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quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Pilar Rahola - Israel é solução




Todo mundo é metido a conhecer de Oriente Médio e a arranjar soluções para a região. O mecânico, o encanador, o porteiro, o taxista; gente que nunca leu o caderno internacional na vida, nunca leu um livro sobre a história da região, gente que não sabe cuidar do próprio quintal, mas de repente sabe como resolver toda a situação desta região explosiva apenas eliminando os "malvados" israelenses.

Sim, eliminando. Nenhum outro país do mundo sofre ameaça de eliminação. O Panamá não está sob ameaça. Os Estados Unidos não estão. O Brasil não está. Argentina não esta. Nenhum país da Ásia, da África, da Europa ou das Américas é alvo explícito de grupos e países que dizem que querem varrê-lo do mapa. Israel sim.

Até os intelectuais, engenheiros, médicos, advogados, gente que vejo serem cabeças brilhantes, pessoas geniais, cultas, inteligentes e estudiosas, quando chegam ao assunto Israel, se tornam incrivelmente medíocres repetindo slogans, frases feitas, e a discussão vai para o ralo com argumentações pífias, cheias de maniqueísmos e determinismos. É difícil derrubar um preconceito. Como diria Albert Einstein: é mais fácil romper um átomo do que um preconceito.

Judeus por dois mil anos foram alvos de totalitarismos e racismos por serem a bandeira da liberdade. O Estado de Israel é alvo de todas as críticas do mundo por ser esta bandeira em forma de nação. Ser o representante disto tudo, em termos atuais.
Vejam que os preconceitos não mudam: antigamente o judeu era dito por grupos cristãos como aquele que sequestrava e matava crianças cristãs para fazer matza. Hoje, é aquele sedento do sangue de crianças palestinas. Antigamente o mito era que o judeu era dono de todas as finanças da Europa. Hoje, o judeu é aquele que domina Wall Street.... sacaram como funciona?
Meu companheiro de avião me vê lendo um livro sobre Israel e logo me pergunta: judia? Eu digo: Não. Sou uma jornalista interessada no assunto. Ele faz aquela cara de: achei uma companheira! Não judia e jornalista? E começa a descer a lenha em Israel sem perdão. Eu vou suportando ate onde dá. Então uma hora começo a responder e minha unica pergunta é: e o que você tem a dizer sobre os tutsis? Uau, você é tão entendido de Oriente Médio e não tem nada a dizer sobre a nação tutsi que sofre perseguição em Ruanda onde sofrem um extermínio brutal? E sobre as sequestradas de Boko Haram? E sobre os degoladores do Isis, a entidade terrorista mais rica do planeta hoje em dia, que controla 60% do petróleo da Síria, seguida pelo Hamas?

Vocês sabem que existem 600 multimilionários listados pela Forbes vivendo em Gaza? Que vivem de rendas de tráfico de armas, de drogas e de desvio principalmente de dinheiro de ajuda internacional enviada para o local? A população vive na miséria, mas porque seus dirigentes multimilionários querem. Somente por isso.

Quando alguém disser que Israel é o problema, tire Israel do mapa imediatamente. Esqueça. A única função de Israel é ser parte da SOLUÇÃO e nossa ÚNICA esperança. Vocês acham mesmo que se Israel cair, os degolares do Isis, os fundamentalistas do Hamas, a republica do Irã, que matam mulheres por preconceito de sexo, e que afirmam que não existem homossexuais no país, porque já devem ter chacinados todos, vão parar por aí? A argumentação de vocês em um debate tem que começar por ai: Israel é solução. Quando alguém começar a falar sobre o país, responda falando dos problemas do fundamentalismo islâmico e das esquerdas e das ditaduras que os apoiam. Se Israel cair, todos nós vamos cair. Vocês têm ideia do que será este mundo se Israel for derrotado? Quero pedir perdão a vocês, mas eu não luto por vocês, eu não luto por Israel. Eu luto pelo mundo que quero viver e para um mundo melhor para meus filhos. Israel é hoje a frente de batalha do mundo civilizado. Se Israel cair, todos nós caímos. A Tsahal não defende só Israel. Defende todo o mundo que quer viver e não morrer.

