir frutos fantásticos. Usei o português tradicional, porque estar incluída e fazer a diferença é o mais importante. E Israel moderno é o exemplo de que isto vem acontecendo em todos os cantos!

Voltando às festividades da semana encontramos Shemini Atzeret, quando é rezado um Izkor (lembrança dos que se foram) por todas as comunidades. Este ano ganha aspectos muito especiais. Muito diferente do que foi em 5784. Este ano 5785 temos que parar e lembrar de todos os que conhecemos, dos que foram importantes para elevar o mundo, mas também daqueles que a exemplo do que ocorreu na época de Josué deram o que tinham de mais precioso para garantir o futuro.

Dançar, Alegrar é o que segue após chorar. Assim, em Simchat Torá iniciamos novamente a leitura da Torá, em Bereishit (Genesis) é lido: "Breishit Bará Elochim et ha Shamaim ve et ha Aretz". No começo, Elochim criou os Céus e a Terra. E segue e contando que a Terra era algo muito confuso, será algo relacionado com o BigBang? E a escuridão cercava tudo. E assim começa a primeira descrição da criação do mundo. Em seguida o mundo clareou, a Terra foi iluminada. Para podermos entender o passar do tempo, a luz era seguida do escuro e assim sucessivamente. Foi criada a noção do tempo. 

Exemplo de mães que dançam e rezam pelo filhos e filhas que estão lutando

E, ao longo da história muitos pontos de interrupção foram adicionados. Na história dos judeus foram períodos de sofrimento e períodos de alegria. Períodos de olhar para o pessoal e a comunidade e períodos em que eram feitas novas descobertas e a introdução de hábitos importantes que permitiram singrar os milênios.

Os momentos de tristeza têm que dar espaço para os momentos de júbilo. Muitas vezes é quase impossível se alegrar, sair do sofrimento que abala as mais importantes convicções, e é neste contexto que olhar os momentos em que se deve dançar e alegrar, é como procurar o sonho onde ele parece ter sido extinto.

Este ano, levando os nossos pensamentos para Israel, ou para o forte antissemitismo encontrado no mundo ocidental, o mundo em que vivemos, há a necessidade de segurar a mão do outro e dançar. E desta necessidade virão encontros que possam permitir que cheguemos ao amanhã.

Nestas últimas semanas, Israel de uma forma inesperada eliminou a maioria dos líderes dos movimentos que dispararam o processo de 7 de outubro (Simchat Torá) e o ataque às cidades do Norte (dia 8 de outubro). 

Há mais de 90 mil deslocados dentro de Israel. Pessoas que perderam os lares, famílias e, muito mais. Uma alta percentagem da população jovem e de meia idade está servindo ativamente as Forças Armadas de Israel. Uma alta porcentagem de voluntários está auxiliando o exército, e um contingente difícil de quantificar está substituindo os que servem o exército. Reféns e mortos... 

Após um ano surgem informações sobre traidores e espiões. A imprensa interessada em desacreditar o Estado de Israel amplia estas informações e negligencia, ou metamorfoseia, as demais. Aqui no Brasil presenciamos uma imprensa que vem denegrindo de forma importante, mas que em determinadas ocasiões abre espaço para judeus brasileiros com visibilidade para analisarem os processos. Todos estes movimentos ao redor do mundo para difamar judeus, judaísmo e Israel requerem um financiamento. Recentemente, foi mostrado que os movimentos internacionais são financiados pelos próprios grupos que atacam diariamente Israel há anos, fizeram as invasões de 7 de outubro a partir da Faixa de Gaza e de 8 de outubro a partir do Sul do Líbano.  Assista o video abaixo no Instagram. E entendam porque o mundo recusa dar a Israel o direito de reagir e mesmo de existir.

https://www.instagram.com/reel/DBcM2b3JYA-/?igsh=MTNuM2o3MjN0dDFwcQ==


Uma semana é muito tempo, nestes momentos em que o presente é fluído. O que estará acontecendo quando estivermos lendo este texto, quais as informações que cada um receberá? São perguntas que não querem calar! 

