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“BARBIEHEIMER” - apelido carinhoso dos fãs, estreou dia 21 de julho de 2023 nos cinemas

"Barbie" e "Oppenheimer", apesar das propostas diferentes, causaram furor nas redes sociais.

Por Itanira Heineberg

Você sabia que todo este alvoroço na estreia simultânea dos filmes deve-se ao fato de serem dois longas, produções com configurações do mesmo calibre, orçamentos colossais, e uma espera ansiosa e cheia de expectativas do público? Um fenômeno inusitado da arte do cinema?

Mais uma mostra da diversidade do povo judeu!

Na verdade, os filmas não apresentam grandes analogias artísticas e parece que Barbie está na frente nos resultados de bilheteria. Juntos, os filmes de Greta Gerwig e Christopher Nolan fizeram mais de US$ 235 milhões no primeiro final de semana, assinalando a 4ª maior bilheteria de final de semana da história dos Estados Unidos.

Segundo a Folha de Pernambuco, “’Barbie’, de Greta Gerwig, é um filme que retrata o universo em cores berrantes da boneca mais famosa do mundo, inserindo nele questões de cunho existencial. Já ‘Oppenheimer’, do diretor Christopher Nolan, traz um drama histórico complexo e soturno sobre o criador da bomba atômica”.

E agora, qual dos dois devemos assistir primeiro?

E tem gente que assistiu aos dois no mesmo dia!

Vejamos o que nos aguarda:

Oppenheimer

É preciso ter paciência, coragem e estômago de aço para assistir ao filme sobre Oppenheimer, o cientista judeu, pai da bomba atômica, pois além de 3 horas de projeção, recomenda-se visitar uma sala IMEX com tela de dimensões extravagantes onde as experiências e bombas atingem uma veracidade fulminante.

O autor Cilian Murphy no papel de Oppenheimer

Optamos para falar sobre este poderoso filme em outra oportunidade e recolher-nos-emos a algo mais doce, quase suave, num cenário cor de rosa, a uma boneca criada por uma afetuosa mamãe para sua filhinha Barbara, que gostava de brincar de vestir bonequinhas de papel.

Barbie, com roteiro de Noah Baumbach

Em 1959 Ruth Handler decide encantar sua filha, criando uma boneca tridimensional, para vestir e usar sua imaginação com diferentes figurinos. E apesar de percalços, Ruth e seu esposo Elliot Handler obtiveram muito sucesso com a bonequinha.

Ruth Handler, (1916-2002), uma das dez filhas de um casal de imigrantes judeus da Polônia, nasceu e foi criada em Denver, Colorado.

Os Handlers produziam brinquedos de madeira e criaram a Mattel, em sociedade com um casal de amigos.

Barbie trouxe às crianças um companheiro chamado Ken, em homenagem ao seu irmão Kenneth, morto em 1994, vítima de um câncer de cérebro.

A princípio adultos não se sentiram confortáveis com as linhas sensuais da boneca mas as crianças logo se apaixonaram. A Barbie vestida de noiva, inspirava as meninas em seus sonhos e brincadeiras. Barbie foi proibida no Vietnam, no Irã é considerada anti-islâmica desde 1996, e muitas amigas minhas não permitiram que suas filhas com ela brincassem.

Mas Barbie continua invencível, segundo as palavras de Greta Gerwig, diretora de seu filme.

Há poucos dias da estreia ela ainda não acreditava que isto fosse acontecer:

“Eu ainda não consigo acreditar que nos deixaram fazer esse filme; havia tantas coisas que eu achava que não iriam [para a frente]”. “Eu amei o roteiro que eu e Noah [Baumbach, seu parceiro de trabalho e de vida] escrevemos, e por isso quis dirigir. Mas pensei ‘bom, nunca vão nos deixar fazer isso’”.

Precisamos assistir para conferir suas palavras. Não querendo adiantar detalhes, Gerwig conta que Barbie tem um humor bem mais ácido do que imaginamos e até faz piadas da Mattel. Gerwig, uma jovem e brilhante diretora judia considera o filme uma aventura doida e anárquica e nos regala com um fim inusitado e inquiridor. Vamos querer a continuação mas ela já falou que não a fará.

Barbie, a boneca, não é judia, não é perfeita, mas na Barbielândia ela começa a apresentar defeito e deve então ingressar no verdadeiro mundo dos humanos.

Deixamos aqui a aventura aberta com muitos itens a serem pensados, repensados e nosso cérebro a trabalhar.

Bom espetáculo!

Barbara Handler, que inspirou a boneca Barbie

E agora em 2 minutos e meio apresentamos um trailer rosado, mas não muito, onde Barbie deve conhecer o mundo verdadeiro, o mundo dos homens e suas consequências: