A Espiral da Tempo - Iniciando a Leitura da Torah
Iniciando um novo ciclo de Leitura da Torah |
O ano de 5784 foi um ano inominável para todos, principalmente para os que nasceram a partir do final da década de 1940 em diante. Muito tem sido escrito, comentado e falado. Hoje quero abraçar cada um de vocês e conversar sobre esta semana em que comemoramos Sucot, encerramos e iniciamos a leitura da Torah. Continuamos nos dias de Sucot a manter os canais abertos para que as sentenças possam ser seladas.
Ao longo dos milênios foram muitos os rituais e as datas com significado maior, que ganham outra perspectiva em 5785.
A última parashá da Torah - "Ve zot ha Brachá" começa com a seguinte frase: "E esta é a benção com que Moshé, homem de Elochim, proferiu antes de sua morte". A leitura continua e no último versículo é descrita a morte de Moshé aos 120 anos. "Estava Moshé na planície de Moab e foi convidado a subir o Monte Nebó e lá morreu". "O Eterno sepultou Moshé lá mesmo, e segundo a Torah, o local da sepultura de Moshé não é conhecido até os dias de hoje".
Nesta última frase o fato de O Eterno enterrar Moshé está no passado, e o fato de o local ter permanecido desconhecido por todos os milênios está no presente. Este jogo de concordâncias verbais permite unir fatos que ocorreram há milênios ao presente. A corrente do tempo, que se repete e sobe em espiral. Mas onde está o futuro?
Em outra passagem, está descrito que ao subir no pico de Pisgá, localizado no monte de Nebó, Moshé avista a Terra Prometida. Hoje podemos ver o pico de Pisgá que fica diante da cidade de Jericó. A Terra Prometida; o sonho dos patriarcas sendo revelado.
O sonho dos patriarcas que seria conquistado, naquele tempo longínquo por Josué. E em diferentes partes da Torah e Talmud encontramos as delimitações da Terra de Israel ao longo dos séculos passados. Dos tempos que vão de Moshé até os Romanos. E hoje, nos vemos novamente conquistando a Terra de Israel. Nós à distância, colaborando de várias maneiras e nossos amigos, filhos, netos e bisnetos lutando para que a única pátria judaica continue a existir e produzir frutos fantásticos. Usei o português tradicional, porque estar incluída e fazer a diferença é o mais importante. E Israel moderno é o exemplo de que isto vem acontecendo em todos os cantos!
Voltando às festividades da semana encontramos Shemini Atzeret, quando é rezado um Izkor (lembrança dos que se foram) por todas as comunidades. Este ano ganha aspectos muito especiais. Muito diferente do que foi em 5784. Este ano 5785 temos que parar e lembrar de todos os que conhecemos, dos que foram importantes para elevar o mundo, mas também daqueles que a exemplo do que ocorreu na época de Josué deram o que tinham de mais precioso para garantir o futuro.
Dançar, Alegrar é o que segue após chorar. Assim, em Simchat Torá iniciamos novamente a leitura da Torá, em Bereishit (Genesis) é lido: "Breishit Bará Elochim et ha Shamaim ve et ha Aretz". No começo, Elochim criou os Céus e a Terra. E segue e contando que a Terra era algo muito confuso, será algo relacionado com o BigBang? E a escuridão cercava tudo. E assim começa a primeira descrição da criação do mundo. Em seguida o mundo clareou, a Terra foi iluminada. Para podermos entender o passar do tempo, a luz era seguida do escuro e assim sucessivamente. Foi criada a noção do tempo.
Exemplo de mães que dançam e rezam pelo filhos e filhas que estão lutando |
E, ao longo da história muitos pontos de interrupção foram adicionados. Na história dos judeus foram períodos de sofrimento e períodos de alegria. Períodos de olhar para o pessoal e a comunidade e períodos em que eram feitas novas descobertas e a introdução de hábitos importantes que permitiram singrar os milênios.
Os momentos de tristeza têm que dar espaço para os momentos de júbilo. Muitas vezes é quase impossível se alegrar, sair do sofrimento que abala as mais importantes convicções, e é neste contexto que olhar os momentos em que se deve dançar e alegrar, é como procurar o sonho onde ele parece ter sido extinto.
Este ano, levando os nossos pensamentos para Israel, ou para o forte antissemitismo encontrado no mundo ocidental, o mundo em que vivemos, há a necessidade de segurar a mão do outro e dançar. E desta necessidade virão encontros que possam permitir que cheguemos ao amanhã.
Nestas últimas semanas, Israel de uma forma inesperada eliminou a maioria dos líderes dos movimentos que dispararam o processo de 7 de outubro (Simchat Torá) e o ataque às cidades do Norte (dia 8 de outubro).
Há mais de 90 mil deslocados dentro de Israel. Pessoas que perderam os lares, famílias e, muito mais. Uma alta percentagem da população jovem e de meia idade está servindo ativamente as Forças Armadas de Israel. Uma alta porcentagem de voluntários está auxiliando o exército, e um contingente difícil de quantificar está substituindo os que servem o exército. Reféns e mortos...
Após um ano surgem informações sobre traidores e espiões. A imprensa interessada em desacreditar o Estado de Israel amplia estas informações e negligencia, ou metamorfoseia, as demais. Aqui no Brasil presenciamos uma imprensa que vem denegrindo de forma importante, mas que em determinadas ocasiões abre espaço para judeus brasileiros com visibilidade para analisarem os processos. Todos estes movimentos ao redor do mundo para difamar judeus, judaísmo e Israel requerem um financiamento. Recentemente, foi mostrado que os movimentos internacionais são financiados pelos próprios grupos que atacam diariamente Israel há anos, fizeram as invasões de 7 de outubro a partir da Faixa de Gaza e de 8 de outubro a partir do Sul do Líbano. Assista o video abaixo no Instagram. E entendam porque o mundo recusa dar a Israel o direito de reagir e mesmo de existir.
https://www.instagram.com/reel/DBcM2b3JYA-/?igsh=MTNuM2o3MjN0dDFwcQ==
Uma semana é muito tempo, nestes momentos em que o presente é fluído. O que estará acontecendo quando estivermos lendo este texto, quais as informações que cada um receberá? São perguntas que não querem calar!
Há uma consciência de que a responsabilidade pelos destinos do mundo está novamente focada em Israel. E nestes momentos, há uma consciência dos crentes e dos que não creem que toda a ajuda que se possa receber depende de decisões corretas dos homens e mulheres envolvidos. Do cuidar e do acalentar, assim como da capacidade de reagir sem ódio.
E foram muitos os que disseram que para reagir sem ódio é preciso saber DANÇAR! A dois e em grupo!!!! E eu termino admirando a forma como o Talmud encontrou para que a cada ano pudéssemos estar no Izkor de Shmini Atzeret e em seguida DANÇANDO! Rodopiando com a Torah.
Assim cresce e floresce a ÁRVORE da VIDA -
Chag Sameach
Regina P Markus
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