Há uma consciência de que a responsabilidade pelos destinos do mundo está novamente focada em Israel. E nestes momentos, há uma consciência dos crentes e dos que não creem que toda a ajuda que se possa receber depende de decisões corretas dos homens e mulheres envolvidos. Do cuidar e do acalentar, assim como da capacidade de reagir sem ódio. 

E foram muitos os que disseram que para reagir sem ódio é preciso saber DANÇAR! A dois e em grupo!!!! E eu termino admirando a forma como o Talmud encontrou para que a cada ano pudéssemos estar no Izkor de Shmini Atzeret e em seguida DANÇANDO! Rodopiando com a Torah.

Assim cresce e floresce a ÁRVORE da VIDA - 

Chag Sameach

Regina P Markus









quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Iachad (juntos - יחד) - por André Naves: Cabanas

 



            Agora eu era um Apache, herói, e meu cavalo... A primeira lembrança que tenho de uma cabana era a minha tendinha apache, que eu adorava brincar de bang-bang. Quando ela sumia, eu improvisava outras com os sofás, as almofadas e os lençóis!

Nunca vi uma criança que não gostasse de brincar de barraca: ali era o império da alegria, quando o tempo ficava suspenso e os sonhos eram a realidade!

            Sabe o que eu mais gostava? Quando os adultos vinham brincar com a gente. As cabanas deles eram bonitas, sofisticadas, maiores...

Um mar de folhas enfeitando. A Natureza fazia parte da Alegria, do Jogo! Na nossa não tinha espaço nem para tomar um suco, mas a imaginação nunca é pequena. Nas deles, tinha até para tomar refeições!

            Natureza, Alimento, Sonhos, Imaginação, Alegria! Eles até recebiam visitas, que coisa! Gente que vinha de longe para compartilhar a felicidade. Natureza, Alimento, Sonhos, Hospitalidade... Alegria! E aquela brincadeira alegre e feliz que perseverava... E nós ouvíamos de outros que, ainda que não víssemos, sentíamos!

            Todo ano estava lá, ao nosso lado, aquele grande cientista judeu, Einstein, com sua maneira inovadora de saber a Natureza... A Luz! Estava lá a trovoada musical de Mahler! Os sons alimentando com intensidade e fervor as almas! Estavam conosco as sábias lições de Hillel, ensinando que para que os sonhos virem realidade, todos precisamos, juntos, coletivamente, construir...

            Uma coisa interessantíssima que eu só consigo reconhecer agora. Parece até que as névoas do desconhecimento foram ficando mais rarefeitas enquanto a Luz do entendimento foi banhando essas memórias oníricas... Sir Rabbi Jonathan Sacks também aparecia por lá!

            A Imaginação, na cabana, é a Luz de Toda Gente! Todos Juntos, edificando as estruturas do mundo com Sorrisos, Alegria e Justiça Social!

É lá que o tempo se suspende! É la que Passado, Presente e Futuro se encontram! Debaixo da sucá que a Poesia dos Afetos vale tanto quanto a Prosa dos laços de sangue!

TODOS JUNTOS...

SORRINDO!

ANDRÉ NAVES

Defensor Público Federal. Escritor e Professor. Especialista em Direitos Humanos e Sociais, Inclusão Social e Economia Política. Comendador Cultural.

www.andrenaves.com

Instagram: @andrenaves.def


P.S.: Agradeço à Regina Markus pelas valiosas lições inspiradoras e à família Tarandach pelo honroso acolhimento abençoado! A afetuosidade é construída, ao longo das gerações, pelos ensinamentos e pelo fortalecimento dos laços de ternura. Muito obrigado!

terça-feira, 22 de outubro de 2024

VOCÊ SABIA? - Acheinu

Acheinu, uma oração para libertar cativos

Por Itanira Heineberg



Comunidade Judaica de São Paulo -  Sinagoga Ohel Yaakov


Você sabia que há uma oração judaica para resgatar pessoas sequestradas, recitada na presença da Torá por mais de mil anos, que pede a D'us que tenha misericórdia dos cativos e os liberte?

