LE CHAIM - A VIDA
Nós, humanos, gostamos muito das datas redondas. Por um lado, é para poder avaliar se o tempo decorrido mostrou o acerto de decisões. E por outro, é para poder planejar o próximo ciclo baseado no que a história nos ensinou.
Para nós, judeus brasileiros, esta data tem ainda uma outra conotação. Após os terríveis anos da 2a Guerra Mundial, quando as fronteiras brasileiras foram fechadas para os judeus que morriam na Europa, a Assembléia Geral da ONU, presidida pelo brasileiro Oswaldo Aranha, decidiu a favor da partilha da Palestina. Há 70 anos os judeus que moravam nas antigas terras do Império Otomano saudaram a decisão e os árabes, do Marrocos no Atlântico, às areias do deserto da Ásia no Oriente Médio, negaram este direito. E sem trégua a população judia local passou a ser atacada.
Um pequena nesga de terra que é lembrada através dos tempos e que contribuiu de forma marcante para o desenvolvimento cultural, educacional e tecnológico da humanidade vem sendo objeto do noticiário e de opiniões apaixonadas. Por muitos anos temos a impressão que não vai haver solução. Israel é um país progressista, democrático e com uma população econômica e politicamente ativa que inclui diferentes etnias e religiões. Placas nas ruas são escritas em diferentes idiomas, o hebraico, o árabe, o inglês, e muitas vezes encontramos anúncios em russo. Falar português em ambientes públicos e em táxis não é certeza de estar conversando em um idioma que poucos entendem. Uma grande parte da população sefaradita ainda fala o ladino e portanto, entende português e espanhol.
Os países árabes, vizinhos ou quase, são de uma enorme diversidade. Com alguns Israel já estabeleceu laços diplomáticos há anos, como é o caso de Egito e Jordânia, e com outros há distanciamento total. Mas o que aconteceu de diferente neste mês de novembro de 2017 que merece ser descrito? No famoso tabuleiro das nações foram feitos movimentos inéditos, movimentos que eram impensáveis nos últimos 70 anos.
O escritor do Kwait Al-Hadlaq prestou sua solidariedade ao Estado de Israel em uma entrevista no Canal de TV do Kwait Alrai - a entrevista foi em árabe e a temos traduzida para o português. Ele declara, sem medo de reações, que Israel é um “país soberano e independente”. "Israel é um país que tem um assento na ONU e apenas tiranias como a Coréia do Norte não reconhecem o Estado de Israel, o país soberano dos judeus". O escritor foi além: disse que quando os árabes de Gaza sequestraram o soldado israelense Gilad Shalit em 2011, ele gostaria de ter sido soldado do Exército de Defesa de Israel. Não para lutar por Israel, porque ele não é cidadão israelense, mas porque o país tem tal respeito por cada um de seus cidadãos, que moveram céus e terras para recuperar o soldado sequestrado.
Mais aconteceu nesta semana dos 70 anos. O recém coroado Príncipe Regente da Arábia Saudita fez declarações positivas em relação ao Estado de Israel e recebeu em seu país membros do Governo Israelense. Houve notícias e comentários nos principais jornais de Israel. Juntamos a estas novas a visita do Presidente da Síria à Rússia anunciada neste mesmo mês por jornais do mundo inteiro, e os constantes contatos do Presidente da Rússia com o Primeiro Ministro de Israel - e temos um tempero muito pouco usual para esta região do mundo que parecia estar fadada à mesmice. 70 anos se passaram desde que a ONU reconheceu que o Povo Judeu tem o direito de ser um Povo entre as Nações, e vemos que os próximos 70 anos podem trazer novos ares, novos entendimentos. Nestes 70 anos, a população judia em Israel cresceu impulsionada pelas várias ondas migratórias, mas também por uma importante taxa de natalidade.
Esta semana queremos encerrar com uma das mais lindas partes da Torah (o Pentateuco). Lá vai apenas a frase e muitos dos que nos leem saberão contar onde está escrito:
ENTRE O BEM e o MAL, ENTRE a Benção e a Maldição; escolha a VIDA.
Le Chaim!!! Para a Vida!!!
Regina, Marcela e Juliana
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