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quinta-feira, 29 de agosto de 2024

ACONTECE: REFÉNS, HOSTAGES, RATUFIM ~11 meses

Reféns - ???????

Estamos a quase 11 meses do fatídico dia 7 de outubro de 2023. O Estado de Israel foi atacado de forma impensável. Não deveria haver mais necessidade de dizer quem foram os atacantes, mas com o andar do tempo já sabemos que foi criada uma versão da história que a grande mídia aceitou. Um versão da história compartilhada por governos, entidades não governamentais e por órgãos internacionais como a ONU e derivados. 

Ao longo destes 328 dias ainda estão sem paradeiro 105 reféns. No dia 20 de agosto de 2024 chegou a notícia, por um grupo de WhatsApp, de que um refém tinha escapado e conseguido chegar a Israel. A notícia continha vários enganos, mas pouco a pouco foi sendo corrigida. O beduíno Farhan Al Quadi, de Rahat, foi localizado pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) em um túnel na região de Rafah (fronteira com o Egito). O resgate foi feito pela Shayetet 13, a 401a brigada, Yahalon e forças da Israel Security Authority.

A seguir mostraram a entrada de Farhan Al Quadi em Israel, dentro de uma ambulância da Magen David Adom. Centenas de pessoas fizeram um "abre alas" para saudar o resgate. No Hospital Soroca em Ber Sheva, Farhan recebeu a família. Irmãos, 11 filhos. Muitos videos mostrando o contato com familiares, com o Primeiro Ministro Bibi Netanyahu e também com o Presidente de Israel Itzhak Herzog. Dias de festa e comemoração. 


Nesta quinta-feira, às 17h, os jornalistas Leila Sterenberg e Henrique Cymerman trazem as principais informações envolvendo a situação do Oriente Médio. Enquanto o país celebra a volta de mais um refém, a política está tensa, com a tentativa de Itamar Ben Gvir de ferir o status quo do Monte do Templo/Esplanada das Mesquitas. 

Detalhes faltam, por questões de segurança, e há muito "diz que disse" introduzindo falsas verdades ao momento. (Vejo textos que escrevi há 1 ou dois anos, falsas verdades era colocado entre aspas!! hoje é uma realidade aceita por todos).

A volta dos Reféns está nas nossas orações e em muitas ações. Após este acontecimento chegaram informações via a Jewish Chronicle que Sinwar está cercado por 22 reféns algemados. Hoje (29 de agosto), o site Israel Live News 21 informa que Farhan Al Quadi compartilhou espaços com o refém Aryeh Zalmanovich (xx) até sua morte. 

Vivendo dias históricos e que de alguma forma forjarão nosso futuro e o futuro de Am Israel, sabemos que devemos registrar o que está sendo veículado de forma errada. Em muitos informes de sites confiáveis, Farhan Al Quadi foi dito druso. Lembramos que foram 12 crianças drusas atingidas por bombas direcionadas pelo Hezbollah ao Norte de Israel há poucas semanas. Farhan Al Quadi é beduíno e mora no sul de Israel. Foi sequestrado quando atuava como segurança de um kibutz. Lembro que tanto os drusos quanto os beduínos são cidadãos israelenses e servem o IDF. 

Muitos acontecimentos se desenrolam e esperamos que estes momentos de fatos e reflexão possam ser seguidos de ações que tragam de volta aos lares e famílias os que estão fora desde 7 de outubro e todos os que estão lutando. 

E... nesse momento recebo da nossa editora Marcela Fejes uma foto especial. O Ministério da Justiça em Munique embelezado com a bandeiras de Israel e da Ucrânia. Que haja Paz - SHALOM le KULAM!

Regina P. Markus

Palácio da Justiça de Munique - Bandeiras Ucrânia e Israel



terça-feira, 27 de agosto de 2024

Iachad (juntos - יחד) - por André Naves: Platero

 

Platero

         Não sei bem como foi...

Nem lembro direito em que escritório a gente tava! Acho que era na Comedoria do SESC Pompeia. Era lá sim!

A memória é esse suco da verdade. Os fatos só existem pelo que a gente experimenta. Como um suco de caju! Será que falta doce? Será que amarra a boca? Será que tá aguado? A gente tem de tomar para descobrir se tá no ponto!

De repente a gente vai esquecendo os detalhes, misturando os acontecidos, mas a lição fica. Eu não lembro bem onde nem quem. Só lembro da conversa... E, aos poucos, fui juntando as pecinhas desse quebra-cabeças para conseguir enxergar a cena toda.

Ou seja, o acontecido pouco interessa! A certeza é o saci que prega peças na gente! O legal é essa dúvida que aos poucos vai sendo dissipada. Parece até aquele nevoeiro de beira de estrada...

É como dizem: neblina que baixa é Sol que racha!

Então a gente tava lá na Comedoria falando sobre a Lina. O Zé, o João e eu, como sempre. Não tem como entrar no SESC Pompeia sem falar dela. É um tributo que a gente paga à genialidade.

É igual no MASP... A gente entra, fica boquiaberto com o vão livre, com o concreto bruto, e se encanta com a sutileza sublime dos cavaletes de cristal.

Força e Beleza unidas. Tempestade e calmaria. Essa era a Lina. 

O concreto também é poético, dizia o João.

Isso! O Zé, como de costume, falava com um resmungo. A gente nunca adivinhava se era a casmurrice ou o sotaque... A gente tem de aprender a língua de tudo! Tudo ensina: a gente tem que aprender a aprender!

O idioma em que sou mais fluente hoje é o dos olhares da Pilar! Depois de tanto juntos, se eu não o soubesse, era frito tal qual as sardinhas na brasa de Lisboa.

Luz Boa! Lisboa é a Salvador da Europa! O André que é calado, né Zé? Como que a gente aprende com isso?