Acheinu é a oração frequentemente apresentada por suas palavras iniciais, "Nossos irmãos, toda a família de Israel".

O texto completo da oração é:

 

“Nossa família, toda a casa de Israel, que está em perigo ou em cativeiro

Que estão no mar ou em terra firme

Que o Onipresente tenha misericórdia deles e os tire da estreiteza para a expansão, da escuridão para a luz, da opressão para a redenção, agora, rapidamente e em breve!

Amém”

 

Nos anos 80 o compositor Abie Rotenberg  criou um niggun baseado nas palavras da oração Acheinu e durante o conflito Israel-Hamas e a crise dos reféns, "Acheinu" passou a ser uma constante entre as famílias , tornando-se um hino comum para as comunidades judaicas.


Acheinu em hebraico:

הָעוֹמְדִים בֵּין בַּיָּם וּבֵין בַּיַּבָּשָׁה,

הַמָּקוֹם יְרַחֵם עֲלֵיהֶם, וְיוֹצִיאֵם מִצָּרָה לִרְוָחָה,

וּמֵאֲפֵלָה לְאוֹרָה, וּמִשִּׁעְבּוּד לִגְאֻלָּה,

הַשְׁתָּא בַּעֲגָלָא וּבִזְמַן קָרִיב.




Acheinu  -  transliterado

Aeinu kol beit yisrael, ha-n’tunim b’tzarah u-vashivyah,

ha-omdim bein ba-yam u-vein ba-yabashah,

ha-makom y’raeim aleihem, v’yotzi∙eim mi-tzarah lirvaah,

u-mei∙afeilah l’orah, u-mi-shibud lig’ullah,

hashta ba-agala u-vizman kariv, v’nomar amen.





Shomer Yisrael, Guardião de Israel

Clamamos a Ti com fervorosos apelos e orações para abençoar e proteger os homens, mulheres e crianças civis brutalmente sequestrados pelo Hamas e mantidos em cativeiro em Gaza, juntamente com os membros das Forças de Defesa de Israel desaparecidos em ação ou mantidos prisioneiros.

Que seja a Tua vontade, rápida e breve, tirá-los das trevas e da sombra da morte. Que o Santo da Bênção quebre seus laços, liberte-os de sua angústia e  rapidamente de volta ao abraço amoroso de seus entes queridos.

Faça tudo o que deve ser feito para que o socorro, o resgate e a vida longa sejam o destino de cada um dos soldados e civis que foram feitos reféns.

Aja em seu nome, Senhor. Assuma a causa deles sem demora, para que cumpras por meio deles o Teu versículo de Isaías: "Os redimidos pelo Senhor voltarão; eles entrarão em Sião com cânticos, e alegria eterna coroará suas cabeças. Alegria e alegria os alcançarão, e tristeza e suspiro fugirão.

Assim seja a Tua vontade, e digamos: Amém.




Como o mundo bem conhece, em 7 de outubro de 2023, mais de 240 civis inocentes foram sequestrados de Israel para Gaza pelo Hamas. Com idades entre 9 meses e 85 anos, eles foram levados durante um ataque brutal a Israel, resultando no massacre, estupro e ferimentos de milhares.

Embora algumas mulheres e crianças tenham sido resgatadas em novembro, seus familiares - pais, maridos, filhos - permanecem em cativeiro. Muitos perderam a vida. Essas famílias dilaceradas estão ficando sem tempo.




