Dia 6 de outubro
de 2024. Agora são, aproximadamente, 08:30. Já votei... Meus grandes amores:
Ana Rosa, Democracia e Ópera. Só vou mandar esse texto para averiguação e
publicação após o fechamento das urnas, lá pelas 17:00. Detestaria influenciar
a manifestação de vontade apaixonada, mas vestida de razão, de ninguém. É que
algumas coisas fora do comum têm acontecido aqui em São Paulo...
Tenho valores extremamente sólidos.
Quem me conhece, sabe bem que eu acredito nos valores da família, do trabalho,
da disciplina, mas, acima de tudo, na Alteridade e na Esperança. Para mim a
Utopia é a Luz no horizonte que, ainda que nunca chegue totalmente, inspira
nossos passos. Nós, indivíduos, devemos ter o direito de sonhar, de acreditar
no amanhã, de nos tornarmos o melhor de nós mesmos.
Mentira, malandragem, marginalidade e
maledicência... Essas barbaridades não são, nem nunca poderão ser, admitidas.
No dia em que isso acontecer, os princípios que fundam o templo de nossa
civilização serão conspurcados e reduzidos a pó! Nosso pensamento, que voa com
suas asas douradas, ficará aprisionado nas masmorras da indignidade e do medo.
Ou seja, o preconceito, dejeto
marginal, impede o florescimento social!
Ontem, dia 05 de outubro, a Ana Rosa e
eu estivemos no Theatro Municipal de São Paulo. Fui assistir à ópera Nabucco,
de Giuseppe Verdi. É minha ópera favorita, e por um motivo extremamente
interessante e ímpar: nela o coro, a voz do Povo, é a “personagem” mais
importante.
A
história narrada é conhecida: o rei assírio Nabucodonosor que invade Jerusalém,
profana o Templo, leva os hebreus para o cativeiro babilônico, mas termina por
se ajoelhar ante o Altar do Altíssimo e libertar os judeus para a reconstrução
de sua própria Utopia Divina.
Assim
como em todos os clássicos, não há spoiler aqui... A Beleza se sustenta
em como aquela obra é contada, cantada e recontada. Todo mundo sabe, ou pode
saber, do Romeu e Julieta, do Dom Casmurro ou do O Guarani,
por exemplo... Eles jamais perderão a graça...
Na
verdade, sempre tenho medo que a mediocridade vença e nosso pensamento seja
reduzido aos fragmentos cortados das redes sociais. Se isso acontecer,
estaremos perdidos e os pilares que sustentam nossa cultura serão
destroçados... Perderão a graça! Mas isso é outra história...
Voltando...
O Povo tem posição central. A voz popular parece até guiar os passos das
personagens. Aliás, toda a vez que ouço o coro popular, já liberto, cantando Va
pensiero sull´ali dorate..., que coisa arrepiante... É a Utopia, sob forma
de Jerusalém e Sião, de um novo mundo com que se sonha, e que será
construído... Pedra a pedra, palavra a palavra, som a som.
PESSOA
A PESSOA!
Fica
a pergunta, será que não conhecemos D´us pelo cântico popular? Pela Poesia do
Povo? Pensamentos que são música e mostram os caminhos da Liberdade, da
Inclusão e da Justiça...
Todos...
Juntos...
André Naves
Defensor Público Federal. Especialista em Direitos Humanos, Inclusão Social e Economia Política. Escritor. Estrategista. Comendador Cultural.
www.andrenaves.com
Instagram: @andrenaves.def
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