Quem é calado, observa. Quer aprender. Quem quer aprender, também ensina. Sabe os nossos personagens? As nossas tramas? Tudo é ensinamento. Lembra do Nelson Rodrigues? A cada livro, história, ele ia aprendendo, ficando mais rico, mais complexo, mais ele... Cada um deles... Sabe os atores de teatro? Os leitores? A plateia? Todo mundo vai aprendendo...

Eu não sou calado, João. É que quem fala demais dá bom dia a cavalo. Não posso fingir costume nessa mesa... Salvador é a Roma negra!

Mas Lisboa é a Salvador européia!

Lá na península a gente tem a lenda do Platero, um burrico extremamente simpático e gentil. Ele aparece, inclusive, em vários livros meus.

Vamo trazer o Platero pro Brasil, André?

“Platero é pequeno, peludo, suave, tão macio por fora, que se diria todo de algodão.” Olha a singeleza disso. Um burro, de trabalho bruto e pesado, mas de algodão, suave e carinhoso. Essa é uma lição! Essa é A lição!

Tempestade e Calmaria! Mar calmo não faz viagem próspera, mas tempestade leva todos para os braços de Netuno! Platero é aula de harmonia, de equilíbrio!

Balaão se recusava a aprender com os sinais. A jumentinha precisou falar pra ele entender... Ele precisava enxergar, mas se recusava a perceber o quadro todo. No fim é isso! A gente precisa é estar aberto aos sinais, aos símbolos. Precisamos falar o idioma além das palavras...

Precisamos ouvir os burricos, as jumentinhas! Escutar os ventos, enxergar a Luz!

André Naves

 Defensor Público Federal. Especialista em Direitos Humanos, Inclusão Social e Economia Política. Escritor. Estrategista. Comendador Cultural.

www.andrenaves.com

Instagram: @andrenaves.def

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

‘Mitzvá Legal’ - O direito ao Shabat


O Direito ao Shabat

Por Angelina Mariz de Oliveira


Depois que os hebreus saíram do Egito, atravessaram o Mar Vermelho e o

deserto, chegando ao Monte Sinai, puderam ouvir diretamente de Deus um

comando surpreendente para quem até então era servo do faraó: lembrar

de não trabalhar no Shabat e descansar nesse sétimo dia (Shemot 20:8

11). A mitzvá também foi inovadora para quem usava o trabalho de outros

seres humanos e animais. Além dos homens e mulheres hebreus adultos, o

Shabat foi criado para ser usufruído pelos filhos, filhas, servos, servas,

animais do rebanho e estrangeiros.


Depois de trinta e oito anos após o evento no Monte Sinai, uma nova

geração de hebreus se prepara para entrar em Canaã. Acampados na

margem oriental de Jericó, eles ouvem o relato de Moisés que reitera o

comando sobre o Shabat: cuidar para não trabalhar no Shabat e descansar

nesse sétimo dia (Devarim:12-15).


Tradicionalmente o respeito ao Shabat é interpretado como um

mandamento, um dever. No entanto, é uma prática que tem grandes

benefícios para a convivência familiar e comunitária, para a saúde física e

mental, para a qualidade de vida de todos que são beneficiados por esta

’ordem’. Por isso a guarda do Shabat tem a natureza de direito, mantendo

sua característica de dever.


Isso é perfeitamente possível, diversas situações têm essa duplicidade de

direito-dever, ou poder-dever. O exemplo clássico é o exercício do voto, nos

países em que é obrigatório; outro é a formação escolar, nos países em que

é obrigatória para crianças e jovens.


No Judaísmo a possibilidade de não trabalhar no Shabat é vivenciada de

inúmeras formas: momento de lembrar e honrar a Deus; apreciar a criação

Divina; participar de atividades comunitárias como serviços religiosos,

estudos, encontros de grupos juvenis; convivência familiar; descansar ... O

Shabat também traz regras para restrição de ações e atividades, sempre

relacionadas à interpretação da definição de trabalho.


Ao longo de nossa história tri milenar, porém, algumas exceções foram

criadas, como a possibilidade de não judeus poderem trabalhar para judeus

no Shabat, se tiverem outro dia da semana de descanso. Ou então em

situações de defesa da vida, e nesse aspecto se discute se a

obrigatoriedade de trabalhar no Shabat por exigência de um empregador

não judeu, e garantir o sustento, seria uma forma de defesa da vida.


Os benefícios do descanso semanal amplo e regular são tão importantes

que esse sistema foi adotado por outros povos, culturas e religiões.


Atualmente, muitas legislações trabalhistas garantem o descanso semanal,

inclusive com remuneração.


No Brasil o direito ao descanso semanal foi legalmente reconhecido no

domingo, em razão da maioria católica dos legisladores. Assim em 1943 a

Consolidação das Leis do Trabalho, Decreto-Lei nº 5.454, determinou:


“Art. 67 - Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24

(vinte e quatro) horas consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência

pública ou necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir com o

domingo, no todo ou em parte”.


A atual Constituição Federal de 1988 mantém essa preferência pelo

descanso aos domingos, como lemos em seu art. 7º, “XV - repouso semanal

remunerado, preferencialmente aos domingos”. Por esse dispositivo, parece

que os judeus brasileiros não têm proteção legal para não trabalhar no

Shabat, se não conseguirem um acordo com o empregador.


No entanto, o art. 5º dessa mesma Constituição institui o direito à liberdade

religiosa nos seguintes termos: “VI - é inviolável a liberdade de consciência

e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e

garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”.

Essa norma é complementada no mesmo artigo pelo comando do inciso VII

que expressamente determina “ninguém será privado de direitos por motivo

de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar

para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir

prestação alternativa, fixada em lei”.


O esforço para tornar concreta a liberdade religiosa prevista no artigo 5º

envolveu diversas ações judiciais. Na esfera trabalhista, para que o repouso

aos sábados fosse remunerado, e na esfera do direito civil, para que alunos

e candidatos pudessem fazer provas e prestar concursos em dias

alternativos aos sábados.