Fontes:

https://www.exploringjudaism.org/living/prayer-for-kidnapped-israelis/

https://www.google.com/search?q=acheinu+prayer&oq=Acheinu+&gs_lcrp=EgZjaHJvbWUqCQgCEAAYExiABDIGCAAQRRg5MgkIARAAGBMYgAQyCQgCEAAYExiABDIJCAMQABgTGIAEMgkIBBAuGBMYgAQyDwgFEC4YExivARjHARiABDIJCAYQABgTGIAEMg8IBxAuGBMYrwEYxwEYgAQyCQgIEAAYExiABDIJCAkQABgTGIAE0gEJMzY2NTZ https://pt.euronews.com/2024/10/12/centenas-de-israelitas-rezam-pelos-refens-detidos-pelo-hamas-no-dia-santo-do-yom-kippurMGo0qAIAsAIA&sourceid=chrome&ie=UTF-8

https://www.kidnappedfromisrael.com/

https://istoe.com.br/milhares-participam-de-oracao-mundial-em-solidariedade-a-refens-mantidos-em-gaza-2/


quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Beit Halochem

 



Eles são soldados que enfrentaram batalhas difíceis, carregando cicatrizes físicas e psicológicas. Suas histórias são marcadas pela coragem, superação e sacrifício.

É no Beit Halochem que eles encontram forças para se reerguer. Não como vítimas, mas como heróis que, com determinação, recuperam suas vidas e sonhos.

Com quatro sedes em Israel, e mais uma em construção, o Beit Halochem atende hoje 54 mil feridos de guerra, oferecendo 60 mil sessões de fisioterapia, 40 mil de hidroterapia, 267 mil treinamentos de fortalecimento muscular, 600 bolsas acadêmicas e 1.800 tratamentos de pós-trauma por ano.

Nosso compromisso é cuidar de quem cuida de nós.


Faça a diferença. Acesse: https://www.charidy.com/beithalochembrasil

ACONTECE: A luz está dentro de nós



Estamos apenas no comecinho de 5785 e tantas coisas já aconteceram! Começo lembrando a tempestade que fustigou São Paulo durante o Kol Nidrei. Acúmulo (rs) de nuvens cumulus nimbus trouxeram chuvas fortes e ventos de mais de 100 km por hora, nesta hora e meia da nossa reza. É a reza com maior tom de súplica, a única ao escurecer na qual se usa Talit, é considerada a mais importante do ano e tradicionalmente a que mais lota as sinagogas. E eis que as luzes tremem e se apagam, microfone das Chazan some e alarmes tocam! Pensei na hora - alarmes, se estivéssemos em Israel sairíamos todos correndo para o abrigo que certamente estaria próximo… 

Mas, fisicamente longe de Israel embora com a alma lá, o que fizemos, todos,  foi cantar ainda mais alto, como se nossa voz pudesse chegar mais potente à população de Israel, ao universo, a Deus? 

As muitas pessoas com quem falei me relataram a mesma coisa de suas respectivas sinagogas, foi uma emoção, a mais, compartilhada com a comunidade. Uma sensação de pertencimento - que a sinagoga sempre proporciona- renovada e mais poderosa neste ano, nestas circunstâncias da história.

Nós, que fomos inscritos no livro da vida, pelo menos até agora, quebramos docemente o jejum do Yom Kipur e mergulhamos novamente no turbilhão do cotidiano que continua trazendo notícias ruins, da guerra e da política, da saúde e da energia aqui no Brasil, de Israel e do planeta, inclusive previsão de novas grandes tempestades que são o “novo normal” das mudanças climáticas…

Das grandes festas celebradas pelo mundo ainda cabe mencionar que foi divulgado um convite para o serviço na sinagoga de Riyad, capital da Arábia Saudita - rabino Jacob Herzog, em inglês, convite aberto indicando uma possibilidade de encontro pacífico, seguro… não o primeiro, mas uma rotina que hoje se pode mostrar… emocionante! 