Se eu não tenho medo? Logico que tenho medo. Já tive que andar uns tempos escoltada por policiais, já tive ameaças de morte e tive que tomar minhas providências, mas veja: eu fui criada numa família que lutou contra o fascismo na Espanha. Na minha mesa, ensino meus filhos a lutar pela liberdade e pelo direito de viver. O fascismo de ontem é o extremismo islâmico de hoje. É difícil? É duro? Muito. Vocês me perguntam o que da para fazer contra toda esta maré, os veículos de mídia nas mãos do petrodólar e morrendo de medo de desagradar os grupos fundamentalistas, até clubes de futebol tirando cruzes minúsculas de seus símbolos centenares para não perder dinheiro árabe, clubes como o meu Barcelona que tiram o patrocínio da Unicef em troca de um patrocínio sujo do Qatar, pais com mãos sujas de venda de mulheres escravas, de utilização de mão de obra estrangeira em condições sub-humanas onde já morreram milhares na construção dos estádios para a Copa, no financiamento do Hamas e do terrorismo.... mas tentem imaginar como era na época dos anos 30 antes do nazismo, ou na época da inquisição na Espanha, das cruzadas ou em outras épocas sombrias da humanidade. As pessoas também deveriam ver tudo à sua volta contaminado e também deveriam se perguntar o mesmo: o que fazer?

O que posso responder é que a humanidade se divide em três grupos: os que odeiam, os que são odiados e os que se calam. Eu não vou ficar calada. Vocês?

(Pilar Rahola - palestra na sinagoga Beth El, sob patrocinio da Bnai Brith e do KKL no Panama, 4/12. Tradução e edição grupo Esh Tamid)


Pilar Rahola I. Martínez Nasceu em 21/10/1958, é jornalista e escritora catalã com formação política e MP. Estudou Espanhol e Filosofia Catalã na Universidade de Barcelona. Possui vários livros e artigos publicados, é palestrante internacional requisitada pela mídia e universidades, é colunista do La Vanguardia, na Espanha, do La Nacion, na Argentina e do Diário da América, nos Estados Unidos. De 1987 a 1990 Rahola cobriu a Guerra na Etiópia, a Guerra dos Balkans, Guerra do Golfo e a Queda do Muro de Berlim como diretora da publicação Pòrtic. Suas áreas de atuação incluem Direito das Mulheres, Direito Humano Internacional e Defesa dos Animais. Nos últimos anos tem exposto seu ponto de vista sobre Israel e o Sionismo. Entre diversos prêmios recebidos: Doutor Causa Honoris na Universidade de Artes e Ciência da Comunicação, em Santiago do Chile (2004), pela sua luta em favor dos direitos humanos; Prêmio Javer Shalom, pela comunidade judaica chilena pela sua luta contra o antissemitismo; Cicla Price (2005), pelo mesmo motivo; Membro de Honra da Universidade de Tel Aviv (2006); Golden Menora entregue pela Bnai Brith francesa (2006); Laureada com o prêmio Scopus pela Universidade Hebraica de Jerusalém (2007); participou como convidada de honra em diversas ocasiões, entre elas no AIPAC de Conferência Política (2008); em 2009 recebeu prêmio da Federação das Comunidades Judias da Espanha, Senador Angel Pulido e Prêmio Mídia de Massa pelo Comitê Judaico Americano pela luta pelos Direitos Humanos; A Liga Anti Difamação lhe concedeu o prêmio Daniel Pearl “pela sua dedicação e comprometimento a um jornalismo honesto e responsável baseado em um código de ética e por falar honestamente ao público”; recebeu o prêmio Morris Abram entregue pela UN pela sua defesa aos Direitos Humanos, Genebra, 2011, entre outros. Dados biográficos obtidos de www.pt.chabad.org

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