Caso emblemático da dificuldade em conseguir o direito de respeitar o

Shabat foi o julgamento em 3 de dezembro de 2009 pelo Supremo Tribunal

Federal de pedido de alunos do Centro de Educação Religiosa Judaica para

fazerem as provas do Enem em data alternativa ao Shabat (Suspensão de

Tutela Antecipada nº 389). Na ocasião a maioria dos Ministros acompanhou

o voto do Ministro Gilmar Mendes, decidindo que “a designação de data

alternativa para a realização dos exames não se revela em sintonia com o

principio da isonomia, convolando-se em privilégio para um determinado

grupo religioso”.


No entanto, a partir de 2017 o Enem passou a ser realizado em dois

domingos (Edital nº 13, 07/04/2017). A decisão de exclusão dos sábados

foi adotada após consulta pública pela internet realizada entre 18 de janeiro

e 17 de fevereiro, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais Anísio Teixeira (Inep).


O Portal do Ministério da Educação relata que mais de 600 mil pessoas

votaram na consulta, sendo que 63,7% escolheram o formato de provas em

dois domingos. Diz o site do MEC: “Com a alteração, é atendida também a

reivindicação de estudantes que têm por costume guardar os sábados por

razões religiosas de acabar com o ‘confinamento’ de cinco horas ao qual

eram obrigados a se submeter – acessavam o local de prova no mesmo

horário que os demais e esperavam até as 19h (o pôr do sol) para começar

a fazer o exame” (http://portal.mec.gov.br/ultimas-noticias/418-enem

946573306/46041-enem-passa-a-ser-realizado-em-dois-domingos-seguidos).


Em 2019 finalmente a Lei Federal nº 13.796/2019 garante aos estudantes o

direito de respeitar os respectivos dias sagrados: “Ao aluno regularmente

matriculado em instituição de ensino pública ou privada, de qualquer nível,

é assegurado, no exercício da liberdade de consciência e de crença, o direito

de, mediante prévio e motivado requerimento, ausentar-se de prova ou de

aula marcada para dia em que, segundo os preceitos de sua religião, seja

vedado o exercício de tais atividades”. Com isso, os judeus obtiveram

autorização legislativa expressa para o cumprimento do Shabat, sem serem

prejudicados pela ausência em aulas provas, que são marcadas em outras

datas, ou substituídas por outros critérios de avaliação.


Consequentemente, vamos presenciar modificação na jurisprudência do

Supremo Tribunal Federal. Em 26 de novembro de 2020 foram julgados

dois recursos favoráveis ao direito de respeito aos sagrados religiosos,

firmando decisões que devem ser cumpridas por todos os Tribunais, juízes e

entes públicos.


A decisão final no Recurso Extraordinário nº 611874 diz:


“1. A tessitura constitucional deve se afastar da ideia de que a laicidade

estatal, compreendida como sua não-confessionalidade, implica abstenção

diante de questões religiosas. Afinal, constranger a pessoa de modo a levá

la à renúncia de sua fé representa desrespeito à diversidade de ideias e à

própria diversidade espiritual. 2. No debate acerca da adequação de

atividades administrativas a horários alternativos em respeito a convicções

religiosas, deve o Estado implementar prestações positivas que assegurem

a plena vivência da liberdade religiosa, que não são apenas compatíveis,

como também recomendadas pela Constituição da República, a teor do

inciso VII do art. 5º, CRFB, que assegura a “prestação de assistência

religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva”, bem como

do art. 210, §1º, CRFB, o qual dispõe que o “ensino religioso, de matrícula

facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas

de ensino fundamental. 3. A separação entre Igreja e Estado não pode

implicar o isolamento daqueles que guardam uma religião à sua esfera

privada. O princípio da laicidade não se confunde com laicismo. O Estado

deve proteger a diversidade, em sua mais ampla dimensão, dentre as quais

incluo a liberdade religiosa e o direito de culto. O limite ao exercício de tal

direito está no próprio texto constitucional, nos termos do inciso VI do art.

5º. 4. A fixação, por motivos de crença religiosa do candidato em concurso

público, de data e/ou horário alternativos para realização de etapas do

certame deve ser permitida, dentro de limites de adaptação razoável, após

manifestação prévia e fundamentada de objeção de consciência por motivos

religiosos. Trata-se de prática a ser adotada pelo Estado, na medida em que

representa concretização do exercício da liberdade religiosa sem prejuízo de

outros direitos fundamentais (...)”.


No mesmo sentido de garantir o direito de respeitar o dia sagrado de cada

religião - o Shabat no caso do Judaísmo -, o julgamento do Agravo em

Recurso Extraordinário nº 1099099 declarou:


“(...) 3. O direito à liberdade religiosa e o princípio da laicidade estatal são

efetivados na medida em que seu âmbito de proteção abarque a realização

da objeção de consciência. A privação de direito por motivos religiosos é

vedada por previsão expressa na constituição. Diante da impossibilidade de

cumprir obrigação legal imposta a todos, a restrição de direitos só é

autorizada pela Carta diante de recusa ao cumprimento de obrigação

alternativa. 4. A não existência de lei que preveja obrigações alternativas

não exime o administrador da obrigação de ofertá-las quando necessário

para o exercício da liberdade religiosa, pois, caso contrário, estaria

configurado o cerceamento de direito fundamental, em virtude de uma

omissão legislativa inconstitucional (...)”.


No Estado de São Paulo vigora desde março de 2021 a Lei nº 17.346,

promulgada pelo Governador João Dória, que regula amplamente a

“Liberdade Religiosa”. Como não existe lei federal que trate com a mesma

profundidade dos direitos de culto, essa regulamentação é aplicável apenas

no Estado de São Paulo, até que seja sancionada norma de igual teor pelo

congresso Nacional.


Em relação ao direito de respeitar o Shabat, encontramos os seguintes

comandos:


“Artigo 9º - Todo indivíduo tem direito à liberdade religiosa, incluindo o

direito de mudar de religião ou crença, assim como a liberdade de

manifestar sua religiosidade ou convicções, individual ou coletivamente,

tanto em público como em privado, mediante o culto, o cumprimento de

regras comportamentais, a observância de dias de guarda, a prática

litúrgica e o ensino, sem que lhe sobrevenha empecilho de qualquer

natureza”.