Nestes dias continuamos ouvindo na mídia inúmeras notícias de ataques de Israel a “escolas, hospitais, prédios residenciais”… não se fala de que o alvo são bases, e armamentos, “que mataram tantos civis e tantas crianças" sem mencionar quantos eram terroristas, e para o público em geral, e alguns líderes simplistas,  parece que o país insiste em lutar sozinho, não em reação a mísseis diários e não para destruir equipamentos de última geração que apenas Israel tem mostrado após ataques…

Mas muito importante é mencionar a publicação de análises diferentes, raras, que começam a “furar bloqueios de censura e desinformação", como: a de Jorge Zaverucha , doutor em Ciência Política da Universidade de Chicago que o Jornal do Commercio de Recife publicou em 10/10, com o título “Deixem Israel vencer”, e as de hoje na Folha de São Paulo, de Alia Maluf - libanesa, jornalista, filósofa, administradora e escritora - com o Título "Líbano, uma narrativa distorcida" e a de Igor Sabino, cientista político, no StandWithUs, entitulado “ONU tem falhado em estabelecer a paz”.  Há aqui e ali a divulgação de opiniões “contra a corrente”, que embora não celebrem a triste morte de civis, explicam melhor a complexidade da tarefa de Israel nesta indesejada guerra.

E incluo por último, mais recente, a confirmação hoje à tarde, por parte das Forças de Defesa de Israel, da morte do líder do Hamas Yahya Sinwar em Gaza. Esta é uma grande notícia, pela importância dele na ameaça a Israel, e sobretudo por não ter envolvido reféns que se temia estarem sendo mantidos como escudo protetor dele.

Como os fatos continuam, a cada dia, e nos atropelam, pode parecer que nada mudou do ano passado para cá. Mas sabemos que apesar de  ainda faltar “luz no fim do túnel” não deve, não pode demorar muito alguma solução, tanto em Gaza como no Líbano. Os refens aguardam, as famílias aguardam, teremos novidades, acredito, em um espaço menor de tempo… 

Estamos em Sucot, outro clima, celebração…. convidemos para a Sucá quem possa e precisa compartilhar esta esperança de que este ano será muito diferente, a caminho de uma solução, de uma paz consistente, duradoura.

Mais uma vez Chatimá Tova, Chag Sucot Sameach, Shabat Shalom.

Juliana Rehfeld

terça-feira, 15 de outubro de 2024

VOCÊ SABIA? - Azerbaijão, onde a COEXISTÊNCIA é possível

 

Por Itanira Heineberg



Você sabia que a Coexistência é possível no Azerbaijão, um país cercado por países em conflito tais como Irã, Rússia, Turquia, Iraque?

Nesta república presidencialista há um Ministério para Tolerância Religiosa assegurando a ordem no estado laico segundo o artigo 7 da Constituição, onde a liberdade religiosa é garantida pelo artigo 48.

A antiga nação situada no Cáucaso, país de contrastes e riqueza cultural, conta uma história que remonta a milhares de anos, cujo território já foi palco de inúmeras civilizações, invasões, impérios e caminho da Rota da Seda, a maior rede comercial do mundo antigo, interligando a Ásia (Xian, na China) com o Oriente e a Europa.

 

“Durante séculos, o território do Azerbaijão foi disputado por persas, romanos, árabes e mongóis, cada um deixando sua marca cultural e religiosa.

No século VII, a conquista árabe introduziu o Islã, que gradualmente se tornou a religião predominante. A partir do século XI, diversas dinastias turcomanas dominaram a região, até a ascensão do Império Sá ávida no século XVI, que consolidou a influência persa e o islamismo xiita. Este período foi crucial para a formação da identidade cultural do Azerbaijão.”

“Em termos de sociedade, o Azerbaijão é um país majoritariamente muçulmano, mas com uma abordagem relativamente secular e uma coexistência harmoniosa de várias religiões e etnias. A língua oficial é o azerbaijano, que pertence ao ramo turcomano das línguas altaicas, mas o russo também é amplamente falado, refletindo o legado soviético.”

 

Com a religião no Azerbaijão separada do estado, todas as religiões são iguais perante a lei. A maioria da população é Muçulmana. Atualmente, existem mais de 380 comunidades religiosas registradas no Azerbaijão.

O país tem mais de 10 milhões de habitantes, 95% da população é muçulmana, sendo 85% xiita e 10% sunita.

