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quinta-feira, 22 de agosto de 2024

ACONTECE: O sacrifício tático de civis


Por Juliana Rehfeld


Esta semana continua, particularmente para Israel, envolta em incerteza, em ansiedade, à espera de algum tipo de represália vinda do Irã. Aparentemente o Irã está enrolando porque não definiu que saída pode ter entre semi-honrosa ou semi-eficaz pós ação contundente de Israel matando, em sua casa, o líder do Hamas Ismail Haniyeh. E a semana também está envolta com as dúvidas que se acumulam sobre um iminente acordo para cessar fogo na guerra de Israel contra o Hamas. No ar está a tensão de que seja a última chance de um acordo sem que o conflito amplie sua escala geográfica. E há a esperança de que no próximo domingo se possa assinar tal acordo em Doha, no Catar.  

Cidadãos israelenses, sejam eles homens, mulheres ou crianças, judeus, cristãos, muçulmanos, árabes, europeus, chineses, ou qualquer outra coisa…, continuam vivendo com a ameaça, a qualquer momento, de ter de correr para um abrigo para salvar-se de um míssil caindo na sua cabeça… vai que falha o super Escudo de Ferro que caça mísseis no ar… 

Já os civis palestinos em Gaza não têm essa mera possibilidade: quando chegam alertas - israelenses e não do Hamas - de que haverá bombardeio, eles não têm para onde correr! E por quê? Porque apesar de existir no pequeno território maior extensão de túneis que o próprio metrô de Nova York ou Londres, nenhum deles foi concebido ou pode ser usado como um abrigo. O objetivo dos terroristas é que morram civis porque isso atrai a imprensa e a opinião pública. É uma estratégia que chamam de “sacrifício tático de civis”, vejam mais no diálogo Abaixo:



A transcrição, em português, do diálogo deste vídeo está ao final deste texto.



De qualquer maneira a imagem de Israel no mundo continua a ser majoritariamente associada a conflito e risco, e de maneira não positiva. 

No entanto uma pesquisa recente feita dentro do programa de treinamento embaixadores digitais, com um universo de 1000 americanos entre 18 e 25 anos de idade que nunca visitaram Israel, identificou que 63% deles poderiam ser persuadidos a ter uma opinião favorável ao país a partir de redes sociais de conteúdo visual atraente. 

Os 63% são compostos de 44 que apresentam apresentam desde um misto de emoções a nenhuma opinião e 19 com opinião negativa. Os restantes 37% são 25 fortemente contrários e 12 fortemente favoráveis. A pesquisa considerou que os 63% seriam persuadiveis…

A maioria persuadível não acompanha de perto as notícias de Israel e não está familiarizada com Israel. Eles expressam interesse em ver histórias pessoais que ofereçam contexto e insights culturais sobre a sociedade e as tradições israelenses. Referências de fontes de notícias respeitadas, incluindo influenciadores em quem eles já confiam, ajudam a validar a confiabilidade das informações.

Isto tudo praticamente confirma o que esperamos, mas os números surpreendem, de certa forma. Surpreendem positivamente. Evidentemente há particularidades entre os jovens americanos que os distinguem bastante dos demais jovens, e especificamente, dos brasileiros. Mas esta pesquisa confirma que estamos no caminho certo ao apostar na divulgação de informações e mergulhar em histórias tanto sobre a sociedade e a cultura de Israel, como sobre o Judaísmo. E fazê-lo de maneira honesta, educativa e, é claro, atraente e divertida! Tomara que possamos continuar a fazer isso por muito tempo, e quem sabe, consigamos a colaboração de vocês, nossos leitores, sobretudo os jovens da nossa comunidade!

Shabat Shalom!


Trancrição do diálogo

que você vê nesta foto aqui? 

Ah, parece um playground, um jardim de infância, não é?

Sim, certo, é isso. E não é também. Este playground tem um segundo uso como abrigo antibomba. Ele tem uma grande profundidade e tem paredes de aço reforçadas.

Sim, há milhares desses por toda Israel. 

Mas, não em Gaza.

Você sabia que não há abrigos antibomba em Gaza?

Eu sabia. É isso se deve à estratégia chamada de “sacrifício tático de civis”. 

Sacrifício tático de civis: uma das estratégias mais desprezíveis jamais projetada da história mundial de guerras.

Voltando ao fato de que não há abrigos antibomba em Gaza. Como pode ser? Quer dizer, o Hamas vem planejando esta guerra por décadas, cada aspecto dela foi meticulosamente projetado, um sistema de túneis mais extenso que o metrô de Nova York ou de Londres. Você acha que eles simplesmente se esqueceram de fazer abrigos antibomba para sua população? Eles poderiam abrir os túneis para o povo, há bastante espaço… por que o Hamas insiste em deixar os civis tão vulneráveis e expostos?

Bem, é esta pergunta que está no coração de toda a guerra em Gaza. E a maioria das pessoas tem dificuldade de lidar com a verdade. O Hamas sabia que seu massacre traria uma forte retaliação por parte de Israel. Eles sabiam que Israel tinha que vir pelos 252 inocentes que foram sequestrados e que Israel teria que buscar os armamentos do Hamas e então eles colocaram seus lançadores de mísseis e bombas em escolas, em hospitais, em residências e mesquitas, violando assim qualquer lei humanitária. 

Então, as pessoas em Gaza ficaram sem qualquer lugar para ir, nenhum abrigo antibomba, nenhum túnel, nada. O Hamas garantiu assim que quando Israel respondesse os palestinos seriam pegos no fogo cruzado e previsivelmente, a opinião pública mundial se viraria contra Israel. Foi tudo intencional.

Esta não é uma estratégia de escudos humanos, é estratégia de sacrifício humano. É abominável, maldoso e até covarde. Sabe, o Hamas sabe que não pode vencer o exército de Israel militarmente. Mas ele sabe que pode quebrar o apoio a Israel e talvez conseguir que seus aliados forcem um cessar-fogo.

E é isso que é a estratégia de sacrifício humano, é por isso que o Hamas rouba comida e outras ajudas humanitárias, priva seu povo, põe a culpa em Israel  e enche seus depósitos. Para eles isto é um ganha-ganha.

Muitos no Ocidente não conseguem acreditar que isto é verdade, mas muitos líderes militares entendem isso plenamente, eles próprios já viram isso contra o Talibã, contra a Al Quaeda (ISIS) e quando políticos e a imprensa não gritam e condenam isso, ao contrário eles condenam Israel por isso, eles agem exatamente como o Hamas quer, eles encorajam esta horrível tática.

Israel não quer ferir civis, não há benefício nenhum nisso, essa ação só faz mal à relação de Israel com outros países e isso é exatamente o que o Hamas quer. Então quando você ouve alguém dizer que Israel nao discrimina pessoas, responda, diga “eu ouço dizerem isso mas a verdade é diferente". E então explique o conceito da estratégia de sacrifício humano. 

É um conceito simples. E não se surpreenda se as pessoas não conseguem crer nisso. Isso fere seus valores e princípios e é difícil pensar nisso claramente sobre algo tão impensável… 

E é exatamente isso que eles querem, para o Hamas baixas civis não são uma tragédia, eles são uma estratégia.

Um comentário:

  1. O grave problema é que a mídia em geral, com exceção da judaica, não mostra essa realidade. E Israel, infelizmente, é pouco eficiente em combater as deturpações e fake news provenientes dos canais dos extremistas e teroristas, que também contam com a ajuda das ditaduras de plantão.

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