“Artigo 15 - O direito à liberdade religiosa compreende especialmente as

seguintes liberdades civis fundamentais (...)

X - observar dias de guarda e de festividades e cerimônias de acordo

com os preceitos da religião ou convicção”.


Após um longo percurso de mais de três mil anos, os judeus que vivem em

São Paulo têm o dever de lembrar-se do Shabat, como Deus nos ensinou no

Monte Sinai; e também têm o direito de guardar o Shabat, como Moisés nos

ensinou além do Rio Jordão – Éver haIarden. É uma oportunidade rara em

nossa longa história. É importante ter consciência dessa benção e usufruir o

máximo possível do descanso e conexão que o Shabat nos traz. 

ACONTECE: O sacrifício tático de civis


Por Juliana Rehfeld


Esta semana continua, particularmente para Israel, envolta em incerteza, em ansiedade, à espera de algum tipo de represália vinda do Irã. Aparentemente o Irã está enrolando porque não definiu que saída pode ter entre semi-honrosa ou semi-eficaz pós ação contundente de Israel matando, em sua casa, o líder do Hamas Ismail Haniyeh. E a semana também está envolta com as dúvidas que se acumulam sobre um iminente acordo para cessar fogo na guerra de Israel contra o Hamas. No ar está a tensão de que seja a última chance de um acordo sem que o conflito amplie sua escala geográfica. E há a esperança de que no próximo domingo se possa assinar tal acordo em Doha, no Catar.  

Cidadãos israelenses, sejam eles homens, mulheres ou crianças, judeus, cristãos, muçulmanos, árabes, europeus, chineses, ou qualquer outra coisa…, continuam vivendo com a ameaça, a qualquer momento, de ter de correr para um abrigo para salvar-se de um míssil caindo na sua cabeça… vai que falha o super Escudo de Ferro que caça mísseis no ar… 

Já os civis palestinos em Gaza não têm essa mera possibilidade: quando chegam alertas - israelenses e não do Hamas - de que haverá bombardeio, eles não têm para onde correr! E por quê? Porque apesar de existir no pequeno território maior extensão de túneis que o próprio metrô de Nova York ou Londres, nenhum deles foi concebido ou pode ser usado como um abrigo. O objetivo dos terroristas é que morram civis porque isso atrai a imprensa e a opinião pública. É uma estratégia que chamam de “sacrifício tático de civis”, vejam mais no diálogo Abaixo:



A transcrição, em português, do diálogo deste vídeo está ao final deste texto.



De qualquer maneira a imagem de Israel no mundo continua a ser majoritariamente associada a conflito e risco, e de maneira não positiva. 

No entanto uma pesquisa recente feita dentro do programa de treinamento embaixadores digitais, com um universo de 1000 americanos entre 18 e 25 anos de idade que nunca visitaram Israel, identificou que 63% deles poderiam ser persuadidos a ter uma opinião favorável ao país a partir de redes sociais de conteúdo visual atraente. 

Os 63% são compostos de 44 que apresentam apresentam desde um misto de emoções a nenhuma opinião e 19 com opinião negativa. Os restantes 37% são 25 fortemente contrários e 12 fortemente favoráveis. A pesquisa considerou que os 63% seriam persuadiveis…

A maioria persuadível não acompanha de perto as notícias de Israel e não está familiarizada com Israel. Eles expressam interesse em ver histórias pessoais que ofereçam contexto e insights culturais sobre a sociedade e as tradições israelenses. Referências de fontes de notícias respeitadas, incluindo influenciadores em quem eles já confiam, ajudam a validar a confiabilidade das informações.

Isto tudo praticamente confirma o que esperamos, mas os números surpreendem, de certa forma. Surpreendem positivamente. Evidentemente há particularidades entre os jovens americanos que os distinguem bastante dos demais jovens, e especificamente, dos brasileiros. Mas esta pesquisa confirma que estamos no caminho certo ao apostar na divulgação de informações e mergulhar em histórias tanto sobre a sociedade e a cultura de Israel, como sobre o Judaísmo. E fazê-lo de maneira honesta, educativa e, é claro, atraente e divertida! Tomara que possamos continuar a fazer isso por muito tempo, e quem sabe, consigamos a colaboração de vocês, nossos leitores, sobretudo os jovens da nossa comunidade!

Shabat Shalom!


Trancrição do diálogo

que você vê nesta foto aqui? 

Ah, parece um playground, um jardim de infância, não é?

Sim, certo, é isso. E não é também. Este playground tem um segundo uso como abrigo antibomba. Ele tem uma grande profundidade e tem paredes de aço reforçadas.

Sim, há milhares desses por toda Israel. 

Mas, não em Gaza.

Você sabia que não há abrigos antibomba em Gaza?

Eu sabia. É isso se deve à estratégia chamada de “sacrifício tático de civis”. 

Sacrifício tático de civis: uma das estratégias mais desprezíveis jamais projetada da história mundial de guerras.

Voltando ao fato de que não há abrigos antibomba em Gaza. Como pode ser? Quer dizer, o Hamas vem planejando esta guerra por décadas, cada aspecto dela foi meticulosamente projetado, um sistema de túneis mais extenso que o metrô de Nova York ou de Londres. Você acha que eles simplesmente se esqueceram de fazer abrigos antibomba para sua população? Eles poderiam abrir os túneis para o povo, há bastante espaço… por que o Hamas insiste em deixar os civis tão vulneráveis e expostos?

Bem, é esta pergunta que está no coração de toda a guerra em Gaza. E a maioria das pessoas tem dificuldade de lidar com a verdade. O Hamas sabia que seu massacre traria uma forte retaliação por parte de Israel. Eles sabiam que Israel tinha que vir pelos 252 inocentes que foram sequestrados e que Israel teria que buscar os armamentos do Hamas e então eles colocaram seus lançadores de mísseis e bombas em escolas, em hospitais, em residências e mesquitas, violando assim qualquer lei humanitária. 