Há 150.000 cristãos e 30.000 judeus mas o Azerbaijão, ou também a República do Azerbaijão, tem outras crenças, como bahá'ís e hare krishna. Como não há uma religião oficialmente decretada, os costumes e tradições variam significativamente de pessoa para pessoa, de grupo social para grupo social.

Assim lá encontramos sinagogas junto a igrejas, mesquitas e outros templos onde as diferentes culturas celebram seus feriados em conjunto.

Escolas judaicas por todo o país, casamentos mistos entre os grupos e tolerância religiosa total fazem do Azerbaijão um território onde acontece a tão almejada coexistência.

Mostraremos a seguir um vídeo gravado in loco, mostrando a vivência pacífica que reina no país:




FONTES:

https://brasilescola.uol.com.br/geografia/azerbaijao.htm

https://pt.globalvoices.org/2023/11/28/historias-de-coexistencia-em-tempos-de-guerra/

https://pt.globalvoices.org/2023/11/28/historias-de-coexistencia-em-tempos-de-guerra/

https://mapamundi.org.br/2024/azerbaijao-historia-e-status-atual-de-uma-nacao-enigmatica/

https://www.felipeopequenoviajante.com/2019/03/rota-da-seda.html


quinta-feira, 10 de outubro de 2024

#BringThemHomeNow - PUC RJ

 


Iachad (juntos - יחד) - por André Naves: Va Pensiero

 



         Dia 6 de outubro de 2024. Agora são, aproximadamente, 08:30. Já votei... Meus grandes amores: Ana Rosa, Democracia e Ópera. Só vou mandar esse texto para averiguação e publicação após o fechamento das urnas, lá pelas 17:00. Detestaria influenciar a manifestação de vontade apaixonada, mas vestida de razão, de ninguém. É que algumas coisas fora do comum têm acontecido aqui em São Paulo...

         Tenho valores extremamente sólidos. Quem me conhece, sabe bem que eu acredito nos valores da família, do trabalho, da disciplina, mas, acima de tudo, na Alteridade e na Esperança. Para mim a Utopia é a Luz no horizonte que, ainda que nunca chegue totalmente, inspira nossos passos. Nós, indivíduos, devemos ter o direito de sonhar, de acreditar no amanhã, de nos tornarmos o melhor de nós mesmos.

         Mentira, malandragem, marginalidade e maledicência... Essas barbaridades não são, nem nunca poderão ser, admitidas. No dia em que isso acontecer, os princípios que fundam o templo de nossa civilização serão conspurcados e reduzidos a pó! Nosso pensamento, que voa com suas asas douradas, ficará aprisionado nas masmorras da indignidade e do medo.

         Ou seja, o preconceito, dejeto marginal, impede o florescimento social!

         Ontem, dia 05 de outubro, a Ana Rosa e eu estivemos no Theatro Municipal de São Paulo. Fui assistir à ópera Nabucco, de Giuseppe Verdi. É minha ópera favorita, e por um motivo extremamente interessante e ímpar: nela o coro, a voz do Povo, é a “personagem” mais importante.

A história narrada é conhecida: o rei assírio Nabucodonosor que invade Jerusalém, profana o Templo, leva os hebreus para o cativeiro babilônico, mas termina por se ajoelhar ante o Altar do Altíssimo e libertar os judeus para a reconstrução de sua própria Utopia Divina.

Assim como em todos os clássicos, não há spoiler aqui... A Beleza se sustenta em como aquela obra é contada, cantada e recontada. Todo mundo sabe, ou pode saber, do Romeu e Julieta, do Dom Casmurro ou do O Guarani, por exemplo... Eles jamais perderão a graça...

Na verdade, sempre tenho medo que a mediocridade vença e nosso pensamento seja reduzido aos fragmentos cortados das redes sociais. Se isso acontecer, estaremos perdidos e os pilares que sustentam nossa cultura serão destroçados... Perderão a graça! Mas isso é outra história...