Então, as pessoas em Gaza ficaram sem qualquer lugar para ir, nenhum abrigo antibomba, nenhum túnel, nada. O Hamas garantiu assim que quando Israel respondesse os palestinos seriam pegos no fogo cruzado e previsivelmente, a opinião pública mundial se viraria contra Israel. Foi tudo intencional.

Esta não é uma estratégia de escudos humanos, é estratégia de sacrifício humano. É abominável, maldoso e até covarde. Sabe, o Hamas sabe que não pode vencer o exército de Israel militarmente. Mas ele sabe que pode quebrar o apoio a Israel e talvez conseguir que seus aliados forcem um cessar-fogo.

E é isso que é a estratégia de sacrifício humano, é por isso que o Hamas rouba comida e outras ajudas humanitárias, priva seu povo, põe a culpa em Israel  e enche seus depósitos. Para eles isto é um ganha-ganha.

Muitos no Ocidente não conseguem acreditar que isto é verdade, mas muitos líderes militares entendem isso plenamente, eles próprios já viram isso contra o Talibã, contra a Al Quaeda (ISIS) e quando políticos e a imprensa não gritam e condenam isso, ao contrário eles condenam Israel por isso, eles agem exatamente como o Hamas quer, eles encorajam esta horrível tática.

Israel não quer ferir civis, não há benefício nenhum nisso, essa ação só faz mal à relação de Israel com outros países e isso é exatamente o que o Hamas quer. Então quando você ouve alguém dizer que Israel nao discrimina pessoas, responda, diga “eu ouço dizerem isso mas a verdade é diferente". E então explique o conceito da estratégia de sacrifício humano. 

É um conceito simples. E não se surpreenda se as pessoas não conseguem crer nisso. Isso fere seus valores e princípios e é difícil pensar nisso claramente sobre algo tão impensável… 

E é exatamente isso que eles querem, para o Hamas baixas civis não são uma tragédia, eles são uma estratégia.

terça-feira, 20 de agosto de 2024

VOCÊ SABIA? - Douglas Murray

 

“Uma verdade pode destruir mil mentiras.”


Por Itanira Heineberg


Douglas Murray, uma voz não judia tentando desvendar a verdade “Israel” encoberta na poeira de mentiras milenares.



Você sabia que Douglas Kear Murray, nascido em 16 de julho de 1979, é um autor e comentarista político britânico que não trabalha do conforto de sua cadeira escrevendo intuitivamente sobre o que acontece do outro lado do mundo, mas desloca-se aos locais das tragédias para constatar com seus olhos e coração a verdade do momento histórico?

Douglas Murray, escritor, jornalista, biógrafo, ativista político, analista, político, comentador e crítico cultural professa seu desejo sobre os acontecimentos após o 7 de outubro: “Gostaria que Israel vencesse esta guerra iniciada pelo Hamas.”

Entre vários prêmios recebidos pela lisura de suas palavras, em 2007 ele fundou o Center for Social Cohesion, que se tornou parte da Henry Jackson Society, onde foi diretor associado de 2011 a 2018.

Murray também é editor liberal associado da revista política e cultural britânica de tendência conservadora, The Spectator.

Em outubro de 2023 ele estava em Nova York quando aconteceu o terrível massacre do Hamas contra Israel.

Murray presenciou com horror a ruidosa celebração do povo ao ataque nas ruas da cidade. Ele logo percebeu que a mídia inverteria os fatos, apontando a verdadeira vítima como a agressora, o que logo aconteceu. Resolveu viajar imediatamente para Israel para, entre outras atividades, amparar o país em seu infortúnio e informar o mundo sobre o momento. Sentia que o país se sentiria abandonado e mal julgado e queria esclarecer os fatos a todos.

Aos menos informados sobre a situação, Murray alertava: “Atenção, esta história não começou no 7 de outubro. Vamos começar em 2000 AC.”

Jornalistas ignorantes apontavam os números de mortos dos palestinos, esquecidos da dor do sequestro dos reféns. Para o Hamas, quanto mais mortes de seus palestinos, melhor, pois isto prejudicaria Israel.

Vêm então à tona as diferenças das leis de guerra entre Israel e o terrorista Hamas. Os israelenses cuidam de seus soldados e de seu povo com obsessão e carinho enquanto o inimigo Hamas usa seus irmãos como escudos humanos.

Israel pratica algo nunca visto em guerras anteriores: enquanto luta para se defender, nutre o povo abandonado e espoliado pelo Hamas.

E com todas estas informações, os psicopatas do mundo (nas palavras de Murray) não querem acreditar no que veem.

Murray acusa o New York Times como um dos maiores propagadores de fake news do momento e aponta com desgosto a desigualdade da Diplomacia Internacional ao comparar a troca de uma criança inocente por centenas de terroristas assassinos.

O objetivo do jornalista é fazer a diferença com as verdades que mostra, sacudir as pessoas de sua zona de conforto, dividir sua bagagem de conhecimento com os leitores, alertar sobre a mídia e jornais que têm uma agenda e que são obrigados a seguir a agenda, seja ela verdadeira ou não.

Na sua procura pela verdade, sua frase ficou famosa:

Uma verdade pode destruir mil mentiras.

Ele lembra: Por 10 anos o mundo acompanhou e ignorou os terríveis acontecimentos e conflitos no Yêmen. Mas Rafah está todo o dia nas primeiras páginas dos principais jornais das capitais. Sempre Israel.

A mídia ataca Israel obstinadamente e por um longo período Israel não se defendeu. Murray alegra-se de ver que nos últimos tempos Israel começou a postar notícias mostrando filmagens in loco para acordar e persuadir o mundo ignorante e cego.

No início do ano Murray recebeu um Prêmio de Apreciação pelo seu trabalho transparente de cobertura da guerra Israel – Hamas, em Jerusalém, das mãos do presidente do país.

Abaixo incluímos a entrevista de Murray em Israel.

Inquirido sobre sua reação ao receber o prêmio, Murray se mostrou agradecido e surpreso explicando que não espera prêmio; jornalismo é o seu trabalho que ele cumpre com devoção.



Vale a pena escutar esta entrevista. Nela vamos conhecer uma pessoa esclarecida, preocupada com a verdade dos fatos, da história e do momento.

Fiquei muito feliz de ser apresentada a ele, aos seus livros e trabalhos.

Murray elogia e reconhece o valor desta jovem geração que pegou nas armas para defender seu país e seu território, num trabalho incrível de amor, altruísmo e dedicação.




FONTES:

https://www.imdb.com/name/nm0614921/

https://www.google.com/search?q=douglas+murray+livros&oq=douglas+murray&gs_lcrp=EgZjaHJvbWUqBwgEEAAYgAQyCQgAEEUYOxiABDIKCAEQLhixAxiABDIGCAIQRRhAMgkIAxBFGDsYgAQyBwgEEAAYgAQyBwgFEAAYgAQyBggGEEUYPDIGCAcQRRg80gEJMjUyNTVqMGo0qAIAsAIB&sourceid=chrome&ie=UTF-8#fpstate=ive&vld=cid:2a498d23,vid:_uesKgyPbMA,st:0

https://revistaoeste.com/mundo/the-new-york-times-se-tornou-propagador-de-fake-news-defende-autor-ingles/

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

ACONTECE: TU be AV - 15 de Av - O dia do Amor

💙💘💖💕💓 15 de Av - O dia do Amor




Vivendo dias de expectativa

     Vivendo dias de incredulidade

           Vivendo dias de destruição e insegurança

O coração acelera, acompanhando o desenrolar dos fatos
A mente viaja aos indefinidos recantos do Globo Terrestre.
Viaja de acordo com as expectativas de cada um.

O rosto gira e mira o passado,
        Será que a história poderá nos trazer algum fato positivo?

O corpo gira e tenta desvendar o futuro
        Será que a imaginação poderá criar lindas expectativas?

E ao parar e ler notícias, e ao conversar com amigos e familiares, temos a sensação de que o passado e o futuro mandam recados que não conseguimos captar.

Esta foi uma semana muito especial no calendário judaico. Na terça (13 de agosto) foi 9 de Av. Um dia de luto em que são recordados fatos marcantes da história judaica.

423 A.E.C. - Nabucodonosor e os babilônicos destroem o 1o Templo
  70 A.E.C. - Romanos destroem 2o Templo
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133 E.C. - Cidade de Betar cai nas mãos dos romanos. Bar Kochba e seus homens são humilhados por Turnus Rufus - o governador romano
134 E.C. - A terra do Templo é lavrada - Jerusalém passa a ser Aelia Capitolina e Israel é chamada de Palestina. Judeus são proibidos de chegar a Jerusalém
1290 - Judeus são expulsos da Inglaterra
1492 - Judeus são expulsos da Espanha
1914 - Alemanha declara guerra à Russia, desencadeando a primeira Guerra Mundial
1941 - Partido Nazista aprova o extermínio dos judeus, proposto por Hitler
1942 - Deportação em Massa dos judeus do Gueto de Varsóvia

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FIGURA DE LUA CHEIA

E chega a LUA CHEIA - a noite fica iluminada com uma luz muito especial, que permite distinguir o rosto de quem está sendo iluminado, mas não ofusca a luz das estrelas. Nestes dias, até nos céus de São Paulo quando não há nuvens, é possível ver a chegada de Vênus e entender que a noite chegou.
Noite iluminada dedicada ao amor! No calendário judaico a contagem das 24 horas de um dia inicia-se ao aparecer a primeira estrela. Esta estrela é na realidade o planeta Vênus, um dos 4 planetas do sistema solar formado por material rochoso, assim com a Terra. Este planeta quente, muuiiito quente, anuncia a chegada da noite e a chegada da manhã - muitos de nós lembramos da Estrela D'Alva! 

DIA 15 de AV - o dia do AMOR - o dia em que os casais se encontravam nas Florestas, o dia em que o ENCONTRO passa a ser a tônica. O dia em que a esperança deve retornar aos corações e às mentes.





Neste ano de 2024, em que Irã ameaça Israel diariamente, em que a ONU, que deveria ser um centro de encontro entre as nações condena Israel de forma ignóbil e que suas unidades são utilizadas como base para atacar o pequeno Estado Judaico, havia um grande medo que as ações pudessem se concentrar em 9 de Av. 

Este dia passou e nos dirigimos galantemente para o dia 15 de Shvat!! Para o dia em que o amor é comemorado. Nos dias de hoje isto pode significar mirem o futuro.

O futuro precisa ser alicerçado, tanto pelas comunidades judaicas ao redor do mundo quanto pelo Estado de Israel. E, acompanhando os diferentes grupos, que na superfície são ferozmente antagônicos, nota-se um brilho especial. Não um brilho que cega, mas sim, uma fonte de luz que ilumina. Uma fonte de luz que destaca os contornos de cada ser, permitindo que apreciemos a sua individualidade.

E, neste contexto em que o observar e o sentir ganham espaço sobre o reagir e o agredir, vamos todos receber o Shabat dedicado ao AMOR - vamos todos nos encaminhar para o dia 15 de AV.

Israel, pequeno país que segue ameaçado por seus vizinhos e o contexto internacional que entre altos e baixos, segue mostrando uma veia negativa. Mas em tudo isto, talvez devamos procurar histórias pessoais que relatem possibilidades de alcançarmos o mais rápido possível o espírito de 15 de Av.

Am Israel Chai
Regina P Markus

quinta-feira, 8 de agosto de 2024

ACONTECE: Realidades simultâneas

 Por Juliana Rehfeld



Surreal o que acontece em nossos dias. 