Voltando... O Povo tem posição central. A voz popular parece até guiar os passos das personagens. Aliás, toda a vez que ouço o coro popular, já liberto, cantando Va pensiero sull´ali dorate..., que coisa arrepiante... É a Utopia, sob forma de Jerusalém e Sião, de um novo mundo com que se sonha, e que será construído... Pedra a pedra, palavra a palavra, som a som.

PESSOA A PESSOA!

Fica a pergunta, será que não conhecemos D´us pelo cântico popular? Pela Poesia do Povo? Pensamentos que são música e mostram os caminhos da Liberdade, da Inclusão e da Justiça...

Todos... Juntos...

André Naves

Defensor Público Federal. Especialista em Direitos Humanos, Inclusão Social e Economia Política. Escritor. Estrategista. Comendador Cultural.

www.andrenaves.com

Instagram: @andrenaves.def

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

ACONTECE: Os primeiros10 DIAS de 5785 - תשחה -

 ANCORANDO O FUTURO


Jogar âncoras para chegar ao futuro desejado requer analisar o "presente recente".




O dia 7 de outubro foi programado de forma meticulosa para atingir o Estado de Israel de forma brutal. Matar, estuprar, torturar, aterrorizar. Filmar todas as ações e comemorar com as pessoas que ficaram em Gaza. Escutar mães parabenizando filhos por terem matado e torturado pessoas foram cenas chocantes reveladas ao longo deste ano. Era o dia de Simchat Tora - logo após SUCOT e um Sábado. Israel estaria em festa! Tinha acordado antes das 6 horas da manhã e descido para ler um pouco. Meu neto passa chamando com um toque de urgência - "Vovi" desça para o Machssan - vou atrás de meu pai. Em poucos segundos estávamos todos no quarto blindado. As notícias iniciaram e todos já escutamos e, atualmente vimos, o que aconteceu. As primeiras imagens chegavam pela TV e pelos celulares. Eram amigos que moravam na região e contavam o que era quase impossível de compreender. Hoje vemos nos muitos documentários. Alguns feitos com filmagens que ocorreram na hora, pelos fotógrafos que o Hamas levou para registrar o ataque de 7 de outubro. 


Vamos saltar de 2023 para 2024!


HOJE TEMOS CONSCIÊNCIA DA DIMENSÃO DO ATAQUE 

Em rosa - Faixa de Gaza

Em azul - As regiões ocupadas pelo Hamas no dia 7 de outubro de 2023





Andrés Oppenheimer enfatiza que atualmente os reféns foram esquecidos pela grande imprensa. Comenta que Itzik Horn, israelense nascido na Argentina e pai de dois reféns, não sabe se os filhos estão vivos ou mortos. A maioria dos sequestrados é de civis e de várias nacionalidades. A entrevista enfatiza o desprezo do mundo a estas pessoas que foram arrancadas de suas camas no Kibutz Nir Or. O mesmo aconteceu nos inúmeros locais atacados no dia 7 de outubro de 2023. O mapa destaca a dimensão do ataque.



Por que o mundo, incluindo o Brasil, nunca apoiou Israel e o Povo Judeu? Desde o começo, a sensação que temos é que as ruas se encheram de pessoas que entoavam a frase “Do Rio ao Mar”. Traduzindo, varrer o povo judeu das terras que vão do Rio Jordão ao Mediterrâneo, ou seja, eliminar o povo judeu. Estes usam como argumento, HOJE, a entrada do Exército de Defesa de Israel (IDF) em Gaza, e a destruição dos túneis e armamentos que se revelaram o destino de toda a ajuda humanitária. Neste contexto é que chamo atenção para o texto de Coutinho - “20 dias”.