Alguns de nós somos cativos em Gaza e não sabemos se amanhã estaremos vivos, e nem sabemos como estão nossos conterrâneos que foram sequestrados conosco. E alguns de nós que já fomos resgatamos tentamos voltar a uma vida que se possa chamar de  “normal”, mesmo dando depoimentos de que, no fundo, não acreditamos mais em uma paz de fato…

Outros de nós estamos nas ruas de Israel todos os dias, sobretudo aos sábados, protestando para que nossos queridos que foram levados em 7 de outubro sejam devolvidos, e para que isso aconteça que se faça um cessar fogo já! E continuamos executando tarefas extras, cobrindo para que nossos soldados possam estar no front, cumprindo a missão que juraram, arriscando suas vidas para tentar resgatar os reféns e eliminar o inimigo. 

Outros de nós estamos diariamente cumprindo as mitzvot no formato como aprendemos desde pequenos que deveríamos e achamos que se assim não fizermos, Deus derrubará o céu sobre nós. E rezamos para que não sobreviva Hamas em Gaza, ou no mundo, e para que nosso governo continue a nos proteger. E, alguns poucos, invadimos centros de recrutamento do exército para protestar contra alistamento.

Mas especialmente esta semana, ou estas duas semanas, alguns poucos de nós estamos dando o máximo para superar nosso desempenho naquela modalidade para que vimos treinando exaustivamente em preparação para este exato momento: as Olimpíadas em Paris. E somos os que mais sucesso estamos tendo, trazendo mais orgulho e resultados ao país do que todos os outros acima. 

E “somos” todos Israel! 

E nós, que não moramos em Israel, não somos cidadãos mas torcemos pelo minúsculo país que nos dá referência, acompanhamos tudo isso por relatos, depoimentos, entrevistas, TV. E fazemos nossa parte! Fazemos? 

Este é o melhor resultado em décadas de Israel nos Jogos Olímpicos e é maravilhoso ver o nome, a bandeira e o hino na tela que vai para o mundo inteiro, associados a boas notícias e bonitas imagens! 

Surreal! Ou, “multi-real”, realidades simultâneas, paralelas, coincidentes no tempo, emoções contraditórias, coração lotado! Nossa mente tentando aprender todas as facetas desta “surrealidade”. 

Nós, humanos, fomos feitos para isso! Nós, judeus, que escolhemos ser judeus e é por isso que “somos escolhidos”, temos papéis diferentes, particulares e respectivas formas de manter nossa aliança com Deus, individual e coletivamente. 

Lemos nesta semana a Parashá Devarim, a primeira do quinto e último livro da Torá. "Devarim", entre vários significados, "Palavras". E assim se chama porque se inicia com as palavras que Moisés traz ao povo para lembrar e reexplicar muitas mitzvot , criticar muitas infrações, contar sobre impressões trazidas sobre a Terra Prometida e, por fim, homenagear Josué. Moisés sabe que não entrará lá, e fala para a próxima geração. Fala de passado, de aliança e leis, para o povo futuro. Povo presente que entrará no futuro. E fala da responsabilidade individual e coletiva. 

É daí que vem nosso legado, que recebemos e que passamos para frente, de que cada geração deve viver à altura da aliança feita, do compromisso assumido, repetindo, individual e coletivamente. Cada um cuida do outro, cada um faz sua parte, porque é na soma, na combinação das partes que se forma a significativa imagem. 

A surreal imagem. A imagem que está entre os fatos e os sonhos, os sonhos que a cada momento tentamos tornar reais, converter em fatos.

Esta semana há muitas bonitas imagens que nos ajudam enquanto convivemos com as muitas outras feias e difíceis, nos ajudam a continuar sonhando.

Shabat Shalom!

Iachad (juntos - יחד) - por André Naves: Diálogo entre Olhos

 


Diálogo entre Olhos

         Trajes de gala. Meia Luz. Académie Française. Nurith Aviv acabara de receber a premiação da noite. Seu nome fora inscrito no panteão de honra daqueles que encontram lirismos nas imagens. A linguagem também é habitada por imagens, momentos, teceres imortais das objetivas.

         De repente seus olhos encontram os azuis de Sebastião. O tempo parou... Até as pequenas pérolas dançantes do champagne bebido descansaram de seu ballet sem fim. Nurith e Sebastião. Terras distantes, mas a mesma poética de imagens.

Na Fotografia, assim como nas Letras e em todas as Artes, estamos sempre em busca de nós mesmos, Nurith! Parabéns! Esse champagne delicioso, por exemplo... Não tem nada de especial. É delicioso. É belo. Mas só...

Lá no Brasil, um poeta maravilhoso, Vinícius de Moraes, dizia que “é preciso de algo além da Beleza. Alguma coisa que canta, que chora, que sente Saudades...” Esse champagne não tem isso... Falta o borogodó, como dizem lá em Copacabana.

         Não é igual a Madeleine que fez Proust enxergar todo o tempo perdido, toda a ancestralidade afetiva. Passa longe do Ratatouille que levou Anton Ego numa viagem em busca da doçura infantil e familiar...

         AFETOS!

Busque a “Gênesis” de como enxergar com as imagens. O “Êxodo”, que não é qualquer fuga ou travessia: quem enxerga, acaba enxergando a si mesmo. Só o nosso Amazonas interno é que deve ser vencido! Imagens...

Claro que o trabalho é essencial à vida humana, mas será que podemos falar dele sem entender a realidade dos “Trabalhadores”? Aqueles que cortam a “Terra” em busca do pão, ou os que, como saúvas, destróem tudo em busca do vil metal em “Serra Pelada”?

No fim, somos todos viajantes em busca de nós mesmos, de enxergarmos o espelho íntimo, caçadores de “Outras Américas”, para que possamos entender, no fim, que a Liberdade, a Igualdade e a Justiça estão dentro, nas nossas margens. Esse é o nosso “Perfume de Sonho”.