O exército de defesa de Israel entrou em Gaza apenas no dia 27 de outubro! Durante todos estes dias mísseis foram disparados contra Israel no norte e no sul! O Hezbolah imediatamente se juntou ao Hamas para atacar Israel. Coutinho clama para que prestemos atenção no período entre o dia 7 e dia 27 de outubro. O que se tinha eram 1200 pessoas mortas: homens, mulheres, bebês, crianças, jovens e idosos. Muitos em suas casas, porque invadiram de forma impiedosa vilas agrícolas (kibutzim) e pequenas cidades. Muitos estavam em um super festival musical no deserto. Cantar, dançar e celebrar a vida era o objetivo dos que vieram de muitas partes do mundo. Um ação muito bem programada que deixou um número incrível de mortos e feridos, que promoveu torturas e estupros e que sequestrou pessoas de todas as idades e de diversas origens, israelenses e turistas! E o mundo se calou!

Coutinho lembra que nestes 20 dias houve festejos por todos os países ocidentais. As universidades mostravam seu júbilo e apoiavam a ousadia e precisão do Hamas. Lembra um pouco o que aconteceu após o 11 de setembro, quando caíram as Torres Gêmeas em Nova Iorque. O apoio a Bin Laden nas ruas da América e da Europa era menores, não se escutava slogans sugerindo varrer a América do mapa. O antissemitismo aflorou com muita força e os ataques a civis nas ruas, em ônibus e em todo lugar nem foram considerados. Quantos jornais deram manchetes ao número de foguetes disparados e ao número de ataques nas ruas entre 7 e 20 de outubro. Certamente precisamos resgatar este período. Certamente precisamos mostrar que o braço da ONU que trata dos “refugiados palestinos” participou dos ataques a Israel e que suas escolas ensino em textos que embutem no subconsciente de crianças o antissemitismo e o desejo de acabar com o Estado de Israel. 



Tudo isso, raramente mencionado pela grande imprensa - e hoje sabemos que esta mesma organização está sendo apresentada como candidata ao Prêmio Nobel da Paz, que é avaliado na Noruega, por um sistema diferente dos Prêmios Nobel avaliados pela Royal ׳Swedish Academy of Science (Física, Química e Economia) e pela Royal ׳Swedish Academy of Medicine (Fisiologia e Medicina). No caso do Prêmio Nobel da Paz, que será anunciado na próxima sexta-feira, é formado um comitê de cinco noruegueses. Este ano inclui o Ministro da Educação Kristin Clement. Entre os indicados encontramos várias organizações palestinas, inclusive o BDS, cujo nome é: Boicote, Desivestimentos e Sanções contra Israel. Esta organização que tem representação ao redor do globo terrestre foi fundada em 2005. 



PRÊMIO NOBEL DE FISIOLOGIA OU MEDICINA 


Este foi um prêmio instituído pelo próprio Alfred Nobel em 1895 porque desde o século XIX, ele considerava que o avanço da Medicina só poderia ser feito a partir de descobertas disruptivas no campo experimental e…  estudando A VIDA - o saudável. Atualmente estamos voltando para este conceito original. Nesta semana foi anunciada a premiação de dois cientistas americanos, Victor Ambros e Gary Ruvkun, pela descoberta e estudos da função dos microRNAs. Abrindo a caixa preta - é todo um sistema de moléculas capazes de regular, modular e orientar funções de alta complexidade como endócrinas, reprodutivas e de defesa dos organismos e tecidos. Uma aventura que liga o início da vida aos dias de hoje. No meio de toda a rejeição a Israel e todo o antissemitismo vale lembrar que Gary Ruvkun é um judeu californiano (1952) que gira o mundo e recebeu inúmeros prêmios. Começou a vida olhando a natureza - e chegando em Harvard viu uma  revolução científica acontecendo. E é nesta hora, no meio de Iamim Noraim, logo após 7 de outubro, com um mundo antissemita a ponto de rejeitar inovações israelenses, ou estas terem que ser veiculadas com outra nacionalidade, que entendemos onde o POVO JUDEU ANCORA O FUTURO - Nosso futuro é ancorado NA VIDA, nosso futuro é ancorado NO SABER, nosso futuro é ancorado na RESPONSABILIDADE SOCIAL. 


NOSSO FUTURO é ANCORADO na CERTEZA do Le DOR va DOR - de geração em geração.


GMAR HATIMÁ TOVA


Regina