Quando encontramos esse “Incerto Estado de Graça” entendemos que somos apenas fotografias... Somos “Retratos de Crianças no Êxodo”, naquela jornada, ainda por se concretizar, e que nunca terminará, em busca de nossa “África” ancestral: nossa alma, “O Berço da Desigualdade”.

Olhos que conversam, na eternidade de um milésimo de segundo...

André Naves

 Defensor Público Federal. Especialista em Direitos Humanos, Inclusão Social e Economia Política. Escritor. Estrategista. Comendador Cultural.

www.andrenaves.com

Instagram: @andrenaves.def

 

terça-feira, 6 de agosto de 2024

VOCÊ SABIA? - Protegendo quem protege Israel

 

Por Itanira Heineberg



Você sabia que há uma oração tradicional pelos Soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF), frequentemente recitada nas sinagogas sionistas no Shabat e nos feriados judaicos?

E esta fervorosa oração tem sido muito mais rezada em várias partes do mundo, com ardor e devoção, desde o 7 de outubro de 2023.

A prece citada acima foi composta pelo falecido rabino-chefe e rabino-chefe das IDF, Shlomo Goren, e suplica a Deus que defenda e guarde os soldados das IDF e derrube seus inimigos.

Ouçamos agora a bela canção exaltando a D’us, no vídeo abaixo:



E agora vamos conhecer as palavras da oração:

Te suplicamos ó Eterno, Eloheinu, Tsidkeinu, Adoneinu, nossa Rocha, nossa fortaleza.

Nós te exaltamos acima de todos os nomes.

Nós glorificamos o Teu santo nome hoje e para sempre.

Só Tu és supremo, Altíssimo e ninguém é como Tu, amado e Rei de Israel.


מִי שֶׁבֵּרַךְ אֲבוֹתֵינוּ אַבְרָהָם יִצְחָק וְיַעֲקֹב הוּא יְבָרֵךְ אֶת חַיָּלֵי צְבָא הֲגַנָּה לְיִשְׂרָאֵלהָעוֹמְדִים עַל מִשְׁמַר אַרְצֵנוּ וְעָרֵי אֱלֹהֵינוּ מִגְּבוּל הַלְּבָנוֹן וְעַד מִדְבַּר מִצְרַיִם וּמִן הַיָּם הַגָּדוֹל עַד לְבוֹא הָעֲרָבָה בַּיַּבָּשָׁה בָּאֲוִיר וּבַיָּםיִתֵּן ה’ אֶת אוֹיְבֵינוּ הַקָּמִים עָלֵינוּ נִגָּפִים לִפְנֵיהֶםהַקָּדוֹשׁ בָּרוּךְ הוּא יִשְׁמֹר וְיַצִּיל אֶת חַיָלֵינוּ מִכָּל צָרָה וְצוּקָה וּמִכָּל נֶגַע וּמַחֲלָה וְיִשְׁלַח בְּרָכָה וְהַצְלָחָה בְּכָל מַעֲשֵׂה יְדֵיהֶםיַדְבֵּר שׂוֹנְאֵינוּ תַּחְתֵּיהֶם וִיעַטְרֵם בְּכֶתֶר יְשׁוּעָה וּבַעֲטֶרֶת נִצָּחוןוִיקֻיַּם בָּהֶם הַכָּתוּבכִּי ה’ אֱלֹהֵיכֶם הַהֹלֵךְ עִמָּכֶם לְהִלָּחֵם לָכֶם עִם אֹיְבֵיכֶם לְהוֹשִׁיעַ אֶתְכֶםוְנֹאמַר אָמֵן:


A canção que a acompanha apresenta a versão musical do popular artista israelense Gad Elbaz, foto abaixo.



A Oração pelo Bem-Estar dos Soldados das Forças de Defesa de Israel (em hebraico: התפילה לשלום חיילי צה"ל) foi estabelecida pelo primeiro Rabino Militar Chefe, Aluf Shlomo Goren, nos primeiros dias do estado.

 

“Em algumas comunidades, a oração é recitada após a leitura da Torá, após a bênção para os doentes (Mi Sheberach L'Cholim), e adjacente à oração pelo bem-estar do país (Minhag Ashkenazim). Em outras comunidades, a oração é recitada na abertura da Arca (Minhag Sefardita).

A oração é comum em sinagogas filiadas a congregações sionistas religiosas e algumas congregações sionistas ultraortodoxas. Esta oração, juntamente com a oração pelo bem-estar do país, marca uma distinção entre as orações em sinagogas sionistas nacionalistas religiosas e ultraortodoxas, em oposição às sinagogas ultraortodoxas não sionistas. Durante a Segunda Intifada, a redação oficial da oração foi modificada, acrescentando a frase "e os homens e mulheres das forças de segurança" à bênção, e "onde quer que estejam" para descrever a localização dos soldados das FDI.

Aquele que abençoou nossos antepassados Abraão, Isaac e Jacó – que Ele abençoe os combatentes das Forças de Defesa de Israel, que guardam nossa terra e as cidades de nosso Deus, desde a fronteira do Líbano até o deserto do Egito, e do Grande Mar até a aproximação do Aravah, na terra, no ar e no mar.

Que o Todo-Poderoso faça com que os inimigos que se levantam contra nós sejam derrubados diante deles. Que o Santo, Bem-aventurado seja Ele, preserve e salve nossos combatentes de todos os problemas e aflições e de todas as pragas e doenças, e que Ele envie bênçãos e sucesso em todos os seus esforços.

Que Ele conduza nossos inimigos sob o domínio de nossos soldados e que Ele lhes conceda a salvação e os coroe com a vitória. E que se cumpra para eles o versículo: Pois é o Senhor, teu Deus, que vai contigo para combater os teus inimigos para te salvar.”

 

Escutemos agora a oração pelos membros das Forças de Defesa de Israel:

 



FONTES:

https://www.masaisrael.org/resource/the-traditional-prayer-for-idf-soldiers/

https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/6132625/jewish/Orao-pelos-Membros-da-Fora-de-Defesa-de-Israel.htm